Soja: MAP e KCL ainda criam boas oportunidades de troca para produtor brasileiro. Dólar mais baixo contribui
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Entrevista com Alessandro Rabello - Consultor de Fertilizantes sobre os Fertilizantes
DownloadA queda recente do dólar - principalmente nas última seis sessões - impactou diretamente o mercado de fertilizantes nos mercados nacional e internacional. Assim, o momento ainda é interessante e traz boas oportunidades para os produtores brasileiros para operações de troca para a safra 2020/21 e até mesmo para a safra 2021/22, segundo Alessandro Rabello, consultor de fertilizantes da AMR Business Inteligence em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Sobre o cloreto, Rabello explica que há uma demanda menor em outros países consumidores como Malásia, Indonésia e até mesmo a China - onde os estoques estão bastante elevados - o que faz com que o avanço dos preços seja mais limitado. Todavia, o fluxo maior de negócios acontece no Brasil, dado justamente a estas boas oportunidades que são criadas para o sojicultor nacional.
"O cloreto de potássio bateu mínima histórica este ano e as relações de troca para o Brasil, portanto, são muito boas, apesar do câmbio alto. Mas agora os preços estão subindo aqui no Brasil e correm o risco de ficarem acima do mercado internacional a depender da demanda que vem do campo. Já há muita venda feita para a safra 2020/21, e já tem muito produtor começando a comprar para a safra 2021/22", explica o consultor.
Desde o último dia 20 de abril, o preço da saca de soja base porto de Paranguá, no indicador Cepea, já apresenta uma melhora de US$ 0,90 e "isso representa na tonelada do cloreto com a relação de troca, meia saca a menos", diz Rabello. E assim, o mercado está bem mais adiantado do que em anos anteriores, o que motiva, portanto, essa tendência de preços mais firmes no Brasil.
As médias de valores da tonelada de cloreto de potássio têm variado entre US$ 215,00 e US$ 225,00, e o intervalo passando a US$ 230,00 a US$ 235,00, podendo chegar a até US$ 240,00 nos meses mais a frente.
Para os fosfatados, as condições são semelhantes, mas os preços estão mais estáveis. A demanda internacional é menor agora, e a média de preços é de algo entre, como relata o consultor, tem estado entre US$ 300,00 e US$ 305,00 por tonelada do MAP.
"Localmente estamos bem, e em termos globais o suprimento está bom. Assim, o mercado está bem equilibrado e não vejo, entre os fosfatados, nenhuma notícia no curto prazo que possa provocar uma guinada nos preços", diz Rabello.
Com tudo isso, ele afirm ainda que a orientação para os produtores brasileiros continuem fazendo suas contas, encontrando ainda bons momentos e oportunidades logísticas, seguindo a aproveitar o bom cenário para as relações de troca.
"É aproveitar câmbio, verificar as melhores rotas, os fretes de retorno, ainda estamos com o corredor de exportações aberto, há muito volume de grão sendo levado para os portos e isso dá um retorno muito bom para o fertilizante", conclui o consultor.
FCStone vê entrega recorde de fertilizante no Brasil em 2020, mas reduz projeção
SÃO PAULO (Reuters) - As entregas de fertilizantes aos agricultores do Brasil foram estimadas nesta quinta-feira em patamar recorde de 36,6 milhões de toneladas em 2020, alta de 1% ante 2019, com o setor de grãos impulsionando as aplicações, estimou a consultoria INTL FCStone.
Contudo, a FCStone reduziu previsão de entregas ao consumidor final do Brasil em 300 mil t na comparação com a estimativa inicial, citando uma situação menos favorável a produtores de algodão e cana, mais impactados que os produtores de grãos pela crise do coronavírus.
"Apesar de não impactar diretamente o mercado de adubos internacional, a pandemia do novo coronavírus instaurou um quadro de incerteza a nível mundial, influenciando as perspectivas de crescimento econômico de importantes consumidores do complexo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) e insumos", disse.
A paralisação das atividades não essenciais, adotadas por diversos governos na tentativa de conter a disseminação da Covid-19, pode impactar setores nos quais as cotações permanecem em patamares mais baixos e menos rentáveis.
"Neste sentido, o nível de investimentos em fertilizantes por setores com custos de produção mais acentuados, como o cotonicultor e o sucroenergético, pode ser impactado, resultante da atual conjuntura dos preços internacionais das commodities e adubos mais onerosos no mercado interno."
No que tange o setor de açúcar e etanol, especificamente, as recentes quedas nos preços internacionais do açúcar foram parcialmente compensadas pela forte apreciação do dólar frente ao real.
"Contudo, a receita das usinas sofre com a dinâmica do mercado de etanol, marcada por demanda arrefecida e preços baixos", acrescentou a consultoria.
A FCStone destacou ainda que a taxa de câmbio brasileira atualmente impede que a queda das cotações internacionais do complexo NPK seja repassada completamente para o âmbito doméstico, "chegando a alterar a trajetória dos preços em semanas de desvalorização acentuada da moeda nacional".
O Brasil importa a maior parte do fertilizante consumido. Em 2019, as importações somaram 29,5 milhões de toneladas, crescimento de 7,3% ante 2018, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda).
O consumo de fertilizantes no Brasil aumentou 2,1% em 2019 ante o ano anterior, segundo a Anda.
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