USDA deve aumentar área de soja e reduzir de milho EUA; estoques podem ficar menores
Nesta terça-feira, 30 de junho, dois novos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) serão divulgados, e carregam grande importância para o mercado. Um deles traz o reporte final da área plantada da safra 2020/21 do país, depois de condições exclentes para os trabalhos de campo, e o outro atualiza os estoques norte-americanos em 1º de junho de 2020.
Ao se comparar com o mesmo período do ano passado, a situação é totalmente inversa. A safra anterior dos Estados Unidos registrou um dos piores anos da história da agricultura norte-americana, todavia, a recuperação veio este ano. Em contrapartida, a demanda pelos produtos dos EUA ainda sofrem com a pouca participação da China dada a continuidade da guerra comercial entre os dois países.
Complementando a cena atual, há ainda todos os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus, os quais pesam diretamente sobre o consumo geral de commodities - agrícolas ou não - e pesam sobre estoques e preços.
"No ano passado, nesta mesma época, os produtores acabavam de experenciar as piores condições de plantio da história moderna dos EUA, o que causou grande alvoroço sobre as estimativas de plantio de milho, na época, em 37,11 milhões de hectares (91,7 milhões de acres), o que não deverá ser repetido este ano, já que as condições foram quase ideais, permitindo ao USDA muita margem para seus levantamentos desta vez", explica Todd Hultman, analista líder de grãos do portal norte-americano DTN The Progressive Farmer.
ÁREA DE PLANTIO
Assim, a média das expectativas do mercado para a área plantada com milho nos EUA é de 38,53 milhões de hectares, em um intervalo de 38,04 a 38,85 milhões. No fim das contas, a área do cereal na safra 2019/20 foi de 36,3 milhões de hectares.
Para a soja, se espera algo entre 34,12 e 34,64 milhões de hectares, com média de 34,3 milhões. Há um ano, a área destinada à oleaginosa foi de 30,8 milhões de hectares apenas.
As projeções para a área de trigo variam de 18,01 a 18,21 milhões de hectares, com média de 18,09 e contra os 18,28 milhões de 2019.
Em 30 de março, o USDA trouxe projeções preliminares de área de plantio do milho em 39,25 milhões de acres, para a soja de 33,8 milhões e para o trigo, 18,07 milhões.
ESTOQUES TRIMESTRAIS
Os estoques trimestrais de soja em 1º de junho são esperados em 37,58 milhões de toneladas - média das expectativas, as quais variam entre 34,7 e 40,55 milhões de toneladas. Há um ano, esse número era de 48,53 milhões e em 1º de março de 2020, de 61,32 milhões de toneladas.
O mercado espera ainda, para o milho, algo entre 123,17 e 137,29 milhões de toneladas, com média de 126,75 milhões. Em março, os estoques estavam em 202,02 milhões de toneladas e em junho do ano passado, 132,14 milhões.
As expectativas para os estoques trimestrais de trigo variam entre 25,17 e 27,16 milhões de toneladas, com média de 26,64 milhões. Há um ano, o número era de 29,39 milhões e há três meses, de 38,43 milhões de toneladas.
"As estimativas do USDA de estoques de grãos em 1º de junho são um dos relatórios mais práticos que o USDA oferece, e é importante porque a contabilidade dos estoques nos fornece uma boa verificação e equilíbrio em relação a todas as premissas teóricas incorporadas nas estimativas dos relatórios mensais de oferta e demanda", explica Hultman.
Entretanto, o analista norte-americano afirma ainda que notícias muito altistas para os preços não devem chegar deste relatório, uma vez que contabilizarão um período onde a demanda foi bastante afetada pela pandemia do coronavírus. "Qualquer surpresa que vier deste boletim deverá ser baixista", acredita.
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