China compra de 17 a 18 navios de soja dos EUA e Chicago fecha com mais de 2% de alta
A China comprou entre 17 e 18 navios de soja dos EUA - ou mais de 1 milhão de toneladas - nestes últimos dias, segundo informação apurada pela Agrinvest Commodities nesta quinta-feira (30) e a notícia foi mais um combustível para as altas de mais de 2% dos futuros da commodity negociados na Bolsa de Chicago.
"Estatais compraram a metade do volume, totalizando entre 800 mil e 1 milhão de toneladas, para embarques entre agosto e setembro", detalha a Agrinvest. Ainda segundo os analistas da corretora, o encarecimento da soja brasileira estimulou a procura da nação asiática pela soja norte-americana.
Assim, o dia se encerra com altas de 13,50 a 18,50 pontos para os principais contratos da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago. O vencimento maio terminou os negócios com US$ 8,50 e o agosto, US$ 8,55 por bushel.
O mercado já vinha registrando uma movimentação positiva desde o início da quinta-feira, quando o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe as vendas semanais de soja dos EUA acima de 1 milhão de toneladas. Apesar do total estar dentro das expectativas do mercado, a China se mostrou mais presente e o volume foi expressivamente maior do que o registrado nas últimas semanas.
Na semana encerrada em 23 de abril, os EUA venderam 1.078,3 milhão de toneladas, contra expectativas de 700 mil a 1,2 milhão de toneladas e o destino principal da oleaginosa americana foi a China. O volume superou a semana anterior e a média das últimas quatro. Em todo o ano comercial, porém, o volume acumulado de 39,05 milhões ainda fica abaixo das mais de 45 milhões de toneladas do anterior, nesse mesmo período.
Da safra nova, as vendas foram de 105 mil toneladas, e o mercado apostava em um intervalo de 100 mil a 400 mil toneladas. O México foi o destino principal.
Além das informações do front da demanda, a alta do petróleo ajudou a catalisar os ganhos da soja no mercado internacional nesta quinta. Os futuros da commodity subiram mais de 20% na Bolsa de Nova York, com o barrindo sendo cotado a US$ 18,80 e o avanço respingou na oleaginosa.
A semana tem sido de importante recuperação para o petróleo, mas o mercado ainda analista a consistência do movimento.
"Os mercados firmes do petróleo e do diesel também trouxeram estímulos à soja. E se adiciona a isso uma recuperação também do real frente ao dólar e o resultado foi um rally da soja", disse o analista internacional Mike North, da Commodity Risk Management Group ao portal norte-americano Agriculture.com.
Fatores que ainda limitam os preços da soja na Bolsa de Chicago continuam sendo os relacionados aos impactos do coronavírus para a economia mundial e as perspectivas de uma severa recessão. Na outra ponta, o início da nova safra norte-americana.
A safra 2020/21 começa com condições de clima bastante favoráveis e o plantio caminha muito bem. Em seu último reporte semanal, o USDA indicou o plantio da nova temporada em 8% da área, bem acima do registrado no mesmo período do ano passado, quando o cenário era bastante adverso.
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