Trump: se forem contados os votos ilegais e atrasados, eles podem roubar

Publicado em 05/11/2020 17:56 e atualizado em 05/11/2020 19:41

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A campanha à reeleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou um comunicado em que ele reforça a acusação de que votos ilegais estão sendo contabilizados na eleição presidencial. "Se forem contados os votos legais, eu ganho facilmente a eleição! Se forem contados os votos ilegais e atrasados, eles podem roubar a eleição de nós", diz a nota assinada pelo republicano.

O atual chefe da Casa Branca já entrou com ações judiciais em pelo menos cinco estados: Wisconsin, onde quer a recontagem dos votos, Michigan, Geórgia, Pensilvânia e Nevada. Na Geórgia, no entanto, um juiz rejeitou o pedido do Partido Republicano estadual e da campanha de Trump.

As projeções da imprensa americana apontam para vitória do candidato democrata Joe Biden no Michigan e no Wisconsin. Ele também está na frente em Nevada, com 87% da apuração concluída. Na Geórgia e na Pensilvânia, Trump lidera, mas a vantagem do republicano vem diminuindo à medida que a apuração entra na reta final.

Trump perde ações legais sobre apuração em Michigan e Geórgia; promete contestação em Nevada

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(Reuters) - A equipe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, perdeu ações judiciais nos Estados-chave da Geórgia e de Michigan nesta quinta-feira, mas prometeu ingressar com uma nova contestação contra o que descreveu serem irregularidades em Nevada.

No caso da Geórgia, a equipe de Trump alegou que 53 cédulas atrasadas foram misturadas com cédulas dentro do prazo. Em Michigan, procurava interromper a apuração e obter maior acesso ao processo de contagem de votos.

Juízes estaduais rejeitaram os dois processos nesta quinta-feira.

O juiz James Bass, do tribunal superior da Geórgia, disse que "não havia provas" de que as cédulas em questão eram inválidas.

A juíza do Michigan Cynthia Stephens afirmou em sua decisão: "Não tenho base para concluir que há uma probabilidade substancial de sucesso quanto ao mérito."

Aliados de Trump alegaram ainda que houve irregularidades na votação no populoso Condado de Clark, em Nevada, que inclui Las Vegas.

Uma porta-voz da campanha de Trump não respondeu aos pedidos de comentários sobre as decisões de Michigan e da Geórgia.

Os votos ainda estão sendo contados nos três Estados, que estão entre os poucos Estados-chave que podem decidir a Presidência.

Em uma entrevista coletiva em Las Vegas nesta quinta-feira, o ex-procurador-geral de Nevada Adam Laxalt e outros representantes da equipe de Trump não deram provas para apoiar suas alegações de irregularidades e não responderam às perguntas dos repórteres.

O candidato democrata Joe Biden tem uma pequena vantagem em Nevada, enquanto Trump uma pequena liderança na Geórgia e Biden tem uma projeção de vitória em Michigan.

Bob Bauer, um conselheiro sênior da campanha de Biden, chamou os vários processos judiciais de Trump de uma distração "sem mérito", e disse que a estratégia foi projetada para minar a integridade do processo eleitoral.

"Não tem outro propósito além de confundir o público a respeito do que está acontecendo e apoiar suas alegações infundadas de irregularidade", disse Bauer em conversa com repórteres.

Especialistas jurídicos-eleitorais disseram que a estratégia legal de Trump não deve ter um impacto decisivo no resultado da eleição.

Trump disse repetidamente que espera que a Suprema Corte dos EUA, que tem uma maioria conservadora de 6-3 incluindo três juízes que ele nomeou, tenha um papel fundamental.

Mas é improvável que o tribunal tenha a palavra final de forma decisiva, e qualquer contestação teria que seguir seu caminho através do processo judicial normal, dizem especialistas legais.

Equipe de Trump tenta barrar contagem de votos na Filadélfia sem supervisão republicana

(Reuters) - A equipe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou com uma ação nesta quinta-feira contra o Conselho Eleitoral do Condado da Filadélfia, buscando uma liminar para barrar a contagem de votos se observadores republicanos não estiverem presentes, como disse ser exigido pela lei da Pensilvânia.

A equipe de Trump disse que os funcionários eleitorais estão "se recusando intencionalmente a permitir quaisquer representantes e observadores eleitorais para o presidente Trump e o Partido Republicano". A ação foi protocolada no tribunal federal da Filadélfia.

Ações judiciais de Trump não devem afetar resultado da eleição, dizem especialistas

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WILMINGTON, Delaware (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a seus advogados para salvarem suas perspectivas minguantes de reeleição, mas especialistas jurídicos disseram que a avalanche de ações tem pouca chance de mudar o resultado da eleição presidencial -- podendo, entretanto, semear dúvidas sobre o processo.

Nesta quinta-feira, vendo o caminho de Trump para a vitória se estreitar, sua equipe acelerou as contestações legais e apresentou seu processo mais recente em Nevada.

