Vendas de etanol do centro-sul caem menos com melhora no consumo e exportação
As vendas de etanol pelas unidades produtoras do centro-sul do Brasil reduziram as quedas em meio à pandemia de coronavírus, com uma melhora na demanda interna e maiores exportações, apontaram dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) nesta quarta-feira.
O volume vendido pelas usinas na primeira quinzena do mês somou 1,175 bilhão de litros, queda de 10,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, considerando etanol hidratado e anidro nos mercados interno e externo.
Em maio, contudo, quando mais segmentos da sociedade estavam adotando medidas de isolamento social, a redução havia sido de cerca de 27%, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Se as vendas totais ao mercado interno ainda caíram 17% na primeira metade de junho, elas tinham registrado baixa bem maior em maio, de 30%, conforme dados da Unica.
"A queda das vendas de etanol carburante observadas na safra 2020/21 foram parcialmente compensadas pela maior demanda por álcool não carburante e pelo maior volume destinado à exportação", disse em nota o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
Já as vendas para exportações na primeira quinzena de junho triplicaram ante o mesmo período do ano passado, para quase 122 milhões de litros, enquanto no acumulado da safra, desde abril, aumentaram quase 50%, para 350 milhões de litros.
Considerando as vendas totais, para mercados interno e externo no acumulado da safra, a Unica registra uma queda de 25%, para 5,15 bilhões de litros.
De outro lado, as exportações da açúcar do centro-sul, embaladas por vendas antecipadas e também pelo câmbio, subiram mais de 40% na primeira quinzena, para 1 milhão de toneladas, enquanto avançaram 60,56% na safra até 16 de junho, com embarques de 4,88 milhões de toneladas.
"Além disso, a crescente procura por açúcar brasileiro, tanto no mercado doméstico como externo, neutralizou parte do impacto negativo causado pela redução na demanda por etanol", disse o diretor da Unica.
PRODUÇÃO
A moagem de cana do centro-sul totalizou 41,7 milhões de toneladas na primeira metade de junho, queda de 1,91% sobre a mesma quinzena da safra 2019/2020, o que não impediu o setor de elevar a produção de açúcar em 36,28% no mesmo período, para 2,5 milhões de toneladas, informou .
Por outro lado, a produção de etanol no centro-sul no período atingiu 1,8 bilhão de litros, queda de 13,77% na comparação anual, com o setor destinando menor volume de cana para a fabricação do biocombustível, uma vez que o açúcar tem garantido melhores negócios.
O mix de produção de cana para açúcar subiu para 47,11% na última quinzena, ante 35,69% no mesmo período da safra passada, enquanto para etanol caiu a 52,89%, segundo a Unica.
No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de junho, a produção de açúcar alcançou 10,57 milhões de toneladas, alta de 57% ante o ciclo 2019/2020.
A fabricação acumulada de etanol totalizou 8 bilhões de litros (-3,7% na comparação anual), sendo 2,23 bilhões de litros de etanol anidro e 5,81 bilhões de litros de etanol hidratado.
"A produção de açúcar apresenta crescimento em torno de 57% até o momento, fruto da maior moagem, da melhor qualidade da matéria-prima, da baixa demanda por etanol no mercado interno e dos preços mais remuneradores do adoçante", disse Padua.
A qualidade da matéria-prima processada na primeira quinzena de junho, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), aumentou 5,27% atingindo 136,04 kg por tonelada de cana-de-açúcar.
No acumulado desde o início da safra até 16 de junho, o indicador assinala 128,75 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, com aumento de 6,17% em relação ao valor da safra 2019/2020.
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