EUA vendem 71,1 mil t de arroz ao Brasil; volume no ano já é o maior desde 2003
O governo dos Estados Unidos informou nesta quinta-feira o registro de venda de mais 71,1 mil toneladas de arroz ao Brasil, conforme dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em um momento em que brasileiros recorrem a origens atípicas do produto para lidar com preços recordes do produto.
Com o registro desta quinta-feira, o total contabilizado pelo USDA de arroz norte-americano vendido ao Brasil chega a 108,3 mil toneladas neste ano.
O volume total já se configura como a maior venda de arroz dos EUA ao Brasil em um ano desde 2003, quando brasileiros importaram ao todo 486,45 mil toneladas, conforme dados do governo norte-americano.
Na semana passada, a associação do setor Abiarroz informou à Reuters que os EUA devem responder pela maior parte do fornecimento nas compras recentemente feitas fora de países do Mercosul, desde que o Brasil implementou uma cota sem tarifa extra bloco comercial de 400 mil toneladas até o final do ano.
Dentro do Mercosul, as importações não pagam tarifas, que variam de 12% para o grão beneficiado e 10% sobre o produto em casca.
Além de 100 mil toneladas de arroz em casca dos EUA, a Abiarroz estimou compras de 70 mil toneladas do produto da Índia e 18 mil da Guiana.
Apesar das importações, os preços do arroz seguem em patamares elevados.
A cotação da saca de 50 kg do arroz no Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, atingiu 104,29 reais na quarta-feira, perto do máximo histórico, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq / USP.
O recorde, de 106,24 reais por saca, foi registrado pelo Cepea no último dia 23.
Os preços estão elevados após um maior consumo do produto durante uma pandemia, com crescimento estimado em 2020 de cerca de 5% pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para quase 11 milhões de toneladas.
Isso ocorre após o país ter entrado no ano com estoques relativamente pequenos, nos menores níveis desde 2014, pelo menos, segundo a Conab.
Simultaneamente, as exportações brasileiras aumentaram mais de 70% nos oito primeiros meses do ano, para 1,15 milhão de toneladas, com um câmbio favorável ajudando a reduzir a oferta interna, conforme dados do governo, enquanto as --em sua maioria de países vizinhos-- declinaram 17% nos primeiros oito meses do ano, para 417,4 mil toneladas.
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