China troca governo da província de Hubei, epicentro de surto viral; em SP três novos casos

Publicado em 13/02/2020 04:35

O governo chinês apontou nesta quinta-feira, 13, o ex-prefeito de Xangai Ying Yong como principal líder do Partido Comunista em Hubei, a província onde se originou o surto de coronavírus e que já conta com mais de 48 mil casos de infecção confirmados.

Jiang Chaoliang, que até então atuava como líder na região, foi demitido do cargo, segundo a Xinhua, a agência de notícias oficial do país. Dois auxiliares de Jiang também foram afastados

Os gestores de Hubei vinham sendo severamente criticados pela forma como administraram a crise de saúde, que começou na capital da província, Wuhan, e já atinge ao menos 27 países.

As cidades da província mais afetadas pelo surto, onde moram 60 milhões de pessoas, estão em isolamento desde o mês passado.

Também nesta quinta, o governo chinês informou que 14.840 casos em Hubei foram adicionados à lista oficial de registros do coronavírus, após ajustes na forma como a estatística é levantada. Com isso, o total de casos de coronavírus na China se aproxima dos 60 mil, com 1.367 mortes.

Província de Hubei, na China, registrou 242 mortes por coronavírus nesta quarta-feira, 12 de fevereiro, e 14.840 novos casos

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  • PEQUIM (Reuters) - O número de mortes na província central de Hubei na China por um surto de coronavírus aumentou em 242 para 1.310 na quarta-feira, informou a comissão de saúde da província em seu site na quinta-feira (horário local).

Foram registrados 14.840 novos casos do coronavírus em Hubei, epicentro do surto, elevando o total na província para 48.206.

A comissão disse que começou a incluir casos diagnosticados por meio de métodos clínicos novos a partir de quinta-feira.

Número de novos casos de coronavirus saltam na província chinesa de Hubei após revisão dos critérios de diagnóstico, diz Xinhua

Wuhan, 13 fev (Xinhua) -- A Província de Hubei, epicentro do surto da pneumonia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), registrou na quarta-feira 14.840 novos casos confirmados e 242 novas mortes, os maiores aumentos diários até agora, informaram as autoridades locais de saúde nesta quinta-feira.

A Comissão Provincial de Saúde de Hubei disse que o número de novos casos inclui 13.332 casos diagnosticados clinicamente, que foram considerados confirmados a partir desta quinta-feira.

O número total de casos confirmados na província atingida pela doença chegou a 48.206. Hubei havia relatado um total de 1.310 mortes até quarta-feira.

Os casos diagnosticados clinicamente são únicos para Hubei estatisticamente. A inclusão desses resultou no salto do número de novos casos confirmados.

Segundo a mais recente versão do plano de diagnóstico e tratamento divulgado pela Comissão Nacional de Saúde, qualquer caso suspeito com resultado de tomografia computadorizada (TC) relacionado a pneumonia é contado como caso diagnosticado clinicamente.

A comissão provincial de saúde esclareceu que a revisão dos critérios de diagnóstico foi feita para dar aos que foram diagnosticados clinicamente o tratamento padrão oportuno dos casos confirmados, para melhorar ainda mais a taxa de sucesso do tratamento.

Até terça-feira, 3.441 pacientes tinham recebido alta hospitalar após a recuperação em Hubei. Entre os 33.693 pacientes hospitalizados, 5.647 ainda estavam em estado grave e 1.437 em estado crítico.

China desmente leitura "distorcida" de dióxido de enxofre no epicentro da epidemia

Beijing, 13 fev (Xinhua) -- O Centro Nacional de Monitoramento Ambiental da China (CNEMC, em inglês) refutou na quarta-feira os dados de um site meteorológico estrangeiro que alegadamente apontava para níveis elevados de dióxido de enxofre ao redor de Wuhan, o epicentro do surto do novo coronavírus, como "seriamente distorcido".

Os dados fornecidos pela Windy.com, empresa tcheca que presta serviços de previsão do tempo, mostraram que os níveis de dióxido de enxofre nas chamadas "zonas contaminadas" de Wuhan haviam superado 1.500 microgramas por metro cúbico no domingo.

Algumas reportagens da imprensa estrangeira pegaram os dados incorretos, os usaram como um indicador de cremações em massa de corpos ou de resíduos médicos e acusaram a China de um grande acobertamento.

Depois de comparar os dados recordes da Windy com os coletados pelos centros de monitoramento em Wuhan, administrados por empresas terceirizadas, o CNEMC descobriu que a concentração de dióxido de enxofre nas áreas relatadas nem sequer excedia 8 microgramas por metro cúbico durante esse período.

Dados de satélite também mostraram que o pico da leitura de poluentes de Wuhan não superou 11,5 microgramas por metro cúbico de 3 a 9 de fevereiro, e a cidade não teve um aumento na substância em comparação com as áreas circundantes.

Em vez disso, a cidade registrou uma queda acentuada nos principais poluentes atmosféricos. De 24 de janeiro a 10 de fevereiro, a concentração de partículas pequenas e respiráveis conhecidas como PM2,5 caiu 38% em termos anuais, enquanto as de PM10 e de dióxido de enxofre caíram 42% e 22%, respectivamente.

Um funcionário do CNEMC destacou o desvio de dados da Windy ao medir os níveis de dióxido de enxofre em outras cidades chinesas.

