Trump declara vitória mesmo sem resultados finais, Biden ainda expressa confiança

Publicado em 04/11/2020 05:22 e atualizado em 04/11/2020 06:15

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WILMINGTON, EUA/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou vitória na eleição presidencial norte-americana do país, apesar de os resultados ainda não estarem claros e dos milhões de votos ainda não apurados. Já o seu rival, o democrata Joe Biden, ainda afirma confiança em vencer uma disputa que não estará resolvida até que alguns Estados completem a contagem dos votos nas próximas horas ou dias.

"Francamente, nós vencemos esta eleição", disse Trump após indicar vitória em vários Estados cruciais onde a apuração ainda estava em andamento.

Trump venceu nos Estados-chave da Flórida, Ohio e Texas, afastando as esperanças de Biden de uma vitória decisiva no início da apuração, mas Biden disse que caminhava para vencer a eleição com vitórias em três Estados cruciais da região do Cinturão da Ferrugem.

Biden, de 77 anos, quer vencer nos Estados do chamado "muro azul" --Michigan, Wisconsin e Pensilvânia-- que levaram Trump, de 74 anos, para a Casa Branca em 2016.

"Nos sentimos bem onde estamos", disse Biden no Estado de Delaware, onde mora, recebendo como resposta as buzinas dos carros de apoiadores que o ouviam. "Acreditamos que estamos a caminho de vencer esta eleição."

Trump tem repetido que o aumento na votação pelo correio levará a um aumento na fraude, embora especialistas em eleições afirmem que fraudes sejam raras e que a votação pelo correio é algo comum há tempos nas eleições nos Estados Unidos.

"Isso é uma fraude contra o povo americano", afirmou ele, sem apresentar qualquer evidência que respaldasse sua alegação. As leis eleitorais dos EUA determinam que todos os votos devem ser contados. Mais votos precisam ser apurados neste ano do que no passado, devido à grande votação por correio em meio à pandemia de coronavírus.

 Projeção da Edinson Research divulgada às 5h05 (horário de Brasília) mostrou o candidato democrata Joe Biden com 220 votos no Colégio Eleitoral que decide o resultado das eleições presidenciais nos Estados Unidos, contra 213 do atual presidente, o republicano Donald Trump.

Para vencer a eleição e chegar à Casa Branca são necessários 270 votos no Colégio Eleitoral.

Trump lidera na decisiva Flórida

No decisivo Estado da Flórida, necessário para o republicano em sua busca pelos 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para ganhar a Presidência, Trump liderava com 51,2% ante 47,8% de Biden, com 94% dos votos apurados. Os votos do Colégio Eleitoral são atribuídos a cada Estado, em parte com base em sua população.

Biden disputava lado a lado com Trump o também decisivo Estado da Carolina do Norte, com Trump ligeiramente à frente (49,8% contra 49%), com 89% dos votos apurados.

Em Ohio, outro Estado obrigatório para Trump, o presidente estava liderando, com 51,8% dos votos contra 46,8% do rival democrata, com 74% dos votos contabilizados. No Texas, Trump liderava com 51% dos votos, contra 47,6% de Biden, com 79% dos votos apurados.

Os eleitores, muitos deles usando máscaras e mantendo o distanciamento social para se protegerem contra o contágio pelo coronavírus, passaram por longas filas em algumas locações, e por curtos períodos de espera em muitas outras. Não houve sinais de perturbações ou violência em zonas eleitorais, como temiam algumas autoridades.

O vencedor -- que pode não ser determinado por dias -- irá liderar um país golpeado por uma pandemia que matou mais de 231 mil de pessoas e deixou milhões sem emprego, repleto de tensões raciais e de polarização política que apenas se intensificou durante a virulenta campanha.

Um terço dos eleitores norte-americanos escolheu a economia como a principal questão para escolher o próximo presidente, enquanto 2 em cada 10 citaram a Covid-19, de acordo com a pesquisa de boca de urna da Edison Research nesta terça-feira.

Biden, ex-vice-presidente democrata, colocou a condução de Trump da pandemia no centro de sua campanha e manteve uma liderança consistente nas pesquisas nacionais de intenção de votos sobre o presidente republicano.

Biden, de 77 anos, parecia ter múltiplos caminhos para a vitória no Colégio Eleitoral, a instituição que determina o vencedor, de Estado para Estado. Pelo menos 270 votos eleitorais, determinados pela população de cada Estado, são necessários para vencer.

Trump, de 74 anos, está com um número significativo de intenções de voto em diversos Estados cruciais, o suficiente para repetir o tipo de virada que conseguiu em 2016, quando derrotou a democrata Hillary Clinton apesar de perder o voto popular nacional por cerca de 3 milhões.

Apesar da divulgação dos primeiros resultados, a apuração pode continuar por dias.

"Estamos prontos para comemorar; nós francamente ganhamos as eleições" (no EL PAÍS)

O presidente Donald Trump fez um discurso no qual agradeceu pelo massivo apoio e afirmou que a interrupção da apuração em alguns Estados norte-americanos durante esta madrugada representa uma fraude. Contraditoriamente, acusou seus adversários de apelarem aos tribunais, mas afirmou que ele mesmo, Trump, irá recorrer à Suprema Corte do país para interromper a contagem dos votos.

Trump considera que já ganhou. "Estão tentando desvalorizar o voto dessas pessoas que me apoiaram. Estamos prontos para comemorar", discursou logo no início.

Trump citou Estados onde colheu bons resultados, como a Flórida, e dá como certa a vitória onde a disputa segue em aberto, como Georgia e Carolina do Norte. "E, mais importante, estamos vencendo na Pensilvânia, é difícil que nos alcancem". 

-- " “Milhões e milhões de pessoas votaram em mim. Mas um triste grupo está tentando tirar os direitos dessas pessoas. Estávamos nos preparando para uma grande festa. Vamos vencer tudo”, disse. “Um recorde, números nunca vistos. Veja a Flórida, ganhamos por muito. Também está claro que ganhamos a Geórgia. Eles não podem nos alcançar”, afirmou. Trump disse ainda que o estado do Arizona não está decidido. “E nós nem precisamos dele”, afirmou. (Pouco depois, porém, Biden foi declarado vencedor naquele estado). 

“Mas mais importante, estamos ganhando a Pensilvânia por uma tremenda vantagem. Estamos com mais de 600 mil votos de vantagem – isso não é nem perto. Será quase impossível nos alcançar. E estamos ganhando Michigan. Eu vejo os números, é muito. Ganhamos estados e de repente, o que aconteceu com a eleição?”, questionou.

Campanha de Biden diz ter advogados prontos se Trump levar eleição à Justiça

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WASHINGTON (Reuters) - A campanha do candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta quarta-feira que tem equipes jurídicas prontas se o atual presidente do país, o republicano Donald Trump, cumprir sua ameaça de ir à Justiça para tentar parar a apuração dos votos.

"Se o presidente cumprir sua ameaça de ir ao tribunal para tentar impedir a tabulação apropriada dos votos, nós temos equipes jurídicas de prontidão e preparadas para serem enviadas e resistirem a esses esforços", disse a gerente de campanha de Biden, Jen O'Maley Dillon, em comunicado.

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Fonte:
Reuters/El País

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