Milho: dólar pesa na B3 nesta 6ª feira e consultoria SAFRAS alerta para possível queda à frente

Publicado em 09/10/2020 16:44 e atualizado em 11/10/2020 11:03
Chicago subiu 4% na semana

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A sexta-feira (09) chega ao final com os preços do milho subindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas desvalorizações apenas na praça de Brasília/DF (3,45% e preço de R$ 56,00).

Já as valorizações apareceram em Pato Branco/PR e Cândido Mota/SP (0,85% e preço de R$ 59,20), Ubiratã/PR, Londrina/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (0,87% e preço de R$ 58,00), Eldorado/MS (0,90% e preço de R$ 55,80), Itapetininga/SP (1,54% e preço de R$ 66,00), São Gabriel do Oeste/MS (1,67% e preço de R$ 61,00), Jataí/GO e Rio Verde/GO (1,72% e preço de R$ 59,00), Amambaí/MS (3,33% e preço de R$ 62,00) e Campo Grande/MS (3,45% e preço de R$ 60,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, os participantes do mercado físico estão cautelosos com a volatilidade e o relatório do USDA que foi divulgado nesta tarde. “Hoje o dólar vai contra a tendência dos demais dias, enquanto os consumidores também evitam fazer grandes compras”.

Em uma Live realizada no Instagram da consultoria SAFRAS & Mercado, o analista de mercado Paulo Molinari, acredita que existe risco de grandes quedas nas cotações do milho brasileiro na virada de dezembro para janeiro.

“Os preços altos estão mais condicionados pela retenção do mercado do que pelas condições de mercado. As cotações seguem altas porque o produtor está bem capitalizado e não tem pressa de vender, mas pode haver uma concentração de vendas no final do ano e isso pressionar os preços”, diz Molinari.

Para este final de ano, o analista descarta risco de desabastecimento do mercado brasileiro, mas enxerga cenário diferente para o primeiro semestre de 2021 tanto na disponibilidade de produto quanto no movimento de preços.

“A safra de verão não é suficiente para atender toda a demanda do primeiro semestre. Esse rombo pode ser resolvido com redução no consumo ou com importações, mas elas estão muito caras neste momento”, pontua.

Molinari considera que a situação só deve melhorar com a chegada do volume da segunda safra a partir do mês de julho.

“Esse mês de outubro é muito importante pelo plantio da soja que está atrasado e vai atrasar a safrinha. Assim, ao invés do cereal entrar entre janeiro e fevereiro, vai entrar em fevereiro e março. Mesmo com a janela apertada, o produtor está animado, os preços estão altos e a área deve ser recorde novamente”, conta Molinari.

B3

Os preços futuros do milho operaram com muita volatilidade na Bolsa Brasileira (B3) neste último dia da semana. As principais cotações registravam movimentações entre 1,02% negativo e 0,01% positivo por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento novembro/20 era cotado à R$ 70,85 com perda de 0,24%, o janeiro/21 valia R$ 70,51 com desvalorização de 1,02%, o março/21 era negociado por R$ 70,10 com alta de 0,01% e o maio/21 tinha valor de R$ 65,61 com baixa de 0,44%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a Bolsa Brasileira acompanhou as movimentações do dólar nesta sexta-feira e os traders acabaram liquidando posições da B3.

Por volta das 16h24 (horário de Brasília), a moeda americana era cotada à R$ 5,53 com queda de 1,23% ante ao real.

Mercado Externo

Já os preços internacionais do milho futuro encerraram a sexta-feira valorizados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 6,50 e 8,00 pontos ao final do dia.

O vencimento dezembro/20 era cotado à US$ 3,95 com valorização de 8,00 pontos, o março/21 valia US$ 4,02 com elevação de 7,50 pontos, o maio/21 era negociado por US$ 4,06 com ganho de 6,75 pontos e o julho/21 tinha valor de US$ 4,09 com alta de 6,50 pontos.

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última quinta-feira, de 2,07% para o dezembro/20, de 2,03% para o março/21, de 1,75% para o maio/21 e de 1,49% para o julho/21.

Com relação ao fechamento da última semana, os futuros do milho acumularam valorizações de 4,22% para o dezembro/20, de 3,34% para o março/21, de 3,05% para o maio/21 e de 2,76% para o julho/21 na comparação com a última sexta-feira (02).

Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho subiram em uma rodada com apoio de dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que viu as estimativas de produção caírem e os estoques se estreitarem significativamente.

O USDA revisou a produção doméstica dos EUA para baixo em mais 178 milhões de bushels (4,521 milhões de toneladas), devido à menor área colhida e um modesto declínio no rendimento médio, agora em 178,4 bushels por acre (186,6 sacas por hectare). Isso coloca as estimativas de produção atuais da agência em 14,722 bilhões de bushels (373,938 milhões de toneladas).

O relatório reduziu também as estimativas para o milho usado para etanol em mais 50 milhões de bushels (1,270 milhões de toneladas), após avaliar os dados mais recentes da US Energy Information Administration,e  os estoques finais em 336 milhões de bushels (8,534 milhões de tonelads), caindo de 2,503 bilhões de bushels (63,576 milhões de toneladas) em setembro para 2,167 bilhões de bushels (55,041 milhões de toneladas) neste mês.

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Tags:
Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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