Após recordes, Ipea vê preços menores do arroz no Brasil no início de 2021
Após recordes históricos neste ano de 2020 e com cotações ainda acima dos R$ 100 a saca de 50 kg, preços remuneradores aos produtores nacionais, os preços do arroz podem recuar a partir do início de 2021, segundo projeções apontadas na Nota de Conjuntura 21 da Carta de Conjuntura do quarto trimestre divulgada na terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A expectativa de queda nos preços, segundo o Ipea, está atrelada com a previsão de chegada da nova safra do cereal em meio cenário possível de vendas menores de arroz beneficiado e as importações de fora do Mercosul pelo Brasil, com cota de importação de 400 mil toneladas sem a Tarifa Externa Comum (TEC).
“As menores vendas do arroz beneficiado e a expectativa de importações do arroz de fora do Mercosul podem limitar a alta dos preços nos próximos meses. Com a oferta restrita, apenas com a entrada de uma nova safra no primeiro trimestre de 2021 pode haver algum ajuste negativo de preços”, destaca um dos trechos da nota do Ipea.
Na parcial deste mês de novembro, o Indicador ESALQ/SENAR-RS para o arroz já acumulava queda de 2%, até o dia 24, fechando a R$ 103,04 por saca de 50 kg, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Ainda segundo o documento divulgado pelo Ipea, as projeções de safra menor do cereal em 2020/21 sobre a anterior pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) devem ser confirmadas. “Para a safra 2020-2021, a Companhia espera aumento de 1,6% na área plantada, mas produtividade 4,2% menor, resultando em queda de 2,7% da produção. A expansão prevista da área reflete os bons preços do produto”, diz a nota.
Os preços praticados ao longo deste ano de 2020 em determinadas praças de comercialização do Brasil contribuíram para que rizicultores recompusessem de suas margens de lucros. Angelo Maronezzi, engenheiro agrônomo e diretor da Agro Norte Pesquisa e Sementes, comentou recentemente esse cenário do mercado do arroz. A empresa desenvolve e comercializa desde 1994 cultivares de arroz, feijão, soja convencional e outros grãos, além de tecnologias e sistemas de produção.
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