Casos de coronavírus podem crescer no Brasil; Áustria interrompe tráfego de trens para a Itália
Depois de ampliar as definições de suspeita para o novo coronavírus, incluindo novos países no rol de alerta, o Ministério da Saúde avalia que a tendência é de que os casos suspeitos no Brasil cresçam, afirmou neste domingo (23) o secretário nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira. Ele falou com a imprensa ao chegar na Base Aérea de Brasília, após participar da cerimônia em Anápolis (GO) que marcou o fim da quarentena dos brasileiros resgatados em Wuhan, na China, epicentro dos casos de coronavírus no país asiático.
Hoje, no Brasil, há apenas um caso suspeito - no Rio de Janeiro - e 52 casos investigados já foram descartados. "A tendência é aumentar obviamente porque temos um número maior de países envolvidos", disse Oliveira. Na sexta-feira (21), o Ministério da Saúde enquadrou dentro da definição de caso suspeito as pessoas que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar, e vierem do Japão, Cingapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China
Segundo o secretário da pasta, a ampliação visa principalmente sensibilizar o Sistema Único de Saúde, já que no feriado de carnaval brasileiros costumam viajar para essas localidades.
"Continuamos monitorando a situação, não só na Ásia, mas também na Europa. Todo dia pode ter uma novidade, um conhecimento novo sobre esse vírus", afirmou, acrescentando esperar que, com essas mudanças, o sistema esteja mais capacitado e preparado para a eventualidade de um caso do novo coronavírus ser confirmado. "Esperamos que com essas mudanças o sistema esteja mais sensível, mais capacitado, e mais preparado para quando nós tivermos os primeiros casos", disse.
Áustria interrompe tráfego de trens para a Itália por receio do coronavírus
A Áustria interrompeu todo o tráfego de trens para Itália nos dois sentidos, após temores de que um trem que circulava na noite deste domingo, no horário local, tivesse dois passageiros que poderiam ter sido infectadas pelo coronavírus, disseram as autoridades.
O trem foi parado na passagem de Brenner, no lado italiano, disse o ministro do Interior da Áustria, Karl Nehammer, segundo a emissora austríaca ORF.
O trem saiu de Veneza e estava a caminho de Munique. A Áustria, que compartilha sua fronteira sul com a Itália, manifestou preocupação com o recente surto do vírus no norte do país.
Os casos italianos de coronavírus aumentaram para pelo menos 152, o maior número fora da Ásia. A Itália está se esforçando para controlar a propagação da nova doença viral em meio a um número cada vez maior de infecções no país e uma terceira morte. As autoridades do país cancelaram o Carnaval de Veneza que teria a participação de milhares de foliões, suspendendo partidas de futebol da liga principal na área atingida e fechando cinemas incluindo o La Scala de Milão.
Também aumentou a preocupação na Europa, inclusive na vizinha Áustria, que balançou o espectro de fechar sua fronteira se a emergência de saúde piorar. (Fonte: Associated Press).
Itália luta contra "explosão" de casos do coronavírus, após terceira morte registrada
MILÃO (Reuters) - A Itália fez um enorme mutirão neste domingo para conter o maior surto de coronavírus da Europa, isolando as cidades mais afetadas e proibindo eventos públicos em grande parte do norte do país, depois que um terceiro paciente morreu vítima da doença.
Autoridades das regiões abastadas da Lombardia e do Vêneto, que são o ponto focal da crise, ordenaram que escolas e universidades fechassem por pelo menos uma semana, além de interditar museus e cinemas e cancelar os últimos dois dias do Carnaval de Veneza.
A unidade de proteção civil informou que o número de casos do vírus altamente contagioso chegou a 152. E todos eles, com exceção de três, apareceram desde a última sexta-feira.
"Fiquei surpreso com essa explosão de casos", disse o primeiro-ministro Giuseppe Conte à emissora estatal RAI, alertando que os números provavelmente aumentarão nos próximos dias. "Faremos tudo o que pudermos para conter o contágio", disse ele.
A morte mais recente foi de uma mulher idosa na cidade de Crema, cerca de 45 km a leste da capital financeira da Itália, Milão. Como pelo menos uma das outras pessoas que morreram, ela vinha sofrendo de sérios problemas de saúde subjacentes, disseram autoridades.
