Pecuaristas destacam a importância da sucessão familiar e do uso de novas tecnologias para se manter na atividade
Nesta quarta-feira (15), é comemorado o dia de um profissional imprescindível à economia e ao agronegócio brasileiro, o pecuarista. Entre os avanços na área ao longo dos anos, seja na área de genética, reprodução, sanidade animal, tecnologia, abastecimento interno ou exportação.
A data comemorada este ano traz um desafio jamais experienciado pelo setor, uma pandemia global, que não trouxe tantos impactos para o setor que vive um cenário de oferta restrita de animais e exportações aquecidas.
Nesta data especial, o Notícias Agrícolas traz histórias de pecuaristas, que relatam suas trajetórias de vida, envolvendo sucessão familiar, mudança de culturas nas propriedades rurais, muito aprendizado, até atingirem o sucesso na área.
A história do Diretor da CV Nelore Mocho, Ricardo Viacava reflete exatamente todo esse processo de sucessão familiar. Ricardo teve a oportunidade de passar a infância na fazenda localizada em Paulínia, no interior de São Paulo, que foi comprado no ano do seu nascimento pelo seu pai, Carlos Viacava. “No ano em que eu nasci meu pai comprou uma propriedade em Paulínia, onde eu tive a oportunidade de passar a infância e a felicidade de aprender e a gostar da vida no campo”, relata.
Antes de investir na pecuária de corte, a propriedade da família tinha lavoura de café e chegaram a produzir leite e depois investiram na laranja. Só em 1986, a família Viacava passou a criar gado nelore. Ricardo foi acompanhando o desenvolvimento da empresa e pegando o gosto pela a pecuária.
Diretor da CV Nelore Mocho, Ricardo Viacava, em sua propriedade em Paulínia/SP |
Foto enviada pela a assessoria
Após se formar em administração de empresas e trabalhar brevemente no mercado financeiro, Viacava decidiu abandonar o emprego e se dedicar a propriedade da família. “Em 1997 surgiu à oportunidade de trabalhar com os negócios conduzidos por meu pai, e aí comecei a me dedicar a Agropecuária finalmente”, comentou.
O Diretor-Secretário da Famasul, Frederico Stella Borges, também começou trabalhar com pecuária após acompanhar a sua mãe a frente da propriedade da família localizada em Aquidauana, no estado do Mato Grosso do Sul. “Após concluir o curso de Engenheira Agronômica, fui trabalhar com a minha mãe e conduzimos a propriedade por anos juntos. Agora, eu cuido da propriedade sozinho”, contou.
Stella relata que ter um conhecimento teórico é muito importante para atuar na atividade, mas que o dia a dia é que é possível adquirir novas experiências e técnicas. “Nossa propriedade é no pantanal e algumas técnicas que aprendemos na faculdade são diferentes do campo. Por isso, é importante conciliar as duas formas de aprendizados para ter uma gestão mais eficiente”, ressalta.
A história do Ricardo e Frederico é muito semelhante dos demais pecuaristas ao redor do Brasil, que começam a ter experiência com a atividade na propriedade da família. “É incrível como a tecnologia tem sido cada vez mais utilizada no campo e o processo de sucessão familiar contempla isso. As novas gerações estão amplamente conectadas a este cenário e, juntamente com seus pais, contribuirão bastante para a maior produção em menor espaço”, pontuou Rodrigo Capella, diretor geral da Ação Estratégica – Comunicação e Marketing no Agronegócio.
Sustentabilidade
Depois de vinte a frente dos negócios, Viacava conduz um rebanho produtor de genética melhoradora no Nelore Mocho, um programa de integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF), com foco na produção sustentável economicamente e ambientalmente.
Com relação à sustentabilidade, Ricardo aponta que é possível aumentar a produtividade e encurtar o ciclo pecuário e contribuir desta forma com a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.
O Brasil ocupa um lugar de destaque no agronegócio, principalmente na pecuária que deve atrair muitos compradores internacionais e se tornar um grande produtor e exportador de alimentos para o mundo.“Temos que nos orgulhar de nosso papel e produzir com eficiência, sabemos que através do uso de tecnologias como melhoramento genético e Integração ILP ou ILPF podemos fazer mais alimentos e com qualidade”, comenta Viacava.
Custos de Produção
As cotações da arroba subiram de patamar no último ano diante da oferta restrita de animais e a demanda chinesa aquecida, porém nem sempre o cenário era de boas margens aos pecuaristas que já passamos por momentos bem difíceis de lucratividade e pouca remuneração. “Vivemos um momento econômico de preços na pecuária muito favorável, embora o mundo tenha sido assolado por esta pandemia”, apontou Ricardo.
Para se proteger da volatilidade dos preços da arroba, Frederico saliente é que preciso fazer um controle dos custos para se proteger em períodos de crise. “Na época das vacas magras é fundamental ter um custo baixo para passar por essa fase sem fazer dividas. Neste momento de preços valorizados, é o momento ideal para organizar as contas e fazer investimentos em genética e qualidade do rebanho”, diz Stella.
“Realmente a atividade tem seus ciclos e agora vemos um momento de pujança na pecuária, onde podemos realmente ver que o esforço e perseverança foram fundamentais para ter uma atividade com grande produtividade”, conclui Viacava.
0 comentário
Scot Consultoria: Mercado do boi gordo firme e subindo em São Paulo
Exportações de carne bovina avançam em receita e média diária até a quarta semana de novembro/24
EUA suspendem importações de gado mexicano após caso de bicheira
Preços da reposição sobem mais que boi gordo e quem adiou as compras já tem dificuldade para encontrar animais de cabeceira
Carina FIV do Kado, a vaca recordista mundial de valorização: R$ 24 milhões
Radar Investimentos: Arroba no mercado físico do boi gordo deve se sustentar na última semana de novembro