Instituições devem seguir o povo e não o contrário, diz Bolsonaro

Publicado em 17/06/2020 13:50

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BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que são as instituições que devem fazer o que diz o povo, e não o contrário, e acrescentou ter "grande parte da população" confiante em seu trabalho.

As declarações de Bolsonaro foram feitas em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, entre outras autoridades.

"Começo cumprimentando o povo, que dá o nosso norte, que nos inspira pela democracia e acima de tudo pela liberdade. Não são as instituições que dizem o que o povo deve fazer, é o contrário: o povo que diz o que as instituições devem fazer", afirmou Bolsonaro ao dar posse ao novo ministro das Comunicações, deputado Fábio Faria (PSD-RN).

Em um evento lotado, com a presença de vários parlamentares do centrão, apesar da epidemia de coronavírus, Bolsonaro disse ainda que todos os Poderes, cada um por si, têm o dever de honrar e fazer valer a democracia e respeitar "cada artigo da Constituição".

Na noite de terça-feira, depois de operação da Polícia Federal que teve como alvos aliados bolsonaristas, entre blogueiros e deputados federais da base do governo, o presidente afirmou, em suas redes sociais, que iria tomar “todas as medidas legais” para que se “respeitasse a Constituição”, mas sem esclarecer que medidas seriam essas.

Em seu discurso, Bolsonaro, que tem entrado em conflito constante com os demais Poderes e criticou, mais cedo, a determinação da quebra de sigilo de deputados bolsonaristas, falou em "entendimento" para "conduzir os destinos do Brasil".

"Cada poder, de per se, com harmonia, com independência, fazer valer, os valores da democracia para que consigamos atingir nossos objetivos. O nosso povo respira liberdade, temos uma Constituição pela frente, em que pese alguns não concordarmos com alguns artigos, mas temos um compromisso, todos nós, de honrá-la e respeitá-la para o bem comum", disse.

Bolsonaro adotou um tom conciliador, contrário à conversa que teve pela manhã com apoiadores na saída do Palácio do Alvorada. Ao ouvir uma mulher que se dizia ameaçada de prisão por fazer parte do grupo de extrema-direita 300 do Brasil, Bolsonaro disse que "estão abusando", sem citar o STF, mas criticando a decisão que quebrou sigilo de parlamentares. E afirmou que "está chegando a hora de colocar tudo em seu devido lugar".

"Não devo nada a ninguém do que estou fazendo. Está chegado a hora de acertarmos o Brasil no rumo da prosperidade e todos entenderem o que é democracia. Democracia não é o que eu quero, nem você, nem o que um Poder quer, o que outro Poder quer", disse Bolsonaro, acrescentando que "vai chegar a hora", sem explicitar o que fará.

"Está chegando a hora de colocar tudo em seu devido lugar", diz Bolsonaro a apoiadores

BRASÍLIA (Reuters) - Em conversa com apoiadores na manhã desta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que há abusos do Supremo Tribunal Federal e que "está chegando a hora de colocar tudo em seu devido lugar".

Ao ouvir uma apoiadora que fazia parte do grupo de extrema-direita 300 pelo Brasil afirmar que seria presa, Bolsonaro se irritou com o que considerou conselhos da mulher e disse saber o que está fazendo.

"Estou fazendo exatamente o que tem que ser feito. Eu não vou ser o primeiro a chutar o pau da barraca. Eles estão abusando, isso está a olhos vistos. O ocorrido no dia de ontem, quebrar sigilo de parlamentar, não tem história vista numa democracia por mais frágil que seja. Está chegando a hora de colocar tudo em seu devido lugar", disse.

Além da operação de busca e a apreensão da Polícia Federal que envolveu 21 aliados bolsonaristas, incluindo o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático (de comunicações) de 11 deputados federais.

Além de Silveira, estão na lista Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP), também muito próximas a Bolsonaro. As investigações apuram o financiamento de manifestações de cunho antidemocrático que pedem uma intervenção militar no Brasil e o fechamento do Supremo e do Congresso Nacional.

Bolsonaro disse ainda que terrorismo é "meter carro-bomba em guarita do Exército", e não "isso que alguns estão achando por aí". O presidente disse ainda que "vai chegar a hora", sem, no entanto, dizer ao que estava se referindo.

Na noite de terça, em uma sequência de tuítes, o presidente afirmou que tomaria "medidas legais" para "proteger a Constituição e a liberdade do dos brasileiros". [nL1N2DU0IS]

"Não devo nada a ninguém do que estou fazendo. Está chegando a hora de acertarmos o Brasil no rumo da prosperidade e todos entenderem o que é democracia. Democracia não é o que eu quero, nem você, nem o que um Poder quer, o que outro Poder quer", afirmou aos apoiadores.