O número de casos certificados da doença na Lombardia subiu de 54 para 110 no dia anterior, enquanto no Vêneto cerca de 21 pessoas foram diagnosticadas com o vírus, incluindo duas em Veneza, que estava lotada de turistas para o carnaval.
As autoridades de saúde relataram casos isolados nas regiões vizinhas do Piemonte e da Emília Romana.
Quase uma dúzia de cidades na Lombardia e no Vêneto, com uma população combinada de cerca de 50.000, foram efetivamente colocadas em quarentena, com os moradores locais instados a ficar em casa e com permissão especial necessária para entrar ou sair das áreas designadas.
Em Milão, os moradores correram para estocar itens essenciais, enquanto alguns pais decidiram levar seus filhos para fora da cidade.
"Hoje é loucura. Parece que estamos em Bagdá. Não podemos reabastecer as prateleiras com rapidez suficiente", disse uma assistente de loja do supermercado Esselunga Solari em Milão, recusando-se a dar seu nome porque não estava autorizada a falar com o meios de comunicação.
'PACIENTE ZERO'
A Lombardia e o Vêneto juntos representam 30% da produção doméstica bruta da Itália. Qualquer interrupção prolongada provavelmente terá um sério impacto em toda a economia, que já está perto da recessão.
O turismo certamente terá um impacto imediato, com escolas em todo o país cancelando viagens, incluindo os feriados prolongados para esqui.
As autoridades de saúde estão tentando descobrir como começou o surto no norte italiano.
A suspeita inicial na Lombardia recaiu sobre um empresário recentemente retornado da China, o epicentro do novo vírus, mas seu exames deram resultado negativo. No Vêneto, os médicos testaram um grupo de oito visitantes chineses que estiveram na cidade que abrigou a primeira fatalidade, mas, novamente, mostraram resultados negativos.
"Estamos (agora) ainda mais preocupados, porque se não conseguimos encontrar o 'paciente zero', significa que o vírus é ainda mais onipresente do que pensávamos", disse Zaia.
Antes de sexta-feira, a Itália havia relatado apenas três casos do vírus - todos eles pessoas que chegaram recentemente da cidade chinesa de Wuhan, onde a doença surgiu no final do ano passado.
Cientistas descartam que coronavírus tenha origem em mercado em Wuhan (Agencia Brasil)
Pesquisadores na China afirmam que estudos genéticos mostram que o novo coronavírus não teve origem em um mercado de frutos do mar em Wuhan, na província de Hubei, como suspeitava-se inicialmente.
O Jardim Botânico Tropical Xishuangbanna da Academia Chinesa de Ciências publicou em seu site na internet os resultados de estudos conjuntos com pesquisadores de universidades do país.
Eles afirmam ter analisado dados genéticos de 93 amostras do vírus coletadas em 12 países.
Segundo os resultados, o vírus encontrado no mercado em Wuhan espalhou-se rapidamente a partir daquele local, mas teria vindo originalmente de um outro lugar.
Os pesquisadores afirmam que a conclusão que descartou o mercado como epicentro da epidemia é baseada na análise do momento em que os pacientes ficaram doentes.
O grupo acrescenta que houve aparentemente duas ocasiões em que o vírus se alastrou, primeiro em 8 de dezembro e de novo em 6 de janeiro. De acordo com o estudo, transmissões entre humanos podem ter tido início no começo de dezembro ou até mesmo no fim de novembro.
Ainda segundo os pesquisadores, caso um alerta amplo e significativo tivesse sido feito logo após o crescimento no número de casos no início de janeiro, o alastramento das infecções pelo mundo que acabou ocorrendo a partir do fim daquele mês poderia ter sido menor.
Mortes
Autoridades sanitárias chinesas anunciaram neste domingo (23) que mais 97 pessoas morreram após serem infectadas pelo novo coronavírus. Com a atualização, o número total de mortes causadas pela doença na China continental chegou a 2.442. A maioria das vítimas morava na província de Hubei.
Ao mesmo tempo, outras províncias chinesas reduziram o nível de emergência de saúde pública após notarem uma queda no número de novos casos.
No sábado (22), a província de Liaoning, no nordeste chinês, anunciou que baixou o nível de 1, o patamar mais perigoso, para 3 em uma escala onde o número 4 é o menos grave. O governo de Liaoning disse que nenhum caso novo do vírus foi detectado desde segunda-feira (17).
O novo coronavírus já se espalhou para cerca de 30 países e territórios pelo mundo.
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