China relata três novos casos de COVID-19; NYTimes diz que China manipulou informações

Publicado em 20/12/2020 17:06 e atualizado em 22/12/2020 10:00
Na Xinhua (agencia estatal chinesa de informação)

Documentos do governo chinês mostram censura a informações sobre a covid-19, diz NYTimes

No Poder 360

Documentos secretos do governo chinês publicados nesse sábado (20.dez.2020) pelo jornal norte-americano The New York Times e pela organização de jornalismo investigativo ProPublica mostram como o governo da China atuou para moldar a opinião pública e controlar a narrativa sobre a pandemia do coronavírus.

Um grupo hacker autointitulado “PCC sem máscara”, em referência ao PCC (Partido Comunista Chinês), foi o responsável por obter os documentos. O vazamento inclui 3.200 comunicados e 1.800 memorandos internos do governo. A autenticidade do conteúdo foi checada por jornalistas.

O material conta com mensagens enviadas por censores que trabalham para o governo chinês com ordens para que sites de notícias e redes sociais manipulassem conteúdos sobre a covid-19.

Os documentos também mostram que o governo da China chegou a ordenar que fossem feitos milhares de comentários falsos em redes sociais enfatizando a necessidade de discrição sobre o assunto.

A morte do médico Li Wenlia, que havia ficado conhecido por ter feito um alerta sobre o novo surto viral na China no início da disseminação, motivou orientações especiais do governo a veículos de jornalismo, plataformas de mídia social e servidores públicos.

EIS AS INSTRUÇÕES ENVIADAS PELO GOVERNO CHINÊS SOBRE O CASO DO MÉDICO LI WENLIA

“PARA SITES DE NOTÍCIAS E PLATAFORMAS DE MÍDIA SOCIAL”

“Não use notificações push, não poste comentários, não incite especulações. Controle com segurança o fervor nas discussões online, não crie hashtags, remova gradualmente dos tópicos de tendência, controle estritamente as informações prejudiciais.”

“AOS SERVIDORES LOCAIS DA PROPAGANDA”

“Devemos reconhecer com clareza o efeito borboleta, o efeito de janelas quebradas e o efeito bola de neve desencadeados por este evento, e o desafio sem precedentes que representa para nosso trabalho de gerenciamento e controle de opinião online. Todos os escritórios da Administração do Ciberespaço devem prestar atenção redobrada à opinião online e controlar resolutamente qualquer coisa que prejudique seriamente a credibilidade do partido e do governo e ataque o sistema político”.

EIS AS MENSAGENS ENVIADAS A SERVIDORES LOCAIS QUE MOSTRAM ORIENTAÇÕES PARA COMENTÁRIOS FALSOS NA INTERNET

DISTRITO DE XIAOSHAN (12.fev.2020)

“Mobilizar comentaristas online para comentar e orientar mais de 40.000 vezes, eliminando efetivamente o pânico dos residentes da cidade, aumentando a confiança nos esforços de prevenção e controle e criando uma boa atmosfera de opinião pública para vencer a batalha contra a epidemia.”

CONDADO DE TONGLU (13.fev.2020)

“Em 13 de fevereiro, nosso condado publicou 15 postagens desmascarando boatos, repostou 62 desmascarando boatos, 16 pessoas foram investigadas por órgãos de segurança pública, 14 pessoas foram educadas e advertidas, duas pessoas foram colocadas em detenção administrativa…”

DISTRITO DE FUYANG (início de fevereiro)

“Mobilizar a força de mais de 1.500 ciber-soldados em todo o distrito para relatar prontamente informações sobre a opinião pública em grupos WeChat e outros círculos de bate-papo semiprivados.”

EIS OUTRAS MENSAGENS QUE MOSTRAM ORIENTAÇÕES PARA CONTROLE DA NARRATIVA SOBRE A COVID-19

“PARA TODOS OS WEBSITES DE NOTÍCIAS”

“Em relação à epidemia de pneumonia causada pelo novo coronavírus, todos os sites e novas mídias devem estar atentos à proteção da privacidade ao notificar casos confirmados e óbitos, para não nomeá-los, evitando o uso de fotos e imagens reais de pacientes e processamento técnico adequado. É preciso padronizar as fontes de informação, evitar o uso de expressões como ‘os médicos pensam’ e tentar apontar fontes específicas de informação. Não use títulos como ‘incurável’ e ‘fatal’ para evitar o pânico social.”

“PARA TODAS AS MÍDIAS DE NOTÍCIAS”

“1. Todos os relatos da mídia sobre os casos relatados de inação e quadros dos departamentos relevantes e obstrução da prevenção e controle da epidemia devem ser moderados e, em princípio, não coletados.

2. Ao reportar sobre medidas de prevenção e controle, como viagens restritas, acesso controlado, etc., a mídia não usa termos como fechamento de cidade, fechamento de estrada, fechamento de porta e lacre.

3. A fiscalização da opinião pública sobre a implementação de medidas de controle de base deve ser moderada e, em princípio, deve se refletir nos canais internos.

4. Em relação ao progresso da pesquisa de medicamentos para o tratamento de novos coronavírus, os relatórios devem ser baseados em informações oficiais emitidas pelo Departamento Nacional de Saúde. A eficácia dos medicamentos que não foram colocados em uso clínico deve ser apreendida com cuidado e as notícias online não devem ser reimpressas à vontade.”

