China e Rússia, como Bolsonaro, vão aguardar a Justiça para se manifestarem sobre eleição de Joe Biden

Publicado em 09/11/2020 08:47 e atualizado em 09/11/2020 10:54

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Um dos únicos países a não se pronunciar sobre a vitória de Joe Biden na eleição dos EUA, a China vai esperar a confirmação do resultado pelas autoridades americanas para parabenizar o democrata. De acordo com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, Pequim acompanhou a declaração de vitória feita por Biden, mas que vai esperar o cumprimento de etapas posteriores para reconhecer o candidato.

"Vi que Biden declarou vitória nas eleições", disse Wang a repórteres em uma conferência diária. "Entendemos que o resultado das eleições presidenciais será determinado seguindo as leis e procedimentos dos EUA." A China "seguirá as práticas internacionais" em suas declarações sobre o resultado, disse Wang.

O relacionamento entre China e Estados Unidos foi marcado por conflitos durante a gestão de Donald Trump, caracterizado pela crescente tensão sobre comércio, tecnologia e luta por influência na Ásia e no resto do mundo.

Biden provavelmente vai retomar os laços bilaterais a uma situação menos beligerante, embora Pequim tenha assumido a posição ao longo do processo eleitoral de não comentar diretamente sobre o que vê como uma questão de política interna dos EUA.

A postura da China se encaixa em sua política declarada de não intervenção nos assuntos internos de outros países e seu desejo de melhorar suas opções com o lado que ficar no poder. Sem comentar sobre o vencedor, Wang disse que Pequim "sempre manterá que a China e os Estados Unidos devem fortalecer o diálogo e a comunidade", expandir sua cooperação e "administrar e controlar as diferenças com base no respeito mútuo".

Fonte: Associated Press.

Rússia prefere aguardar contagem final de votos nos EUA antes de parabenizar presidente eleito

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MOSCOU (Reuters) - O Kremlin informou nesta segunda-feira que esperaria pelos resultados oficiais da eleição presidencial dos Estados Unidos antes de comentar sobre o resultado, e que tomou nota do anúncio do presidente em exercício, Donald Trump, a respeito de contestações legais relacionadas à votação.

O presidente Vladimir Putin permaneceu em silêncio sobre o assunto desde que o democrata Joe Biden conquistou a Presidência dos EUA no sábado, quatro dias após a eleição de 3 de novembro, atingindo o mínimo de 270 votos no Colégio Eleitoral necessários para ganhar a Casa Branca.

Ao longo da corrida presidencial, Putin pareceu evitar suas apostas, franzindo a testa para a retórica anti-russa de Biden, mas recebendo bem seus comentários sobre o controle de armas nucleares. Putin também defendeu o filho de Biden, Hunter, contra as críticas de Trump.

Falando a repórteres em uma teleconferência, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta segunda-feira que Moscou achou melhor esperar antes de parabenizar alguém.

"Achamos apropriado esperar pela contagem oficial dos votos", afirmou Peskov.

Questionado sobre por que, em 2016, Putin deu os parabéns a Trump logo depois que ele teve a vitória projetada e derrotou a democrata Hillary Clinton, Peskov disse que havia uma diferença óbvia desta vez.

"Vocês podem ver que existem certos procedimentos legais que foram anunciados pelo atual presidente. É por isso que as situações são diferentes e, portanto, achamos apropriado esperar por um anúncio oficial", respondeu Peskov.

Ele pontuou que Putin disse repetidamente que estava pronto para trabalhar com qualquer líder dos EUA e que a Rússia esperava poder estabelecer um diálogo com um novo governo dos EUA, além de encontrar uma maneira de normalizar as problemáticas relações bilaterais.

"O presidente Putin disse repetidamente que mostrará respeito por qualquer escolha que o povo americano fizer", disse Peskov.

Bolsonaro se encontra com Guedes e mantém silêncio sobre eleição dos EUA

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Mantendo silêncio sobre a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro deixou o Palácio do Alvorada no início da tarde deste domingo, 8, para uma visita fora da agenda à Granja do Torto, onde atualmente reside o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Bolsonaro não falou com a imprensa. Ele continua mantendo suspense sobre uma possível congratulação ao democrata por sua vitória nas urnas contra o atual presidente dos EUA, o republicano Donald Trump.

