Pequim amplia restrições de movimentação para conter coronavírus ressurgente

Publicado em 17/06/2020 13:58

PEQUIM (Reuters) - A capital da China cancelou dezenas de voos, fechou escolas e interditou alguns bairros enquanto intensifica os esforços para conter um surto de coronavírus que criou o temor de um contágio mais amplo.

Muitos em Pequim viram suas vidas abaladas pelo ressurgimento da doença nos últimos seis dias, e alguns temem que toda a cidade esteja a caminho de um isolamento agora que o número de casos novos aumenta.

Autoridades de saúde relataram 31 infecções novas para 16 de junho, o que eleva os casos acumulados desde quinta-feira a 137, a pior recaída da cidade em quatro meses. Desde domingo, 356 mil pessoas foram examinadas.

O mercado de Xinfadi, onde o novo surto foi localizado, era o maior centro comercial de produtos agrícolas da capital, tendo altos níveis de circulação de produtos e aglomerações de pessoas, disse Pang Xinghuo, autoridade de controle de doenças de alto escalão.

"O risco de o surto se disseminar é enorme, e controlá-lo é difícil", disse em uma entrevista coletiva à imprensa. "Não podemos descartar a possibilidade de que o número de casos persistirá por um período de tempo."

Embora as ruas e estradas de Pequim ainda estejam abertas e as empresas e fábricas ainda não tenham recebido ordens de parar, as autoridades reforçaram as medidas de controle de movimento nesta quarta-feira.

Cerca de 60% dos voos agendados no Aeroporto Internacional da Capital Pequim foram cancelados ou provavelmente seriam até as 2h locais, mostrou o serviço de monitoramento aéreo Variflight, assim como cerca de metade dos voos de Daxing, o outro grande aeroporto da metrópole.

Os voos afetados são, em sua maioria, domésticos.

A mídia estatal disse que os passageiros de trens foram reembolsados, uma tentativa aparente de desestimular as viagens, embora os serviços não tenham sido cancelados oficialmente.

Todos os táxis e serviços de transporte com carro particular com destinos fora da capital e algumas rotas de ônibus de longa distância foram suspensos terça-feira, quando autoridades voltaram a submeter a cidade a um alerta de nível dois, o segundo maior de um sistema de reação de emergência de quatro graus.

A decisão reverteu um recuo do nível três para o dois ocorrido somente 10 dias antes.

Tirando Pequim, as Províncias de Hebei, Liaoning, Sichuan e Zhejiang relataram casos novos ligados ao mercado de Xinfadi. Muitas províncias preocupadas com o contágio impuseram o cumprimento de quarentena para visitantes vindos de Pequim, assim como de Macau.

China relata 44 novos casos confirmados de COVID-19 nesta 4a.-feira (Xinhua)

Beijing, 17 jun (Xinhua) -- A autoridade chinesa de saúde divulgou nesta quarta-feira que recebeu relatos de 44 novos casos confirmados de COVID-19 na terça-feira na parte continental chinesa, dos quais 33 foram transmitidos localmente e 11 foram importados.

Dos casos localmente transmitidos, 31 foram notificados em Beijing, um na Província de Hebei e um na Província de Zhejiang, informou a Comissão Nacional da Saúde em seu relatório diário.

Beijing eleva nível de emergência com nova onda do Covid-19

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Membros da equipe Resgate do Céu Azul de Beijing realizam desinfecção no mercado atacadista de Yuegezhuang em Beijing, capital da China, em 16 de junho de 2020. (Xinhua/Chen Zhonghao)

Beijing, 17 jun (Xinhua) -- Beijing elevou na terça-feira sua resposta de emergência à COVID-19 do nível III para II, anunciou Chen Bei, vice-secretária geral do governo municipal da capital chinesa.

As aulas serão online para alunos do ensino fundamental e médio, e a retomada das aulas será suspensa para os universitários, disse Chen em uma entrevista coletiva.

A situação epidêmica em Beijing permanece séria, já que a cidade registra um crescimento diário de dois dígitos nos casos de COVID-19 transmitidos internamente desde 11 de junho, após um período de 57 dias sem novos casos transmitidos internamente, informou Chen.

O surto, que afetou nove distritos e 28 bairros, foi inicialmente acreditado como causado pela transmissão homem a homem ou contaminação de artigos e meio ambiente, afirmou Chen.

Ela enfatizou que houve infecções secundárias confirmadas entre contatos próximos.

Beijing listou 27 bairros como zonas de risco médio e um bairro de alto risco.

Chen disse que as pessoas dos bairros de médio e alto risco e as pessoas relevantes do mercado de produtos agrícolas Xinfadi, onde a maioria dos novos casos confirmados está relacionada, não têm permissão para deixar a cidade.

Outras pessoas que precisam sair da cidade devem ter resultados negativos do teste de ácido nucleico realizado dentro de sete dias.

Segundo ela, as pessoas que entram na cidade vindas do exterior serão submetidas a observação médica em locais designados e receberão testes de ácido nucleico.

Beijing aplicará estritamente medidas de prevenção de epidemias nos mercados de produtos agrícolas, restaurantes e cantinas e fortalecerá o monitoramento. Os funcionários nesses locais devem usar máscaras e luvas.

A capital exige a suspensão de certos esportes coletivos, como basquete, futebol e vôlei. Locais de entretenimento cultural, piscinas e academias permanecerão fechados.

As viagens interprovinciais em grupos serão suspensas, acrescentou Chen.

A capital chinesa relatou 106 casos de COVID-19 transmitidos internamente de 11 a 15 de junho.

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Pacientes com COVID-19 em uma área de isolamento no Hospital Ditan de Beijing, capital da China, em 16 de junho de 2020. (Xinhua/Peng Ziyang)

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Fonte:
Reuters/Xinhua

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