Desempenho do frango vivo e abatido na 11ª semana de 2020, segunda de março
As segundas semanas do mês têm sido, quase invariavelmente, as melhores de cada período, porquanto correspondem ao momento de chegada ao mercado da massa salarial mensal. Mas não a segunda de março (8 a 14, décima primeira de 2020). Pois além de não propiciar aquelas valorizações que, pela tipicidade, são aguardadas normalmente por todo o setor, determinou o recuo dos preços até então praticados. Ocorrência que abrangeu tanto o frango vivo como o abatido.
No caso do vivo, a cotação referencial que vinha prevalecendo no interior paulista recuou dos R$3,30/kg – valor mantido por quatro semanas – para R$3,25/kg. Mas continuou sendo apenas um referencial, pois as disponibilidades sem prévia programação permaneceram sujeitas a des-contos.
Aceita, porém, a cotação referencial, a média registrada na primeira quinzena de março, de R$3,29/kg, apresenta valorização de 2,17% sobre o mês anterior e de 1,86% sobre março de 2019.
Pior, porém, foi o desempenho do frango abatido. Pois enquanto a ave viva sujeitou-se a uma perda de apenas 1,5%, a abatida (considerado aqui o produto resfriado comercializado no Gran-de Atacado da cidade de São Paulo) enfrentou perda de cerca de 6,5%. Pois, após ter atingido o valor médio de R$4,40/kg nos primeiros dias do mês, encerrou a quinzena negociado por pouco mais de R$4,12/kg.
Dessa forma, registra, por ora, valor médio de R$4,33/kg, resultado que corresponde a uma va-lorização de 3,84% sobre o fevereiro passado e de 3,59$ sobre março de 2019.
O que não escapa, porém, é que o frango abatido completou a segunda semana de março va-lendo menos que um ano atrás. Ou, fazendo contas, seu preço médio no período ficou quase 2% aquém do registrado há um ano, no mesmo espaço de tempo (na sexta-feira 13, último dia de negócios da semana, a diferença negativa foi de 3,5%). Seria isso mais uma decorrência da pandemia de Coronavírus?
Sem dúvida atípica para o período, a baixa registrada na semana só pode ser atribuída a uma oferta superior à demanda, ou seja, não resulta de um menor consumo, mesmo porque há indi-cações de corridas aos alimentos por parte dos consumidores.
Em outras palavras, o abastecimento atual é oposto ao de um ano atrás, ocasião em que (em plena Quaresma e após meses de profunda apatia), o mercado reagiu fortemente à carência do produto e propiciou inesperada valorização do produto. Quer dizer: não que, comparativamente, os preços atuais sejam baixos; os de março de 2019 é que foram elevados.
De toda forma, não custa mencionar que as condições de produção são, hoje, totalmente dife-rentes. Porque, frente a uma valorização anual inferior a 2% do frango vivo e de 3,5% do frango abatido, o principal insumo do setor, o milho, registra valorização de 40%.
É hora, pois, de um maior acautelamento do setor. Pois a segunda quinzena está apenas come-çando.
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