Aumento na oferta pressiona cotação da batata no mercado atacadista, diz Conab
A batata foi destaque de queda de preço nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País em fevereiro, o que deve se refletir também nos mercados neste mês. A avaliação é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta terça-feira, 17, o terceiro Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) de 2020.
De acordo com o estudo, o maior desconto ocorreu nas Centrais de Brasília/DF (13%), seguido das que abastecem Belo Horizonte/MG (8,97%) e Vitória/ES (6,7%). Os analistas indicam que o motivo da redução foi o aumento da oferta do produto.
A pesquisa considera, além da batata, outros quatro produtos (cenoura, cebola, batata e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
As outras hortaliças (alface, cebola, cenoura e tomate) mostraram aumento de preços na maioria dos mercados atacadistas analisados. No caso da alface, a intensidade de chuvas e as altas temperaturas de verão diminuíram a oferta e deixaram o produto mais caro.
A cebola também teve alta de preços no mês passado atrelada ao período de redução da oferta do produto.
A cenoura foi a hortaliça que teve os maiores aumentos em termos porcentuais, que atingiram mais de 50% em Ceasas como a de Goiânia/GO (69,59%), Brasília/DF (56,52%) e Belo Horizonte/MG (52,68%). A alta acentuada é explicada pela redução da oferta em São Gotardo/MG, principal região produtora.
Já com relação ao tomate, houve um aumento significativo registrado em Fortaleza/CE (96,97%), seguido por Recife/PE (54,71%) e Belo Horizonte/MG (27,32%). "O movimento de alta nas cotações deu-se principalmente em consequência da menor oferta", informa a Conab no boletim.
Frutas
No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).
Em fevereiro, melancia e banana foram destaque. "Espera-se que os dois produtos estejam mais em conta pelo menos em seis Estados, em que os porcentuais de desconto foram maiores", diz a Conab.
Segundo a estatal, embora a melancia tenha apresentado boa produção, houve baixa procura pelo produto em virtude das chuvas e do feriado de carnaval, além da renda do consumidor estar mais apertada.
A venda de banana também diminuiu nas principais centrais de abastecimento, por causa dos feriados e dos períodos de chuva, que dificultaram a comercialização da fruta.
A comercialização da laranja registrou queda da oferta nas regiões produtoras e aumento de preços ao consumidor final em diversas localidades, em virtude da entressafra nas zonas produtoras. "Chuvas e melhora da demanda, com o fim das férias escolares, também contribuíram para aumentos de preços", explica a Conab.
A maçã apresentou queda da quantidade comercializada em virtude do início da colheita da safra de maçã gala, principalmente as pequenas.
Conforme a Conab, o mamão não apresentou comportamento uniforme, demonstrando queda de preços na maioria das Ceasas. Houve menor produção de mamão papaia e dificuldade logística para o escoamento do produto em decorrência de chuvas. "Já o mamão formosa teve boa produção, o que provocou impacto inclusive da formação de preços do papaia", conclui a Conab.
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