Por exemplo, um centro de monitoramento em Dongsi, no centro de Beijing, mostrou uma leitura média de 15 microgramas por metro cúbico na terça-feira, enquanto os dados oferecidos pela Windy.com registraram uma média de 212 microgramas por metro cúbico.

Os dados coletados por técnicas como a recuperação de satélites e a simulação de modelos, ambos métodos de monitoramento não padronizados, devem ser verificados com o monitoramento real no terreno e apenas são úteis quando sua margem de erro cai dentro de um intervalo limitado, explicou o funcionário.

"Os dados de dióxido de enxofre no nível do solo da Windy não foram calibrados com os dados reais coletados pelo monitoramento local na China, levando a registros 10 vezes ou até 100 vezes maiores que a quantidade real", disse ele. "É tudo, menos preciso".

China coloca na lista negra indivíduos por esconder sintomas e violar quarentena

Beijing, 13 fev (Xinhua) -- A fim de lidar melhor com os problemas em prevenção e controle epidêmico do novo coronavírus, várias províncias e cidades anunciaram que colocarão em uma lista negra de crédito os indivíduos que esconderem sintomas e violarem as regras de quarentena.

As províncias de Anhui, Jiangsu e Jilin e as cidades de Shanghai, Chongqing e Hangzhou aprovaram diretrizes para colocar na lista negra as pessoas que violam a quarentena ou escondem os sintomas de coronavírus, histórico de viagem nas regiões mais afetadas pelo vírus ou histórico de contato com pacientes confirmados e suspeitos.

Aqueles que violarem as regras serão sujeitos à responsabilização de acordo com a lei e também serão colocados na lista negra em uma plataforma local de informação de crédito.

Em 12 de fevereiro, Hangzhou colocou nove residentes em uma lista negra de crédito por ocultação de sintomas e violação de quarentena. Um deles havia retornado a Hangzhou em 26 de janeiro e escondeu o fato de ter passado por Wuhan e Shenzhen, de acordo com as autoridades locais.

Seus atos desmentidos serão incluídos nos registros de crédito públicos individuais e colocados na lista negra de crédito de Hangzhou por um ano.

A diretriz divulgada pela cidade também esclarece o mecanismo de identificação e castigo dessas ações.

Ao mesmo tempo, Chongqing também anunciou a colocação na lista negra de atos como a produção e venda de produtos falsificados, a estocagem de mercadorias e a prática de sobrepreço durante a epidemia.

Até agora, 28 pessoas envolvidas nessas atividades foram registradas em Chongqing.

Em Jilin, os atos que impedem a prevenção e o controle epidêmico como a violência contra os funcionários médicos serão sujeitos às obrigações legais.

ONU

O embaixador da China junto à Organização das Nações Unidas (ONU), Zhang Jun, afirmou na quarta-feira, 12, em reunião na sede da entidade, em Nova York, que seu governo "está confiante de que é capaz de vencer a batalha" contra o vírus e que os esforços "estão gerando resultados positivos".

SP tem três novos casos suspeitos de coronavírus

Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira, 12, que investiga três novos casos suspeitos de infecção pelo coronavírus. No total, são 11 casos ainda investigados, mas não há nenhuma confirmação - 33 casos analisados já foram descartados. No Estado de São Paulo, são 6 casos suspeitos.

Os casos estão sendo analisados pelo laboratório do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Os pacientes sob suspeita estão em isolamento domiciliar e os familiares estão orientados para prevenção de eventual transmissão do vírus. A secretaria recomenda uso de máscaras e higienização dos pertences utilizados pelo paciente com suspeita de coronavírus. A pessoa deve permanecer em casa e evitar contato.

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do Ministério da Saúde, explicou que a maior concentração de casos suspeitos em São Paulo se deve ao tamanho da população do Estado e também por ter um fluxo maior de pessoas que chegam da China. "São Paulo sempre é área com o maior número de casos de influenza por conta do clima e também porque, em números absolutos, sempre vai ter mais casos por ter uma população maior. Também porque é um Estado com relações comerciais maiores com a China".

Dos 33 casos descartados para infecção pelo coronavírus, 14 foram positivos para infecção pelo vírus Influenza (sendo 7 para o tipo B e 7, para o A).

Repatriados

Exames de sangue feitos nos 58 brasileiros que estão em quarentena em Anápolis (GO) descartaram em todos a presença do coronavírus. Os 34 brasileiros que viviam na China e os 24 tripulantes e profissionais de saúde e de comunicação que acompanharam a viagem de retorno dos repatriados tiveram amostras coletadas no domingo, 9, dia em que chegaram ao Brasil e os exames foram concluídos nesta terça-feira, 11. Novos testes serão feitos no próximo domingo, 16.

O ministério explicou que foi feito o exame RT-PCR, específico para o coronavírus que provoca a epidemia na China e que identifica a presença do RNA viral. Em todos os 58, o resultado foi negativo.

O último boletim divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), na terça-feira, 11, aponta que, em todo mundo, já foram confirmados 43.103 casos de infecção - 42.708 são da China, onde já morreram 1.017 pessoas em decorrência da doença. A OMS também definiu que a doença causada pelo vírus deve ser chamada de Covid-19.

 

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Fonte:
Estadão Conteúdo/Reuters/Xinhua

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