La Ninã: Resfriamento está acima da média e modelos indicam que fenômeno poderá ter intensidade forte
Produtores de todo o país seguem acompanhando a evolução do fenômeno La Niña nos próximos meses. De acordo com análise feita por Estael Sias, meteorologista da MetSul, o resfriamento segue acontecendo com intensidade. "O que a gente observa no mês de outubro, é que a temperatura só caiu. No mês de outubro a curva é só descendente, mostrando que o resfriamento é mais forte e persistente. A tendência é de que o declínio seja ainda maior", afirma.
Conforme o mais recente boletim da NOAA, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico Equatorial Central, a chamada região Niño 3.4, está em -1,4ºC, assim no limite da categoria de moderado (-1ºC a -1,4ºC) e forte (-1,5ºC a -1,9ºC). Já a região Niño 1+2, a do Pacífico Equatorial Leste, perto das costas do Peru e do Equador, teve uma anomalia na última semana de -1,2ºC.
Os números chamam atenção porque a baixa nas temperaturas já estão no limite para um La Niña de forte intensidade. "O que indica o último boletim da Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA) é que ainda tem água fria para emergir, ou seja, vai esfriar mais nas próximas semanas e a perspectiva continua sendo do ápice do fenômeno acontecer justamente em dezembro, janeiro e fevereiro".
A tendência é de uma diminuição nos volumes a partir de Novembro em toda a região Sul do Brasil. As projeções indicam precipitação irregular e abaixo da média na maior parte do Centro-Sul do Brasil agora no trimestre da Primavera e risco de estiagem no Verão no Rio Grande do Sul, principalmente no Oeste e no Sul do Estado.
O evento La Niña leva muito preocupação para o produtor do Rio Grande do Sul, que já enfrentou uma seca severa na safra passada, impactando diretamente a produção de grãos do estado. Além disso, Santa Catarina e Paraná também já enfrentam sinais da estiagem, que pode ficar ainda mais severa se o La Niña evoluir para intensidade forte no próximo trimestre.
Elmar Floss - Doutor em Agronomia, especialista em fisiologia e nutrição de plantas, destaca que a estiagem como consequência do La Ninã, acaba resultando em impactos severos para o desenvolvimento da soja. "O La Niña cria distúrbios nutricionais e hormonais na planta, queda de folha, flores e vagens", explica o especialista.
Destaca ainda que o produtor que fez uma boa cobertura de solo pode sentir os impactos com menos intensidade. "A orientação minimizar os impactos é que o produtor faça uso de bioativadores para introduzir os nutrientes necessários na planta", comenta.
Flossa aconselha ainda que o produtor coloque o bioativador no momento em que for fazer aplicação dos herbicidas, além de fazer uma adubação equilibrada. "Os modelos mais recentes seguem indicando um La Niña com intensidade e com certeza teremos a precipitação abaixo da média, umidade relativa do ar fora da normalidade e temperaturas mais baixas, tudo isso afetará as culturas de soja e milho", comenta.
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1 comentário
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Adriano Andrighetti Paim filho - RS
Não choveu nada em outubro. Daí em novembro vai parar de chover?? Tem que ter paciência pra ler essas notícias...