Pandemia e aversão ao risco dificultaram queda de juros do Plano Safra, diz ministra

Publicado em 19/06/2020 03:31

SÃO PAULO (Reuters) - Os efeitos do novo coronavírus no Brasil e o movimento de aversão ao risco foram fatores que afetaram a redução dos juros no Plano Safra 2020/21, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, nesta quinta-feira.

"Este ano esperávamos um Plano Safra que pudéssemos equalizar juros menores, mas veio a pandemia, o que aconteceu, o mercado mundial e o mercado financeiro interno ficaram avessos, com mais aversão ao risco", disse ela em evento online promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Ela comentou que os grandes bancos privados não entraram na divisão para a equalização de juros, deixando essa responsabilidade basicamente para o Banco do Brasil.

"Para nós, foi uma decepção, o Banco do Brasil ficou sozinho", destacou.

Em contrapartida, ela afirmou que o volume de 236,3 bilhões de reais em recursos para financiamentos superou suas estimativas, considerando que o caixa do governo, neste momento de crise, "não era muito propício a fazer um Plano Safra maior".

"O plano, dentro desse novo normal, ficou razoável, não é o que a gente gostaria, mas ficou razoável", afirmou ela.

Na véspera, o governo brasileiro anunciou recursos recordes para financiamentos pelo Plano Safra 2020/21, alta de 6,1% em relação ao montante da temporada passada, enquanto os juros recuaram, mas não no patamar que esperava o setor agropecuário.

Garantia de crédito do BNDES para pequena empresa deve entrar em operação em julho

SÃO PAULO (Reuters) - Um programa de garantia de empréstimos de bancos para micro, pequenas e médias empresas deve entrar em vigor em julho, disse nesta quinta-feira o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano.

Chamado de Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), a ferramenta é uma tentativa do governo de fazer com que empreendedores impactados pelas medidas de quarentena contra o coronavírus tenham acesso a recursos para manter seus negócios, evitando demissões em massa.

"Estamos em conversa semanal com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para colocar isso de pé...Deve começar a rodar no começo do mês que vem", disse Montezano durante conferência online promovida pela XP.

Segundo ele, o Peac funciona como uma espécie de seguro a empréstimos concedidos por bancos comerciais para reembolsar as instituições financeiras em caso de inadimplência. O governo de Jair Bolsonaro tem sido criticado porque boa parte dos recursos para enfrentar a crise econômica gerada pelo coronavírus não está chegando a pequenas e médias empresas do país. [nL1N2DF19J]

O Peac permite que para cada real perdido do empréstimo concedido ao pequeno e médio empresário, o Tesouro, via BNDES, reembolse 0,80 real, explicou Montezano, acrescentando o programa começa com 25 bilhões de reais "e poderá chegar a 80 bilhões se tiver uma boa performance". Além disso, na carteira total do banco, o Tesouro garante os 20% da primeira perda.

"Muitas empresas hoje têm dificuldade de garantia, os bancos querem garantia, a empresa não tem para dar, então o Tesouro dá essa garantia, assumindo a perda se o crédito tiver algum problema", disse Montezano.

No início do mês, o governo publicou medida provisória que viabilizou o Peac, ao autorizar a União a aumentar em até 20 bilhões de reais sua participação no Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), administrado pelo BNDES. [nL1N2DF1B3]

Montezano disse também que o Peac poderá ser mantido após o fim da epidemia de Covid-19. "Isso chegou para ficar. Se tornou uma medida emergencial, mas se tornará perene depois da crise."

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Fonte:
Reuters

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