Nem a assessoria da Presidência nem a do ministro da Economia confirmaram, até o momento, o motivo do encontro.

Na sexta-feira, 6, Paulo Guedes disse que a vitória do candidato democrata Joe Biden não vai atrapalhar o crescimento do Brasil.

Depois da torcida explícita do presidente Jair Bolsonaro pela reeleição do presidente norte-americano Donald Trump, Guedes foi um dos primeiros integrantes do governo a admitir que a vitória do democrata era iminente, como mostravam as apurações dos votos nos EUA.

"Havendo a mudança nos Estados Unidos, eventualmente, e parece que os dados indicam que isso está próximo de acontecer, não afeta a nossa dinâmica de crescimento. O Brasil vai crescer independentemente do que acontecer lá fora", afirmou, em evento virtual do Itaú.

"Não vamos superestimar relacionamento político. O crescimento do Brasil depende de nós. As relações lá fora, umas ajudam, outras atrapalham. Pode ser que a proximidade com um país ajude geopoliticamente e atrapalhe na tecnologia, ou vice-versa", completou.

Em sua fala, Guedes voltou a usar a metáfora de uma festa para se referir ao cenário geopolítico e disse que Estados Unidos e China vinham "dançando de rosto colado" há muitos anos. "O Brasil chegou atrasado, já estava todo mundo bêbado. Nós estamos dançando com qualquer um, queremos dançar com todo mundo", completou.

Le Figaro vê Bolsonaro 'órfão de padrinho' com derrota de Trump nos EUA

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O jornal francês Le Figaro afirma, em reportagem publicada neste domingo, 8, que a derrota do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sua tentativa de reeleição deixa o brasileiro Jair Bolsonaro "órfão de padrinho". Em texto assinado pelo correspondente Michel Leclercq, o diário francês lembra o fato de que Bolsonaro não cumprimentou até agora o democrata Joe Biden pela vitória.


Le Figaro diz que assessores do presidente do Brasil comentaram que Bolsonaro considerou o resultado eleitoral nos EUA "uma derrota pessoal, por tanto que se identifica com seu modelo". O diário francês cita o fato de que o político brasileiro já reivindicou o rótulo de "Trump tropical" e a relação entre os dois líderes, que incluiu um jantar na "luxuosa residência na Flórida" do empresário americano. (Equipe AE).

Trump diz que mídia não pode indicar quem será o próximo presidente

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou sua conta no Twitter neste domingo, 8, para voltar a questionar o processo eleitoral. Após o democrata Joe Biden vencer na Filadélfia e conseguir os votos para levar a disputa no Colégio Eleitoral, Trump não se mostra disposto a admitir a derrota e tem renovado declarações sobre supostas fraudes na apuração.

"Desde quando a mídia 'lamestream' diz quem será nosso próximo presidente?", questionou, usando uma expressão pejorativa para se referir à mídia tradicional. "Nós temos aprendido muito nas últimas duas semanas", ironizou.

Trump ainda postou, em outra mensagem, um link do site conservador Breitbart sobre supostos problemas na apuração na Geórgia, Estado em que ele aparece atrás de Biden por pequena margem na apuração.

Arábia Saudita parabeniza Joe Biden por vitória e diz querer manter cooperação

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O rei da Arábia Saudita, Salman, e o príncipe Mohammed bin Salman, seu filho, parabenizaram neste domingo Joe Biden por sua vitória eleitoral. O príncipe Mohammed, líder de facto do reino, afirmou esperar que os dois países continuem a cooperar.

O comando saudita é visto como um dos aliados mais próximos do presidente americano, Donald Trump, no Oriente Médio. Trump manteve o apoio ao país durante um período turbulento, no qual Riad sofreu críticas internacionais por várias questões, entre elas a guerra no Iêmen e o assassinato em outubro de 2018 do jornalista dissidente saudita Jamal Khashoggi, que desapareceu após entrar no consulado saudita em Istambul. (FONTE: DOW JONES NEWSWIRES)

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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