Juros: curva inclina com pânico global mas passa a subir com ação do BC agressivo

Publicado em 16/03/2020 10:12 e atualizado em 16/03/2020 12:48

Os juros futuros passaram a subir até 47 pontos-base, após abertura em forte baixa, contaminado pelo pânico global com a pandemia de coronavírus. A inclinação da curva, com apenas os bem curtos em queda, reflete ainda a expectativa de que o Banco Central brasileiro seguirá os outros bancos centrais, como o Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano), e também poderá anunciar corte da Selic em reunião extraordinária ainda nesta segunda-feira, 16, com corte podendo chegar 100 pontos-base.

"Não tem muito jeito, mercado está completamente sem parâmetro. Teoricamente, mercado precifica que o BC deve vir hoje e cortar por volta de 100bps, o que, consequentemente faz com que os longos empinem. Mas, novamente, mercado esta bastante disfuncional", explica o trader Luis Felipe Laudisio, da Renascença DTVM.

Às 9h52 desta segunda, a taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 caía a 3,99%, de 4,26% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2022 subia a 5,42%, de 5,31%, enquanto o DI para janeiro de 2023 subia a 6,40%, de 6,14% no ajuste de sexta-feira. O vencimento para janeiro de 2025 avançava para 7,63%, de 7,17% no ajuste anterior.

Dólar reduz alta em meio a medidas do CMN

Após abrir com alta de mais de 3%, o mercado de câmbio desacelera o ajuste, em meio ao anúncio de medidas emergenciais adotadas pelo Conselho Monetário Nacional na manhã desta segunda-feira, 16, que estão sendo anunciadas pelo Banco Central O objetivo é ajudar a economia a enfrentar os efeitos do coronavírus, segundo o BC. No exterior, neste domingo, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) voltou a cortar juro em 1 pp, para 0% a 0,25%, e adotou uma série de estímulos ontem conjuntamente com vários BCs.

Entre os estímulos anunciados, o BC diz que a medida permite aumentar a concessão de crédito no sistema financeiro nacional em torno de R$ 637 bilhões e também amplia folga de capital em R$ 56 bilhões. A autoridade monetária afirma ter amplo arsenal de instrumentos e adotará medidas necessárias.

O dólar futuro de abril já entrou duas vezes em leilão, na abertura e depois em meio a quedas em reação a essas medidas de estímulo. O dólar à vista abriu a R$ 4,9767 (+3,33%) e o dólar abril iniciou a sessão a R$ 4,980 (+3,05%)

Há expectativas de que um corte da Selic, de até 100 pontos-base, possa ser anunciado ainda nesta segunda, em reunião extraordinária, como fizeram o Federal Reserve e Banco do Japão. A Febraban também deve anunciar hoje medidas de apoio do sistema financeiro.

Às 9h37, o dólar à vista subia 2,20%, a R$ 4,9212. O dólar para abril estava em alta de 1,95%, a R$ 4,9280.

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo

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