“… ao relatar sobre limites de viagens, controles de movimento e outras medidas de prevenção e controle, não use formulações como bloqueio, fechamento de estradas, portas seladas ou lacres de papel.”

“PARA TODOS OS SITES E APLICATIVOS DE NOTÍCIAS”

“Notícias negativas sobre a prevenção e o controle da “nova epidemia de pneumonia coronária” não podem aparecer em todos os sites, clientes e outras novas mídias e plataformas de aplicativos. Se for necessário relatar, use apenas as informações oficiais do Diário do Povo, Agência de Notícias Xinhua, CCTV, Comissão de Saúde, Ministério das Relações Exteriores e outros departamentos relevantes, bem como os departamentos relevantes da Província de Hubei e da cidade de Wuhan. Nosso escritório intensificará as inspeções e a supervisão e, se forem encontradas violações de notificações pop-up, elas serão tratadas imediatamente. O conteúdo das instruções acima deve ser implementado de forma rápida e estritamente confidencial.”

“Não use notificações pop-up para quaisquer notícias negativas sobre a prevenção e controle da nova epidemia de coronavírus.”

17 novos casos de Covid na China, que fecha aeroportos

Beijing, 19 dez (Xinhua) -- A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou neste sábado que recebeu relatos de 17 casos recém-confirmados de COVID-19 na parte continental do país na sexta-feira, incluindo três casos transmitidos internamente e 14 importados.

Dos casos transmitidos internamente, dois foram relatados em Beijing e um em Liaoning, revelou a comissão em seu relatório diário.

Um novo caso suspeito que chegou de fora da parte continental foi relatado em Shanghai. Não foram notificados novos óbitos relacionados à doença.

Quatorze pacientes com COVID-19 receberam alta hospitalar após recuperação na parte continental na sexta-feira.

Até o final da sexta-feira, 4.093 casos importados haviam sido notificados na parte continental. Entre eles, 3.829 tiveram alta hospitalar após a recuperação e 264 permanecem internados. Não foram notificados óbitos entre os casos importados.

O número total de casos confirmados de COVID-19 na parte continental chegou a 86.806 até sexta-feira, incluindo 307 pacientes que ainda estão em tratamento.

Ao todo, 81.865 pessoas tiveram alta hospitalar após a recuperação na parte continental e 4.634 morreram do vírus, segundo o relatório.

Há cinco casos suspeitos de COVID-19 na parte continental e 6.739 contatos próximos permanecem sob observação médica.

Dezesseis novos casos assintomáticos foram relatados na parte continental nesta sexta-feira e nenhum caso assintomático foi recategorizado como confirmado.

Ao todo 203 casos assintomáticos estão sob observação médica, dos quais 182 são importados, disse a comissão.

Até o final desta sexta-feira, 7.969 casos confirmados de COVID-19, incluindo 129 mortes, haviam sido notificados na Região Administrativa Especial de Hong Kong, 46 na Região Administrativa Especial de Macau, e 759 casos, incluindo sete mortes, em Taiwan.

Ao todo, 6.628 pacientes da COVID-19 em Hong Kong tiveram alta de hospitais após a recuperação, 46 em Macau e 619 em Taiwan.

China suspende três voos de entrada por casos de COVID-19

Beijing, 16 dez (Xinhua) -- O regulador de aviação civil da China anunciou nesta terça-feira a suspensão de uma semana de três voos de entrada depois que vários passageiros testaram positivo para COVID-19 em voos recentes.

Cinco passageiros testaram positivo no voo ET636 da Ethiopian Airlines de Addis Ababa a Chengdu em 3 de dezembro. Oito no voo EO429 da Rússia Ikar Airlines de Moscou a Zhengzhou no mesmo dia, e seis no voo LX188 da Swiss International Air Lines de Zurique a Shanghai em 7 de dezembro, informou a Administração de Aviação Civil da China (CAAC).

A suspensão do voo da Ethiopian Airlines e da Ikar Airlines começará a partir de 21 de dezembro, e a do voo da Swiss International Air Lines começará a partir de 27 de dezembro.

A CAAC introduziu um mecanismo de recompensa e suspensão em 4 de junho para conter ainda mais a propagação da COVID-19.

De acordo com a política da CAAC, se todos os passageiros de uma companhia aérea que chegam ao país apresentarem um teste negativo para COVID-19 por três semanas consecutivas,

Documentos do governo chinês mostram censura a informações sobre a covid-19 a companhia aérea operadora será autorizada a aumentar seu número de voos para dois por semana.

Se o número de passageiros positivos para o coronavírus chegar a cinco, os voos da companhia aérea serão suspensos por uma semana. A suspensão durará quatro semanas se o número de passageiros positivos atingir 10.

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Fonte:
Xinhua (estatal chinesa)

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2 comentários

  • Luiz Ribeiro Villela São Paulo - SP

    Peço licença para discordar do Sr Elton. Não só a OMS, toda a midia tambem acredita piamente na China.

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    • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

      Tens razao sr. Luiz, temos uma mídia tradicional que gosta muito da esquerda, em virtude das montanhas de dinheiro vindas desses governos, em forma de propaganda, pra nao falarem mal, um cala-boca...

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  • Elton Szweryda Santos Paulinia - SP

    Só a OMS acredita na China, ninguem mais..., ditadura é ditadura, e não obedeça pra ver!! Parece surreal um pais com tamanha pujança economica ter ainda espaco entre as nacoes, sem que se exija dele uma contrapartida democratica...., é inacreditavel.

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