Soja recua em Chicago nesta 4ª, mas renova recorde de preços no mercado brasileiro
Os preços da soja no mercado brasileiro renovaram seus recordes nesta quarta-feira (22) acompanhando uma alta de mais de 2% do dólar frente ao real e dos prêmios.
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Os ganhos vieram mesmo com algumas perdas sendo registradas na Bolsa de Chicago. Assim, as referências no interior do país chegaram a registrar ganhos de até 5,56%, como foi o caso das praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, em Mato Grosso, onde os valores ficaram em R$ 133,00 e R$ 132,00 por saca.
"O mercado brasileiro está enxuto de oferta, há muitos compradores ainda, as indústrias precisam de produto para trabalhar esse restante de ano. Mercado gaúcho operou nesta quarta-feira com R$ 150,00 no interior, recorde histórico de cotação", explicou o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. "O farelo e óleo também têm recorde histórico, com R$ 2 mil e R$ 6 mil por tonelada e isso, automaticamente, valorizou a soja mesmo com Chicago em banho-maria".
Assim, os preços da soja no mercado nacional precisariam de notícias muito fortes que os fizesse perder o recorde e o suporte. Os negócios só não são mais intensos porque a oferta disponível é muito ajustada e a safra nova já foi muito comercializada, o que mantém o foco dos produtores, neste momento, focados no plantio.
"Já estamos na segunda semana de plantio liberado no Paraná e poucas áreas receberam chuvas adequadas. E o Paraná é importante, com uma safra que deve vir de 20 a 22 milhões de toneladas e se tivermos algum problema (mais extenso) de clima isso afeta o mercado global", complementa Brandalizze.
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MERCADO EM CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja terminaram o dia com perdas de pouco mais de 5 pontos nos principais contratos. Com esse recuo, o vencimento janeiro fechou com US$ 10,18 e o maio, US$ 10,10 por bushel. O mercado, segundo explicaram analistas e consultores, afirmam que o mercado seguiu realizando lucros na CBOT nesta quarta, depois do ganho acumulado neste mês de 10%.
A colheita da safra 2020/21 de grãos dos EUA está a pleno vapor e, como tradicionalmente acontece, exerce certa pressão sobre as cotações da soja e do milho na Bolsa de Chicago. Embora a demanda seja consistente e frequente - no caso de ambas as culturas - a entrada efetiva de duas ofertas robustas pesa sobre o andamento dos preços.
"As previsões do tempo e as atuais condições favorecendo o ritmo rápido da colheita e melhorando as condições da safra, além das perspectivas de grandes estoques finais fizeram com que os futuros do milho recuassem no pregão desta quarta-feira. E a pressão da colheita pesou também sobre o mercado disponível norte-americano", explica Jacquie Holland, analista de mercado do portal americano Farm Futures.
Na outra ponta do mercado, o suporte continua vindo da demanda da China nos EUA. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma nova venda de 258 mil toneladas de soja. Foram 132 mil toneladas para a China e 126 mil para destinos não revelados. O volume é todo da safra 2020/21.
Números apurados pela Agrinvest Commodities mostram que, nos últimos dois meses, há um total de vendas dos EUA para a nação asiática de 11,22 milhões de toneladas de soja e 10,25 milhões de toneladas de milho. Os dados, mais uma vez, reforçam a necessidade dos chineses de recomposição de estoques, garantia da segurança alimentar e tentativa de cumprir as metas da fase um do acordo comercial firmado entre Washington e Pequim.
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