USDA informa venda de mais de 600 mil t de soja e 120 mil de milho nesta 5ª

Publicado em 17/09/2020 11:57

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A quinta-feira (17) é de novas vendas de soja e milho dos EUA para a China e demais destinos, segundo informações dos reportes diários do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Foram 624,5 mil toneladas de soja - sendo 264 mil para a nação asiática e 360,5 mil para destinos não revelados. Do grão, foram 120 mil toneladas, também para destinos 'desconhecidos'. O volume é todo da safra 2020/21.

Segue a confirmação da necessidade chinesa por grãos. Além da conhecida demanda do país pela oleaginosa, a demanda pelo cereal é maior este ano, depois de problemas climáticos bastante severos provocarem perdas consideráveis na safra chinesa. Tufões alcançaram regiões produtoras importantes e 

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Assim, a guerra comercial entre os dois países - que continua em curso - acaba por se tornar um fator marginal diante do consumo maior. E não só a guerra comercial, como o fato de a soja americana vir se tornando mais cara para os chineses, diante de prêmios bastante elevados no mercado norte-americano. Apesar de estar prestes a inicar a colheita de uma safra grande nos EUA, mesmo com algumas perdas causadas também pelo clima adverso, o país já conta com um elevado percentual comercializado e, neste momento, um interesse de venda por parte do produtor americano um pouco mais limitado, acreditando que pode encontrar preços melhores. 

"Se observamos a disputa por espaço, principalmente no Golfo, mas também pelos portos do Pacífico, é possível ter uma ideia dessa movimento. A China está comprando muita soja e milho - e a temporada americana iniciada na semana passada será a maior em termos de volume comprometido para exportação, com 30 milhões de toneladas de soja e 19 de milho, e a maior parte disso é China. E a China está querendo embarque mais curto, isso quer dizer que temos muito produto para ser embarcado de outubro a dezembro, isso gera uma disputa por espaço e encarece a coisa toda", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities. 

A China, ainda de acordo com o especialista, precisaria comprar de 8 a 10 milhões de toneladas e faria isso em um intervalo de seis a oito semanas para estar adequadamente abastecida, com um movimento já sendo observado de 30 a 40 navios por semana. Tais operações continuam a dar suporte às cotações da oleaginosa na Bolsa de Chicago, porém, uma junção do início da colheita americana e mais o feriado nacional na nação asiática de 10 dias poderia exercer alguma pressão sobre as cotações. 

"Se a China continuar comprando até completar esse volume de 8 a 10 milhões de toneladas e sair do mercado, ela poderia ficar fora porque já tem muita soja americana comprada, só precisa embarcar e a partir de fevereiro já tem muita soja comprada do Brasil. Assim, ela já estaria coberta até meados de março a abril do ano que vem e poderia comprar em um ritmo menor", completa Vanin. 

COMPRAS X BOLSA DE CHICAGO

O mercado da soja testou rápidas baixas na Bolsa de Chicago no pregão desta quinta-feira, porém, logo voltou a subir com as novas compras da China nos EUA e as boas vendas semanais norte-americanas para exportação, e assim continua operando acima dos US$ 10,00 por bushel. Assim, por volta de 11h40 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 1,75 e 3,25 pontos nos principais vencimentos, levando o janeiro a US$ 10,18 e o maio a US$ 10,16. 

Com a China mais leve no mercado, todavia, o anlista da Agrinvest acredita que poderia haver certo reajuste para baixo nos futuros da oleaginosa, principalmente porque desencadearia um movimento de venda de posições por parte dos fundos de investimento. 

"Os fundos estão muito comprados no complexo em 40 milhões de toneladas - equivalente grão, somando grão, farelo e principalmente óleo - e o recorde foi 50 milhões de toneladas na safra 2014/15 milhões de toneladas. Assim, os fundos estão já muito comprados e caso a demanda saia dos EUA não há muita sustentação para o mercado", diz Vanin. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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