Arroz: mercado de arroz em casca em maio foi marcado por movimentos distintos
O mercado de arroz em casca em maio foi marcado por movimentos distintos. Na primeira quinzena do mês, indústrias e beneficiadoras estiveram mais ativas nas negociações, devido à concorrência com a exportação (com dólar elevado) e à demanda interna aquecida para o arroz beneficiado. Nos demais dias, as oscilações no dólar – que resultaram em queda nas paridades de exportação e de importação – reduziram o ritmo de negociações, que passaram a ser realizadas com mais cautela, especialmente por parte de compradores.
Mesmo assim, os preços praticados no período acumularam expressivas altas, influenciadas, principalmente, pela posição recuada de produtores, que seguiram atentos às aquecidas demandas interna e externa. Desta forma, orizicultores elevaram os valores pedidos na venda e limitaram os volumes disponíveis para negociação, mesmo diante dos preços atrativos, na expectativa de maiores remunerações que cobrissem, ao menos, os custos de produção da safra.
Desta forma, o Indicador fechou o mês de maio com média de R$ 60,72/sc de 50 kg, alta de 10,92% em relação à de abril. Em termos regionais, as elevações foram de 12,25%, na Zona Sul, com média a R$ 63,72/sc em maio; de 11,64% na Planície Costeira Interna, a R$ 61,85; de 10,56% na Fronteira Oeste, a R$ 59,94; de 10,51% na Depressão Central, a R$ 58,18/sc; de 9,73% na Campanha, a R$ 58,43/sc; e de 9,5% na Planície Costeira Externa, a R$ 61,61/sc.
A valorização do arroz em casca, por sua vez, dificultou o repasse do custo total de beneficiadores, atacadistas e varejistas, que resistiram em aceitar os novos reajustes – vale ressaltar que o movimento de alta do cereal é verificado há cerca de um ano.
CAMPO – A colheita do arroz em casca da temporada 2019/20 chegou ao fim no Rio Grande do Sul, segundo dados da Emater/RS divulgados no dia 28. No estado, as estimativas apontam boas qualidade e rendimento, com produção em torno de 7,6 milhões de toneladas na safra 2019/20 e produtividade média de 8 toneladas/hectare. A área semeada no Rio Grande do Sul estimada em maio pela Emater era de 944 mil hectares, 18% inferior indicado inicialmente, de 961 mil hectares.
A colheita também foi finalizada em Santa Catarina, segundo o boletim da Epagri/Cepa. A produção atingiu cerca de 1,1 milhão de toneladas, enquanto a produtividade ficou estimada em torno de 8 t/ha, superando em 4,6% o baixo patamar apresentado na safra anterior (2018/19). A área semeada ficou praticamente em linha com a do ano-safra anterior (-0,28%), com 143 mil hectares implantados.
MERCADO INTERNACIONAL – O Índice da FAO (composto por 16 preços de referência de exportação de arroz) referente a maio registrou avanço pelo sexto mês consecutivo, indo para 250 pontos, alta de 0,81% em relação a abril. Apesar da alta no Índice, o que chamou a atenção foram as expressivas reduções em todas as cotações da Tailândia e Paquistão. Este movimento pode estar atrelado à tentativa de redução na disparidade de preços em relação a outros players, para elevar a competitividade no mercado internacional.
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