Estadão: 'Temos compromisso de honrar a Constituição', diz Bolsonaro na posse de Faria

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Na cerimônia de posse do ministro das Comunicações, Fábio Faria, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que, em que pesem "pequenos percalços", uma "grande parte da população" está confiante no governo. Na presença dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, Bolsonaro disse que cada Poder precisa "fazer valer os valores da democracia para que consigamos atingir os nossos objetivos". Ele também pediu apoio de times de futebol "pela democracia e liberdade".

"Em que pese alguns de nós até não concordar com alguns artigos da Constituição, temos compromisso de honrá-la e respeitá-la para o bem comum. E tenham certeza que, respeitando cada artigo da nossa Constituição, atingiremos o nosso objetivo para o bem de todos", disse Bolsonaro no discurso desta quarta-feira.

Mais cedo, um dia após afirmar que tomará "medidas legais" para proteger a Constituição, Bolsonaro afirmou que considera que houve "abusos" na ordem do STF para quebrar o sigilo bancário de parlamentares aliados do governo. Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, ele afirmou que está "fazendo o que deve ser feito" e "não será o primeiro a chutar o pau da barraca". Em seguida, acrescentou que em breve tudo será colocado "no seu devido lugar".

Poucas horas depois, na cerimônia, o presidente disse que havia "muita gente feliz" na cerimônia e que o momento deveria ser eternizado. Ele cumprimentou inicialmente o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e o jogador do Palmeiras, Felipe Melo, que estavam presentes, defendendo que as torcidas se unam pela "democracia e liberdade do País". Desde o início do mês, integrantes de torcidas organizadas passaram a fazer atos contra o governo.

"Começo cumprimentando o povo, que dá o nosso Norte e nos inspira pela democracia e, acima de tudo, a liberdade, que é o mais importante. Não são as instituições que dizem o que o povo deve fazer, é o povo que diz o que as instituições devem fazer", declarou Bolsonaro.

O presidente também falou que as autoridades possuem o "privilégio" de estar na posição que estão e devem ser gratas por isso. "Devemos todos os dias agradecer a Deus por essa oportunidade. Os problemas que se apresentam para nós de vez em quando não são nada perto da grandiosidade dessa pátria, da sua imensidão e do povo maravilhoso que temos."

Entre os convidados do evento de posse estavam parlamentares que fazem parte do Centrão, como o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que comanda a sigla do novo ministro Fábio Faria. Outros deputados, como o líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), o líder do PP, Arthur Lira (AL), e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), que é líder da maioria na Câmara, acompanharam o evento.

Também estiveram presentes ministros de Estado, mas não o responsável pela Educação, Abraham Weintraub, que se envolveu em episódios polêmicos e de confronto com o Supremo nas últimas semanas.

Inclusão digital e infraestrutura para o 5G serão prioridade, diz novo ministro

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Em seu discurso de posse, o novo ministro das Comunicações, Fábio Faria, destacou nesta quarta-feira, 17, a necessidade de avançar no processo de inclusão digital e na implementação da infraestrutura da rede 5G. O ministro afirmou que a tecnologia permitirá um serviço de banda larga móvel de qualidade e "com impacto significativo na economia".

"Passo fundamental para este objetivo é a implementação da infraestrutura para o 5G, que permitirá uma banda larga móvel, de altíssima potência e qualidade, com impacto significativo na economia, além de proporcionar aos brasileiros grande acesso ao conhecimento", declarou o ministro.

Previsto para o fim deste ano, o leilão do 5G pode acabar ficando para 2021. O avanço da pandemia do novo coronavírus prejudicou a realização de testes de convivência entre o sinal e os canais de TV transmitidos por antenas parabólicas, necessários para fundamentar o edital da disputa.

A expectativa é de que o leilão do 5G, um dos mais aguardados pelo setor, movimente R$ 20 bilhões em arrecadação e investimentos. No Planalto, contudo, há uma incerteza sobre restrições a fabricantes chineses, que travam disputa intensa com os Estados Unidos no âmbito da tecnologia 5G.

Inclusão digital

Faria também falou sobre a importância da necessidade da inclusão digital, principalmente durante a pandemia do novo coronavírus, que tem o isolamento social como medida de contenção. "É prioritário fazer o processo de inclusão digital andar a passos largos porque ainda há uma grande parcela da população que não tem acesso a internet, milhões de crianças que não conseguem assistir a aulas online e adultos que não têm como trabalhar remotamente", disse.

Ele destacou que a internet banda larga do País tem o potencial de chegar a 80% dos lares brasileiros, mas que a meta do presidente Jair Bolsonaro é de que chegue a cada cidadão.

O novo ministro elogiou o trabalho desempenhado pelo ministro Marcos Pontes, responsável pela Comunicação no País até o desmembramento da área para a recriação do ministério. Ele disse ainda que conta com a colaboração de Pontes para projetos em comum das duas pastas.

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Fonte:
Reuters/Estadão Conteúdo

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