Quarto mês consecutivo de alta no mercado do leite, por Scot Consultoria
Considerando a média nacional dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, o preço do leite pago ao produtor subiu 3,0% no pagamento de fevereiro, que remunera a produção de janeiro deste ano.
Foi o quarto mês seguido de aumento para o produtor, sendo esta a maior valorização desde então. O cenário firme é devido à queda na produção nas principais bacias leiteiras do país e maior concorrência entre as indústrias.
Do lado do consumo, a situação melhorou (um pouco) em fevereiro, com a volta das férias escolares.
Do lado da captação, o pico de produção foi em dezembro/19 nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Nos estados do Sul do país o volume vem mais ajustado desde setembro/outubro de 2019. Mais detalhes no capítulo que traz o Índice de Captação da Scot Consultoria.
Em janeiro/20, o Índice registrou queda de 2,2% na produção (média nacional) em relação ao mês anterior, e os dados parciais de fevereiro de 2020 indicam um recuo de 2,5% na comparação mensal.
Os preços subiram em todas os estados pesquisados, na comparação mensal, com exceção da Bahia, aonde a média ficou estável, frente ao pagamento anterior.
Para o pagamento a ser realizado em março/20, referente a produção entregue em fevereiro/20, o mercado deverá seguir firme, com 77% dos laticínios pesquisados apontando para manutenção dos preços pagos ao produtor, 18% estimando alta e os 5% restantes falam em queda (todos na região Nordeste).
No Sudeste e Sul, a pressão de alta sobre os preços do leite deverá ser maior, comparativamente com as regiões Centro-Oeste e Norte do país.
No Nordeste, as chuvas em baixos volumes não deverão impactar tanto a captação em curto prazo, mas é esperado uma queda no lado da demanda, passado o período de férias, que é um fator de alta do lado do consumo na região e para os preços de lácteos, especialmente, os queijos.
Para o pagamento de abril, a expectativa é de que os preços do leite pago ao produtor subam com mais força, diante da oferta menor no Centro Sul e região Sudeste.
No Nordeste, se chover em março e a produção de leite aumentar, a pressão de baixa deverá ser maior sobre os preços pagos aos produtores.
No mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as indústrias, os preços se mostraram firmes, com a oferta mais ajustada e concorrência entre os laticínios pela matéria-prima.
Em São Paulo e Minas Gerais, em fevereiro, os negócios ocorreram entre R$1,50 e R$1,60 por litro, posto na plataforma. Houve alta de 4,2% e 3,2%, respectivamente, no acumulado do mês que está encerrando.
No Sul do país, os negócios também ocorreram em até R$1,60 por litro no Paraná e em Santa Catarina.
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