Indicador do arroz rompe patamar inédito dos R$ 100 /sc , com maior consumo interno e exportações em alta

Publicado em 03/09/2020 18:18 e atualizado em 03/09/2020 20:26
Lucilio Alves - Pesquisador do Cepea
Nos últimos 10 anos, apenas 2 foram positivos para o produtor. Sem recursos para novos investimentos, oferta deve seguir estagnada em 2021

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Indicador do arroz rompe patamar inédito dos R$100 /sc , com maior consumo interno e exportações em alta

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Um choque entre a oferta ea demanda foi o principal fator para que o preço da saca de arroz batesse seu recorde, chegando ao patamar de preços em R$ 100 / saca. Para explicar esse movimento, Lucílio Alves, pesquisador do Cepea, lembrou que nos últimos 10 anos o produtor de arroz não teve rendimentos o suficiente para pagar seus investimentos. Isso fez com que muitos produtores migrassem para outras culturas, o que acabou delimitando a oferta do produto. No entanto, durante a quarentena causada pela pandemia do Covid-19, a demanda por arroz aumentou gradualmente, possibilitando a escalada de preços.

O câmbio também foi um fator extra, já que favoreceu a exportação. Além disso, os estoques para este ano foram baixos, acarretando em menor oferta para o mercado. Fatores que indicam que os preços do arroz não devem reduzir tão cedo: "A próxima safra virá após fevereiro do ano que vem, sendo que até lá a única solução seria a importação do produto. Porém, o produto importado não chega com preço tão copetitivo quanto o produto nacional, o que significa uma tendência para a manutenção desse patamar", alertou o pesquisador.

No entanto, o cenário atual não é parâmetro para o futuro, já que após o fim da pandemia a demanda por arroz poderá mudar. Além disso, será necessário avaliar como os produtores irão se comportar e se os preços valorizados serão o suficiente para incentivá-los a aumentarem suas áreas de produção. Por isso, Lucílio acredita ser cedo ainda para defenir um novo patamar de preços, mas que a possibilidade dessa manutenção existe.

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Por:
Aleksander Horta e Ericson Cunha
Fonte:
Noticias Agrícolas

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