Cancro cítrico cresce 15% em relação a 2019 e incidência de CVC se mantém baixa
O cancro cítrico está presente em 17,26% das árvores do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. Essa incidência corresponde a 34 milhões de plantas, valor 15% superior ao registrado em 2019, de 15,01%. Os dados são do levantamento de doenças do Fundecitrus.
O aumento de árvores com cancro cítrico era esperado depois que o estado de São Paulo adotou, em 2017, o status fitossanitário de Área Sob Mitigação de Risco (SMR), que permite a manutenção de plantas sintomáticas nos pomares.
Apesar disso, o pesquisador do Fundecitrus Franklin Behlau destaca que, ao longo dos anos, a pesquisa conseguiu modernizar o manejo da doença, tornando-o mais assertivo e sustentável. “Hoje, é possível neutralizar ou minimizar as perdas pelo cancro cítrico usando menor quantidade de cobre e água nas aplicações, que devem ser realizadas durante período definido para maior eficiência na proteção de frutos. Além disso, atualmente, sabe-se que o uso de medidas complementares, como o quebra-vento, tem maior benefício em condições específicas, que dependem das características do pomar e destino da produção”, explica.
As regiões com maiores incidências da doença são Votuporanga (75,50% de plantas doentes), São José do Rio Preto (46,63%), Bebedouro (34,64%) e Matão (26,83%).
O cancro cítrico ocorre em todos os estratos de idade de árvores, mas o mais afetado é o com idade entre 3 e 5 anos, com 21,10% das plantas com a presença da doença. Nas outras faixas de idade, as incidências são parecidas, sendo de 12,49% na idade de 0 a 2 anos, 19,07% entre 6 a 10 anos e 16,36% para as árvores acima de 10 anos. Em relação ao tamanho das propriedades, as menores, com até 10 mil árvores, são as mais afetadas (30,32%).
Pequena incidência de CVC
O levantamento de 2020 mostrou também que a incidência de árvores com CVC continua em queda ano após ano em todo o parque citrícola. A incidência média passou de 1,71%, em 2019, para 1,04%, em 2020, o que corresponde a aproximadamente 2 milhões de plantas. As árvores afetadas pela doença apresentam frutos pequenos, duros e que amadurecem precocemente, reduzindo a produtividade.
A maior incidência foi encontrada na região de Votuporanga (3,43%), seguida de Matão (2,76%), Limeira (2,50%), Porto Ferreira (1,85%), São José do Rio Preto (1,31%), Altinópolis (1,15%) e Bebedouro (0,83%). No Triângulo Mineiro e em Duartina, Brotas, Avaré e Itapetininga, a CVC não foi detectada.
A maior parte das plantas afetadas apresentam sintomas iniciais da doença. “Tendo em vista que as perdas estão associadas à ocorrência de sintomas mais severos, as perdas atribuídas à CVC devem ser, na média, muito baixas no parque citrícola”, finaliza o gerente-geral do Fundecitrus, Juliano Ayres.
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