Soja registra rally mais longo em 40 anos e fecha acima dos US$ 10 em Chicago; demanda em foco
Os preços da soja fecharam em alta e acima dos US$ 10,00 por bushel na Bolsa de Chicago no pregão desta segunda-feira (14). O novembro/20 fechou com US$ 9,99, mas o março, o maio e o julho/21 valendo US$ 10,02 por bushel. "O clima e a demanda são os dois principais fatores nesse momento", explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities. Assim, a semana começa positiva e com os preços renovando, novamente, suas máximas em mais de dois anos.
De acordo com a Bloomberg, os futuros da soja registram seu rally mais longo em 40 anos na Bolsa de Chicago e atribui esse movimento, principalmente, às compras da China no mercado norte-americano. E nesta segunda, mais vendas foram reportadas para a nação asiática e mais destinos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), dando certa consistência aos US$ 10,00. E vendas para o milho também foram informadas.
Dos totais, foram 350 mil toneladas de milho para a China e 106 mil toneladas para o Japão; 129 mil toneladas de soja para a China e outros 318 mil para destinos não revelados. "Os programas de exportação de soja e milho dos EUA estão muito fortes", explicaA Agrinvest.
Além das vendas diárias, o USDA ainda trouxe bons números dos embarques semanais norte-americanos, os quais estão 49% acima no acumulado da temporada em relação ao mesmo período da anterior. Os embarques semanais norte-americanos de soja foram de 1,283,936 milhão de toneladas, enquanto o mercado esperava algo entre 800 mil e 1,5 milhão de toneladas. Em todo ano comercial, o total já chega a 1,849,421 milhão de toneladas.
Enquanto isso, o mercado ainda reflete os números menores para a safra norte-americana - em pouco mais de 117 milhões de toneladas - divulgados também pelo USDA na última sexta-feira (11), em seu boletim mensal de oferta e demanda, enquanto o consumo é forte e crescente. "E os problemas de clima nos EUA ainda não terminaram, eles precisam de mais pluviometria", explica Ênio Fernandes, consultor em agronegócios da Terra Agronegócios.
No paralelo, o mercado acompanha ainda o cenário climático para o Brasil, onde o plantio já está autorizado em algumas regiões, mas que ainda sofre com a falta de chuvas. Há mudanças nos padrões observadas nos modelos deste início de semana, porém, sem caracterizar efetivamente a chegada da estação chuvosa no país. Segundo informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), há duas massas de ar frio que podem chegar e derrubar as temperaturas, porém, não suficientes para romper o bloqueio atmosférico da região Central.
MERCADO BRASILEIRO
Os preços subiram em quase todo Brasil nesta segunda-feira, acompanhando os ganhos no mercado futuro norte-americano. As bolsas altas de Chicago e os prêmios ainda fortes pelo produto nacional, be como a disputa entre os exportação e demanda interna pelo pouco produto disponível, seguem dando espaço para indicativos bastante sustentados.
As altas chegaram até 2,36%, para alcançar os R$ 130,00 em Ponta Grossa, no Paraná; em Brasília/DF, o avanço foi de 3,05% para R$ 135,00 por saca. Nos portos, os preços continuam acima dos R$ 135,00 nas principais referências para a soja disponível. Para a nova safra são referências acima dos R$ 120,00 como no terminal de Santos, onde o valor da saca ficou em R$ 124,00, com alta de 1,64%.
Os negócios, porém, são apenas limitados. O mercado já registra um elevado volume comercializado e, diante das atuais preocupações climáticas, se atém mais aos trabalhos de campo neste momento.
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