Carne de frango: USDA revê projeções para 2019 e 2020
À luz dos acontecimentos mais recentes do final de 2019 – especialmente os decorrentes da disseminação dos surtos de peste suína africana – o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) reviu suas projeções anteriores sobre a produção, exportação e importação de carne de frango.
A ressaltar que essas projeções foram originalmente divulgadas em outubro de 2019, como faz anualmente o USDA. Mas acabaram sendo atualizadas no mês passado, janeiro de 2020, com especiais referências à China, Brasil, Tailândia e África do Sul, entre outros.
Os dados de produção relativos à China foram reduzidos em relação à projeção anterior, com base em informações oficiais do governo de Pequim. A despeito disso, o USDA estima que a produção chinesa de carne de frango deve alcançar volume recorde em 2020, já que vem sendo substitutiva da carne suína. Pelas novas previsões (tabela abaixo), a produção chinesa volta a superar a brasileira no corrente exercício.
Sobre a África do Sul o USDA fala de importações. Observa que também para os sul-africanos as projeções anteriores foram revistas para baixo – devido à redução das compras de Brasil e EUA em 2019, mas também por conta da possível imposição de impostos de importação. Para 2020 eram previstas, originalmente, 555 mil toneladas, volume que agora caiu para 480 mil toneladas, 13,5% menos.
Já a Tailândia é enfocada como exportadora. Neste segmento, também teve suas projeções revisadas para menos, por conta de um resultado abaixo do esperado em 2019 e à valorização da moeda tailandesa. O USDA ainda cita que no verão de 2019 as exportações para a China desaceleraram devido não só ao preço inferior às expectativas por parte dos chineses, mas também por ter ocorrido embargo temporário a um dos grandes exportadores tailandeses.
As observações sobre o Brasil seguem na mesma linha: exportação. Inicialmente, foi projetado volume de 4,040 milhões de toneladas, agora reduzido para 3,745 milhões de toneladas, 7% a menos (as projeções do USDA não levam em conta pés e patas de frango). Porque – explica o órgão da Agricultura norte-americana – devido à perspectiva de queda das exportações para União Europeia, Cuba e África do Sul, situação que neutraliza parcialmente o significativo aumento nas exportações para a China.
Notar que, embora recentíssimas, as projeções do USDA ainda não levam em conta o que pode ocorrer com a produção, importação e exportação de carne de frango (e de outros produtos ou de toda a produção e comércio mundial) após o surgimento do Covid-19. Ou seja: quando, em abril próximo, forem divulgadas novas projeções, os números podem ser totalmente distintos dos ora apresentados.
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