França inicia estratégia para ter autossuficiência em proteína vegetal e visa aumentar produção de soja em 40%
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Entrevista com Lucas Urbano - Ger. Global de Compras de Ingredientes - Esp. em Sustentabilidade sobre a Soja na França
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O Ministro da Agricultura e Alimentação, Julien Denormandie, reuniu na última terça-feira (01) os participantes da vasta consulta sobre proteínas vegetais feita no país.
Nesse encontro, o Ministro e representantes do setor de óleos e proteínas vegetais e da pecuária apresentaram uma carta de compromissos prevendo um aumento de 40% nos próximos três anos graças ao financiamento do plano France Relance.
Devido à sua história e à globalização do comércio, a França atualmente não é suficientemente autônoma na produção de proteínas vegetais, seja para consumo animal ou humano. Na verdade, a França produz apenas metade dos materiais ricos em proteínas necessários para a alimentação animal (soja, semente de colza ou farinha de girassol, etc.).
Segundo reportagem publicada no site do Ministério da Agricultura da França, trata-se, antes de mais nada, de uma questão de soberania, agravada por nossa dependência dos mercados mundiais e das importações, em particular de proteínas vegetais sul-americanas, como a soja. É também um desafio ambiental. De fato, além de enfraquecer nossa soberania, as importações de soja de terceiros países podem ser responsáveis pelo desmatamento, degradação florestal e destruição de ecossistemas naturais em alguns países produtores.
O desenvolvimento das leguminosas na França permitirá limitar o uso de importações e, assim, ter efeitos benéficos para o meio ambiente. Ao mesmo tempo, o cultivo de leguminosas promove a biodiversidade do interior da França. Como as leguminosas têm a capacidade de fixar o nitrogênio do ar e transformá-lo em nitrogênio que pode ser usado diretamente pelas plantas, elas reduzem a necessidade de fertilizantes nitrogenados.
Por fim, o desenvolvimento de proteínas vegetais proporcionará uma saída adicional para os agricultores, permitindo-lhes responder a novos segmentos de mercado, reduzir suas importações de insumos e reduzir sua exposição às flutuações dos preços mundiais da soja.
Como os desafios são imensos, a estratégia para as proteínas vegetais francesas teve que ser construída após uma discussão de mais de 10 anos. Para lançar o ímpeto, um plano baseado em cerca de 3 prioridades ao longo de dois anos já foi iniciado e financiado através do plano France Relance para:
1. Reduzir a nossa dependência da importação de materiais ricos em proteínas, em particular a soja importada de terceiros países;
2. Melhorar a autonomia alimentar das explorações pecuárias, ao nível das explorações, territórios e sectores;
3. Desenvolver uma gama de produtos locais em termos de leguminosas (lentilhas, grão de bico, feijão, favas, etc.)
A estratégia da proteína em alguns números
Serão aportados recursos financeiros sem precedentes para iniciar a implementação deste plano de dois anos, que será iniciado pelo plano France Relance no valor de 100 milhões de euros, aos quais se somam os investimentos da PIA4 e da Bpifrance.
Atualmente, quase 1 milhão de hectares são semeados com espécies ricas em proteínas vegetais (soja, ervilha, leguminosas, alfafa, leguminosas forrageiras, etc.).
As áreas semeadas com essas espécies aumentarão em 40%, ou + 400.000 ha. Em menos de 10 anos (2030), as áreas serão duplicadas para chegar a 8% da área útil agrícola, ou 2 milhões de hectares.
Impactos para o Brasil
De acordo com o Governo Brasileiro, no acumulado de 2020 até outubro, os franceses importaram 1,5 milhão de toneladas de soja brasileira. No passado todo, foram 1,96 milhão de toneladas. Mais da metade do farelo de soja importado pela França sai do Brasil.
3 comentários
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FABIO LUIS ANZANELLO GIOCONDO Arapongas - PR
Eu me lembro sempre dos produtos franceses na hora da compra: renault/peugeot/vinhos......, e não vou me esquecer do Grupo Casinò/Pão de Açúcar, pois não são exceção ou top no segmento!... O presidente FRACO Macron trava batalha que busca anuir interesses contrários ao Pres. Bolsonaro, mas sua irrelevância e descontentamento interno desqualificam seu intento. Esse francês perdeu a noção do rídículo.
Se quiserem aumentar o plantio de soja vão ter que desmatar... ou substituir por outra cultura... qual???!!
Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR
A noticia é um "traque" com relação à manchete.
Pode ser que esteja completamente errado... Mas li: ... Atualmente, quase 1 milhão de hectares são semeados com espécies ricas em proteínas vegetais (soja, ervilha, leguminosas, alfafa, leguminosas forrageiras, etc.). Ou seja, no país França a área destinada ao plantio de leguminosas é de UM MILHÃO de ha e, pretendem aumentar a área para DOIS MILHÓES de ha. ... O que é UM MILHÃO de ha de soja para o Brasil? ... Percentualmente a área plantada em todo o território nacional com esta leguminosa. A previsão de plantio para a safra 2020/21 é de 37,9 MILHÕES de ha, segundo a consultoria AgRural. Bem diante do exposto, acho que o Emmanuel Macron e a Greta Thunberg devem dar as mãos e brincar de cirandinha. Pois, são dois brincalhões, apesar das diferenças de idade. NÃO É POSSÍVEL ALGUÉM ACREDITAR NESSAS CRIANÇAS !!!A irrelevância do anúncio matou a divulgação da notícia, mas não deixou de ser ridícula e risível.
elcio sakai vianópolis - GO
Tá difícil de assistir esta entrevista por completo. Sustentabilidade na Europa é fácil quando se aplica subsídios em todos setores agrícolas. Se querem aumentar a produção de algum setor, tira subsídios de um setor e manda pra outros. Patriotismo e Nacionalismo fazem parte da população de países desenvolvidos, infelizmente temos pouco desse dois itens nos brasileiros, basta ver alguns entrevistados. Somos uma potencia em produzir proteínas animais e vegetais, somos exemplos em sustentabilidade, eficiência e qualidade. Se alguém dizer ao contrario, não tenha dúvida que há outros interesses.
Elcio, infelizmente falta o principal,... Patriotismo...