Na quarta-feira, a equipe do presidente apresentou ações no Michigan, na Geórgia e na Pensilvânia e pediu para se integrar a um caso pendente na Suprema Corte dos EUA.

Especialistas disseram que o litígio serve para prorrogar a contagem de votos e adiar um eventual anúncio de vitória de Biden na mídia, o que teria implicações políticas nefastas para Trump.

"A manobra legal atual é principalmente uma maneira de a equipe de Trump tentar prorrogar o jogo na esperança vaga de alguma anomalia grave emergir", disse Robert Yablon, professor da Escola de Direito da Universidade de Wisconsin-Madison. "Até o momento, não vimos nenhum indício de irregularidades sistemáticas na contagem de votos".

Na quarta-feira, o gerente de campanha de Trump, Bill Stepien, disse em um comunicado que as ações judiciais visam garantir que os votos legais sejam contados.

"As ações não têm mérito", disse Bob Bauer, parte da equipe legal e Biden. "Elas são concebidas para dar à campanha de Trump a oportunidade de argumentar que a contagem de votos deveria parar. Não parará".

Para as ações terem impacto, a corrida teria que depender dos desfechos em um ou dois Estados separados por alguns milhares de votos, de acordo com especialistas.

No Michigan e na Pensilvânia, Trump pediu aos tribunais que interrompessem temporariamente a contagem de votos porque observadores de sua equipe supostamente foram impedidos de acessar o processo de contagem.

Na Suprema Corte, a equipe está tentando invalidar votos enviados pelo correio que tiverem sido enviadas até o dia da votação, mas que chegarem no final de sexta-feira, na Pensilvânia.

Na Geórgia, a equipe de Trump pediu a um juiz que exija que o condado de Chatham separe cédulas que chegaram tarde para que elas não sejam contadas -- mas o caso foi rejeitado nesta quinta-feira, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

Especialistas disseram que ações civis e alegações de fraude visam suavizar o golpe da perda da Presidência questionando o processo.

Biden diz que vai ganhar eleição dos EUA e pede paciência durante apuração

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WILMINGTON, Delaware (Reuters) - O candidato democrata Joe Biden disse nesta quinta-feira não ter dúvida de que vai derrotar o presidente Donald Trump e conquistar a Presidência dos Estados Unidos, e pediu que as pessoas mantenham a calma à medida que os votos são contados.

"Não temos dúvida de que quando a contagem for finalizada, a senadora Harris e eu seremos declarados os vencedores. Então, peço a todos que fiquem calmos... O processo está funcionando", disse Biden em pronunciamento a jornalistas, citando a companheira de chapa, senadora Kamala Harris.

Equipe de Trump ataca especialista da Fox News que apontou vitória de Biden no Arizona

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(Reuters) - A equipe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou nesta quinta-feira o responsável do canal de notícias Fox News pela projeção que deu a vitória eleitoral ao candidato democrata Joe Biden no Estado do Arizona, chamando-o de "democrata eleitor de Clinton e doador de Biden".

Com o Arizona na coluna de Biden, o democrata teria 264 dos 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para chegar à Casa Branca, número que o deixa muito próximo da vitória e estreita o caminho de seu adversário republicano à reeleição. 

O website da campanha eleitoral de Trump disse que o diretor da "secretaria de decisões" Arnon Mishkin "garantiu de maneira prematura o Arizona para Joe Biden antes que fossem contadas centenas de milhares de cédulas. Até analistas eleitorais com tendências de esquerda como Nate Silver (da 538) criticaram a decisão, mas Mishkin permanece com sua decisão terrível apesar disso e se recusando a retirar essa decisão sem justificativa".

O site acrescenta que Mishkin "tem um longo histórico de doação aos democratas, incluindo para a campanha de Obama e Biden de 2008".

O canal Fox News, controlado pela Fox Corp de Rupert Murdoch, se recusou a comentar. Mishkin não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários.

A rede projetou às 23h20 (horário local) de terça-feira que o ex-vice-presidente Biden venceria a disputa no estado crucial do Arizona, no sudoeste do país, em um momento em que Mishkin disse que "cerca de 80 por cento" dos votos já haviam sido contados. 

A Associated Press, que se baseia nos mesmos dados de pesquisas da Fox News, fez a mesma projeção três horas depois. Nenhuma das outras grandes redes de televisão até agora projetou um vencedor para o Arizona, dizendo que a diferença era pequena demais para uma definição com tantos votos pendentes para serem contados.

Mishkin disse que Trump teria que obter cerca de 60% dos votos que ainda não foram contados na noite de terça-feira, o que ele não acredita que seja possível. A Associated Press também baseou sua projeção sobre o Arizona na conclusão de que Trump não poderia se recuperar nas cédulas que faltavam para serem contadas. A campanha de Trump argumenta que o presidente pode tirar a diferença.

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Fonte:
Reuters

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