BC da China promete ampliar suporte para economia afetada por coronavírus
O banco central da China vai ampliar o suporte à economia para aliviar o impacto do surto de coronavírus, mas a atividade deve se recuperar quando o vírus estiver sob controle, disse um dos vice-presidentes da autoridade monetária nesta sexta-feira.
O Banco do Povo da China está observando de perto o impacto do surto na segunda maior economia do mundo, e preparando ferramentas de política monetária para compensar a pressão, disse o vice-presidente Pan Gongsheng em entrevista à imprensa.
"Em termos de política monetária, o próximo passo é fortalecer os ajustes contracíclicos, manter liquidez ampla e razoável e fornecer um ambiente monetário e financeiro sólido para a economia real", disse Pan.
"No contexto da epidemia e pressão negativa sobre a economia, é mais importante manter o crescimento econômico."
Restrições de viagem e saúde pública estão exercendo uma pressão cada vez maior sobre o turismo, restaurantes e outras partes do setor de serviços, enquanto muitas fábricas suspenderam as operações até a próxima semana ou mais enquanto as autoridades tentam conter a disseminação do vírus.
Ainda assim o número de mortos subiu a 636 até o final da quinta-feira, com 31.161 pessoas infectadas.
Fontes disseram à Reuters que as autoridades chinesas estão preparando medidas, incluindo mais gastos fiscais e cortes de juros, em meio a expectativas de que o surto terá um impacto devastador sobre o crescimento do primeiro trimestre.
Analistas acreditam que o crescimento pode desacelerar acentuadamente em 2 pontos percentuais ou mais, ante 6% no último trimestre, com as interrupções nos negócios se espalhando cada vez mais para a economia global. Mas eles afirmam que a atividade comercial e de consumo poderá se recuperar com força se o surto atingir seu pico em breve, de forma semelhante ao padrão durante a epidemia de Sars em 2003.
Pan reiterou que a China possui ferramentas de política monetária suficientes para lidar com a pressão e observou que tem mais espaço para apoiar o crescimento do que outras grandes economias.
O banco central usará ferramentas como cortes direcionados de compulsório, reempréstimo e redesconto para apoiar setores importantes, disse.
Pan disse que as recentes injeções de liquidez do BC chinês ajudaram a reduzir as taxas de juros do mercado, o que poderia afetar a principal taxa de empréstimos da China -- a taxa primária de empréstimo (LPR, na sigla em inglês) -- quando for definida em 20 de fevereiro.
O banco central da China injetou 1,7 trilhão de iuanes (242,74 bilhões de dólares) por meio de operações de recompras reversas esta semana para reforçar a confiança e reduzir algumas taxas de juros do mercado.
O governo também cortará impostos e taxas, disse o vice-ministro das Finanças, Weiping, durante a entrevista.
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