Brasil recebe de 27% a 41% a menos pela carne bovina exportada do que seus concorrentes
Nesta semana, os pesquisadores do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa analisaram os vinte maiores países exportadores de carne bovina fresca, resfriada e congelada em quantidade, agrupando-os de acordo com o volume exportado e o preço cobrado. Foram feitas duas divisões: uma no preço, de US$5,00 por kg, e outra na quantidade, de 850.000 TEC (tonelada equivalente carcaça), o que os separou em quatro grandes grupos (quadrantes): 1) Preço baixo e quantidade alta; 2) Preço e quantidade altos, 3) Preço alto e quantidade baixa e 4) Preço e quantidade baixos.
Pode-se dizer que o melhor quadrante é o de maiores preço e quantidade, no qual estão EUA (US$ 7,17) e Austrália (US$ 5,76), mas uma ressalva deve ser feita: o maior preço precisa vir acompanhado de eficiência produtiva; caso contrário, as margens ficam reduzidas pelos altos custos de produção. Sendo assim, o ideal é buscar uma posição em que a carne bovina é percebida como de alto padrão, remunerada de acordo com sua real qualidade, mas sem onerar demasiadamente o produtor e a cadeia produtiva como um todo.
No quadrante de preço baixo e quantidade alta aparece o Brasil, que foi o maior exportador em volume no ano de 2019, com 1,56 milhões TEC, entretanto com preço médio entre os menores (US$ 4,17). É preciso entender o porquê de a carne bovina brasileira ser comercializada a um preço mais baixo do que a de seus principais concorrentes, bem como promover ações para que seu valor seja aumentado. Essas ações devem considerar o composto mercadológico (preço, produto, promoção e distribuição) da carne bovina brasileira, bem como os aspectos de produção, para que haja aumento da produtividade e da qualidade de acordo com as exigências dos mercados que pagam mais por um produto considerado de maior valor.
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