Sindicato contabiliza morte de bovinos após frio intenso no Mato Grosso

Publicado em 24/08/2020 16:11 e atualizado em 24/08/2020 17:27
Até a tarde desta 2ª os números chegavam a 500 cabeças da raça Nelore; pecuarista estima prejuízo de R$ 170 mil

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O frio intenso que atingiu o Brasil nos últimos dias chegou ao Mato Grosso e provocou a morte de bovinos em fazendas localizadas nos municípios de Reserva do Cabaçal e Salto do Céu. Segundo o Sindicato Rural de São José dos Quatro Marcos a soma já chega a 500 cabeças de animais da raça Nelore, a mais suscetível a sentir os impactos das baixas temperaturas. 

"Nós estávamos com temperaturas entre 38 e 39 graus nas últimas semanas e de repente tivemos a sensação de 0 grau na região, os animais não resistem ao frio tão intenso", afirma Alessandro Casado, presidente do Sindicato. De acordo com Casado, o frio mais intenso foi registrado na madrugada de sábado para domingo (23), refletindo também na produção leiteira local. "Já temos uma quebra entre 10 e 20% na produção de leite. Agora está esquentando, mas mesmo assim é uma quebra muito significativa", afirma. 

Alessandro destaca que apesar das temperaturas já estarem mais altas pecuaristas ainda estão fazendo aplicação de remédios para tentar recuperar animais que ficaram debilitados devido ao frio intenso. "Agora nós vamos começar a fazer um acompanhamento climático mais avançado e e tomar medidas de proteção, como unir mais o gado e fazer barreiras de proteção", comenta Alessandro. 

O proprietário da Fazenda Iruama e pecuarista, Amauri Nazário Pinheiro, informou que vinte animais, do seu rebanho de nelore puro, morreram em decorrência das baixas temperaturas e o prejuízo já está estimado em R$ 170 mil. “Cheguei na fazenda no sábado de manhã e encontrei doze animais mortos e oito garrotes já deitados, infelizmentes esses animais não ressistiram e morreram logo durante o final de semana", disse em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

Em um raio de 5 km mais de 100 cabeças de gado morreram e a expectativa é que esse número aumente daqui alguns dias. "Nas propriedades vizinhas tem animais que estão deitados e que os produtores estão tentando salvar com medicamentos, mas nada garante que eles vão sobreviver já que a sensção térmica na madrugada de sexta-feira para sábado chegou a atingir zero graus", afirmou.

 

O pecuarista relatou que não estava preparado para as quedas nas temperaturas e que os animais que foram atingidos eram os mais jovens do rebanho e que, geralmente, ficam no pasto. "No nosso estado nunca tivemos relatos de temperaturas tão baixas, como foram observadas neste final de semana. Por isso, não tivemos tempo hábil de levar os animais para um local fechado", comentou o Amauri.

Nelore e animais novos tendem a sofrer mais com o declínio nas temperaturas

A pesquisadora, zootecnista e especialista em conforto térmico, Fabiana Villa Embrapa Gado de Corte explica que os animais mais novos e da raça Nelore são os que mais podem sofrer com as quedas nas temperaturas. "O Nelore por exemplo, suporta as temperaturas mais altas, mas pode não se adaptar ao declínio da temperatura", comenta. Ainda de acordo com a pesquisadora, o maior problema não está na baixa temperatura, mas sim no fato delas acontecerem de uma hora para outra. 

Fabiana destaca ainda que além do Nelore, os animais mais novos também podem senrir os impactos das baixas temperaturas. "O organismo desse animal ainda não está preparado para esse tipo de mudança. Com o frio intenso, os processos metabólicos podem parar e o animal pode morrer de hipotermia", comenta. 

Segundo a especialista, o produtor precisa estar atento às condições nutricionais do animal durante todo o ano, tendo em vista que as mudanças climáticas deverão acontecer cada vez com mais frequência. "É preciso garantir o bem estar animal, sobretudo com a mineralização correta. Um animal que já estiver debilitado, com uma nutrição ruim ou fraca, com certeza sentirá os impactos do frio", comenta. 

>>> Veja notícia completa aqui 

https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/boi/266545-frio-no-centro-oeste-nelore-e-animais-novos-tendem-a-sofrer-mais-com-o-declinio-nas-temperaturas.html#.X0QQK8hKjIU

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Tags:
Por:
Andressa Simão e Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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