Soja: Demanda mais forte da China nos EUA no último trimestre pode amenizar pressão da chegada da nova safra americana

Publicado em 17/07/2020 10:48 e atualizado em 17/07/2020 15:14
Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing
Comercialização nos EUA ainda caminha de forma mais contida, com produtor americano à espera de preços melhores. Cotações da oleaginosa estão próximas do ponto de equilíbrio, enquanto milho segue bem abaixo dos custos de produção.

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Entrevista com Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing sobre a Comercialização Safra 2020/21 dos EUA

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A comercialização de grãos nos EUA está mais comedida neste momento, com o produtor americano esperando por oportunidades melhores e preços em patamares um pouco mais elevados, que possam garantir a eles uma melhor competitividade. "Neste último ganho de preços que vimos em Chicago que o produtor começou a retomar vendas, mas principalmente da soja armazenada (safra 2019/20)", explica o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (17). 

Ainda como explica Edwards, além do preço baixo, as exportações muito fortes de soja pelo Brasil no primeiro semestre também contribui para este atraso das vendas antecipadas norte-americanas. Da mesma forma, porém, a notícia agora de que as importações brasileiras estão mais fortes começa a promover alguma mudança no comportamento dos produtores dos EUA. 

Assim, daqui em diante, o foco deverá se voltar para o andamento das vendas da safra 2020/21, já que, sazonalmente, a chegada da oferta da nova temporada pressiona os preços na Bolsa de Chicago, o que não deverá ser diferente. Todavia, a demanda pela soja norte-americana, principalmente por parte da China, deverá se intensificar no último trimestre do ano. 

"Como comprador, é uma oportunidade para que você tem para conseguir compre soja mais barata, e a China quer deixar para comprar tudo o que precisa próximo da safra dos Estados Unidos. O que é interessante sobre as exportações desta semana é de que este não seria o momento para comprar soja, mas a China está comprando um volume consideravelmente nos EUA, o que mostra que ela quer soja e, principalmente, quer para entrega depois da safra", diz o consultor americano. 

Assim, com a confirmação de uma concentração maior das compras chinesas no mercado norte-americano nos últimos três meses do ano pode ser um fator importante de suporte aos preços, que já estarão naturalmente com a chegada da nova safra. 

As estratégias de comercialização dos sojicultores dos EUA contabilizam ainda o fato de que a nova temporada do Brasil - estimada pelo USDA em 131 milhões de toneladas - já tem mais de 40% comprometida com a comercialização. "O fato é que o produtor brasileiro tem pouca soja para vender e quem precisa tem que negociar com o produtor americano e pagar um preço que ele esteja disposto a vender", afirma Edwards. 

DESENVOLVIMENTO DA SAFRA 2020/21

E embora o mercado internacional se foque bastante no andamento dos negócios com soja e milho nos EUA neste momento, a questão central, como afirma o consultor da Roach Ag Marketing, são as condições climáticas no Corn Belt. E as chuvas deste final de semana serão determinantes para o caminho dos preços dos grãos em Chicago na próxima semana. 

"Estamos em um período do ano em que chuvas são críticas e que começam a ser esparsas. Chuvas generalizadas, que beneficiam todas as lavouras são menos frequentes. É um risco normal da lavoura, e esse risco é precificado, geralmente, um pouco antes, mas não é fora do comum termos oscilações ainda em julho como estamos vendo ou podemos ver", diz o analista. 

Até este momento, as perspectivas são de uma safra cheia vinda dos EUA, com problemas que, até este momento, são apenas pontuais. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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