Abraleite atua com Poder Público para auxiliar a cadeia leiteira
Uma boa notícia para os produtores de leite veio da Associação Brasileira de Produtores de Leite (Abraleite) que em ação conjunta com o Ministério da Agricultura, Pesca Pecuária e Abastecimento (MAPA) permitiu a autorização, excepcionalmente, para que os estabelecimentos que têem a marca do Serviço de Inspeção Federal (SIF) a receberem leite de estabelecimentos menores que atuam localmente, caso daqueles que tem SIM (Serviço de Inspeção Municipal) e/ou SIE (Serviço de Inspeção Estadual), que no caso de São Paulo é SISP (Serviço de Inspeção do Estado de São Paulo), emitido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento via Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA).
Segundo comunicado divulgado pela Associação Brasileira de Produtores de Leite (Abraleite), esta medida vai viabilizar que cooperativas e laticínios de pequeno porte, que estão com dificuldade em comercializar produtos de curta validade, possam vender, em caráter temporário, para laticínios maiores, os quais estão aptos a produzir lácteos de maior prazo de validade, como leite UHT (em caixinhas) e, também, leite em pó. Também no comunicado dirigido ao setor, a Abraleite diz existirem problemas pontuais em algumas regiões, produtores de queijos artesanais e laticínios pequenos e médios que ofertam lácteos perecíveis e tiveram as vendas em restaurantes, bares e similares praticamente suspensas.
Esse também é o caso das cidades turísticas que estão praticamente vazias em função do isolamento imposto pela Covid-19."Com essa medida, está sendo possível resolver o problema de milhares de pequenos produtores, pois apesar do pequeno volume de leite que produzem eles representam muitas famílias que dependem dessa atividade. No Estado de São Paulo e nos Estados do Sul do Brasil esse problema até é menor, porém no Nordeste, por exemplo, a situação é mais grave e com essa medida conseguimos resolver o problema no Brasil inteiro", afirma o vice-presidente da Abraleite, Roberto Jank, pecuarista em São Paulo.
Na região de São João da Boa Vista, importante bacia leiteira do Estado de São Paulo, o diretor Regional da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), Francisco Caetano de Paula Lima, conta que na região existem grandes pecuaristas, mas a maioria das propriedades leiteiras é pequena. Em Divinolândia, por exemplo, o Laticínio Serra da Estrela teve que se adaptar à nova realidade. O proprietário,, Felipe de Souza, estava aumentando sua produção e há três anos passou a fornecer queijo também para Minas Gerais, trocando o Sisp pelo SIF.
"Ainda assim, trata-se de um laticínio que não tem condições de armazenamento de grandes quantidades de queijo. Com a redução na procura e para não deixar de atender os produtores de leite, o proprietário optou por continuar comprando a produção leiteira e passar a repassar a metade do leite para um grande laticínio. "Foi a forma encontrada para não deixar seus fornecedores sem recurso, pois Felipe tem nome no mercado, clientela certa e paga, além de semanalmente, um pouco acima dos valores normais. Ele tem um diferencial, tanto no produto que entrega, que tem grande aceitação no mercado, quanto na forma de lidar com seus fornecedores", avalia Francisco. "Mesmo pagando um pouco menos pelo fato de entregar o leite a um laticínio maior e sem valor agregado, estou conseguindo colocar a produção leiteira no mercado e, dessa forma, venho garantindo meus fornecedores. Um trabalho de parceria, neste momento difícil", argumenta o proprietário do Serra da Estrela.
Neste caso, o leite foi de um estabelecimento com SIF para outro maior também com SIF. Mas com essa medida e o apoio da Abraleite será possível abranger um maior número de pequenos e médios produtores de leite e pequenos e médios laticínios que trabalham com produtos perecíveis. "Na região de atuação da CDRS Regional São João da Boa Vista, a maioria das propriedades são pequenas e também os laticínios são de pequeno porte, contando apenas com o SIM para atender ao comércio local. Sem essa medida muitos corriam o risco de quebrar, então trata-se de uma importante medida", frisa, com certo alívio, Francisco de Paula Lima.
O assessor da cadeia da bovinocultura da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Carlos Pagani Netto, extensionista da CDRS, vem acompanhando de perto a situação da pecuária, principalmente a leiteira no Estado de São Paulo
e afirma: "Essa medida vem socorrer os pequenos e médios produtores de leite e os pequenos e médios laticínios que não estavam tendo condições de escoar a produção. Foi uma medida rápida e que poderá incentivar uma parceria benéfica para toda a cadeia do leite no Estado".
Mais informações podem ser obtidas diretamente com a Abraleite, setor de Comunicação pelo (61) 8313-8620 ou com a Federação de Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) pelo (011) 3125-1333 onde Wander Bastos responde pela
coordenação do setor leiteiro. Também podem ser obtidos contatos via Fale Conosco da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo.
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