China: número de casos de coronavírus sobe para 20.438; mortes aumentam para 425

Publicado em 03/02/2020 21:40

A Comissão Nacional de Saúde da China informou nesta segunda-feira, 3, que o número de casos de coronavírus no país subiu para 20.438 e o total de mortes aumentou para 425. Na atualização anterior, haviam 17.205 casos confirmados e 361 óbitos no país asiático.

Em comunicado, o órgão afirmou ainda que há 23.214 casos suspeitos na China e que 632 pessoas já foram curadas. O documento informou, também, que há 15 casos da doença confirmados em Hong Kong, 8 em Macau e 10 em Taiwan.

Com mais um aumento expressivo do número de casos da doença, o governo chinês anunciou que, além da construção de dois novos hospitais, transformará três centros de eventos em locais de atendimento médico. Os locais terão capacidade para 3,4 mil leitos.

hospital wuhan

Um dos centros de eventos de Wuhan que será transformado em hospital por causa do surto de coronavírus Foto: Reprodução/CGTN

De acordo com o canal estatal CGTN, serão transformados em hospitais temporários um centro de convenções, um centro de exposições e uma arena esportiva da cidade de Wuhan, onde o surto começou.

Nesta segunda-feira, começou a funcionar na cidade o Hospital Huoshenshan, o primeiro dos dois centros médicos construídos em menos de duas semanas para tratar pacientes com coronavírus. O Hospital Leishenshan, segundo a ser inaugurado, já está com 80% da obra concluída e deve começar a funcionar nos próximos dias.

Feito com base em prédios pré-fabricados, o Hospital Huoshenshan já começou a receber seus primeiros pacientes. Com capacidade para mil leitos, o complexo conta com 30 Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), enfermarias, consultórios e almoxarifados, entre outras estruturas. De acordo com a TV estatal chinesa, existe também uma ala específica de quarentena destinada aos infectados pelo vírus, para evitar o aumento de novas infecções. 

Controle epidêmico na China ainda enfrenta desafios, diz especialista à Agencia Xinhua

Guangzhou, 3 fev (Xinhua) -- A prevenção e o controle do surto do novo coronavírus ainda enfrenta muitos problemas e desafios, avalia o renomado especialista chinês em sistema respiratório, Zhong Nanshan.

A epidemia apareceu inesperadamente em uma certa área e os recursos médicos foram escassos, apontou Zhong em uma entrevista exclusiva à Xinhua neste domingo. Ele observou que o governo está construindo dois hospitais provisionais dedicados a combater o surto do 2019-nCoV em Wuhan com uma capacidade total de 2.300 leitos, o que aliviará muito a pressão de tratamento.

Equipes médicas de todo o país foram enviadas a Wuhan para fornecer assistência. Enquanto isso, para garantir a distribuição de suprimentos médicos na linha de frente, o governo e as forças sociais precisam se unir, indicou Zhong.

Ele assinalou que é urgente melhorar a detecção do patógeno e o diagnóstico nos hospitais de nível de base para reduzir a pressão de prevenção e controle da epidemia e, deste modo, reposicionar os pacientes concentrados em hospitais designados, que são limitados.

"A infecção pelo 2019-nCoV só pode ser confirmada através do diagnóstico do patógeno, pois não pode ser distinguida de outras infecções respiratórias virais comuns, como a gripe, por meio de manifestações clínicas na fase inicial", destacou Zhong.

O especialista pediu mais esforços na prevenção e controle das infecções nosocomiais, pois a escassez de recursos médicos em Wuhan e outras áreas de epidemia com alta incidência pode facilmente resultar em infecções nos hospitais, representando ameaças à segurança dos profissionais de saúde e outras pessoas.

"A gestão do processo precisa ser otimizada para garantir a distribuição de instalações, equipamentos e suprimentos nos hospitais de combate na linha de frente", indicou Zhong.

Remédio contra o coronavírus está em fase de teste clínico

Beijing, 3 fev (Xinhua) -- Múltiplas instituições médicas estão conduzindo testes clínicos para o Remdesivir, um remédio contra o novo coronavírus, informaram nesta segunda-feira as autoridades chinesas de saúde.

Os testes clínicos visam estudar a segurança e efetividade do remédio, disse a porta-voz da Comissão Nacional de Saúde, Song Shuli, em uma coletiva de imprensa.

As informações e os dados de testes clínicos para o Lopinavir e o Ritonavir e os medicamentos chineses tradicionais estão sendo coletados, disse Song.

Pelo menos sete antivirais de pequena molécula estão em pesquisa clínica, diz especialista

Guangzhou, 3 fev (Xinhua) -- Enquanto não há medicamento específico descoberto para o novo coronavírus (2019-nCoV), sete antivirais de pequena molécula, mirando especificamente a polimerase e protease de RNA do 2019-nCoV, estão atualmente em pesquisa clínica, revelou neste domingo o renomado especialista chinês em sistema respiratório Zhong Nanshan em uma entrevista exclusiva à Xinhua.

Os pesquisadores descobriram que o ACE2, um tipo de receptor enzimático para o coronavírus da SARS (SARS-CoV), também desempenha um papel fundamental na interação entre o 2019-nCoV e as células humanas.

"Os dois têm alta similaridade em seu domínio de ligação ao receptor (RBD, em inglês)", disse Zhong, observando que a pesquisa mostra que o CR3022, um anticorpo monoclonal humano específico para SARS-CoV, pode se ligar de maneira potente ao RBD do 2019-nCoV, neutralizando a infecção pelo coronavírus.

Isso fornece inspirações para a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos de anticorpos, destacou Zhong, embora sejam ainda necessárias mais evidências clínicas para provar o efeito dos medicamentos usados em alguns casos individuais e leva tempo para que a vacina contra o vírus, ainda não desenvolvida, seja usada em aplicações clínicas.

"Desenvolvemos já alguns planos efetivos de tratamento, baseados nas experiências e práticas bem-sucedidas no combate à SARS. O uso de várias medidas de suporte à vida aumentou a taxa de sucesso do tratamento", salientou Zhong.

"À medida que conhecemos mais sobre a doença e nos tornamos mais experientes em diagnóstico e tratamento, o plano de tratamento está sendo atualizado por especialistas organizados pela Comissão Nacional de Saúde, para fornecer orientação aos médicos em todo o país. O plano atual já é a quarta versão", apontou ele.

OMS aconselha público sobre novo coronavírus e sobre ataques de bactérias

Beijing, 3 fev (Xinhua) -- A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente informações e conselhos ao público sobre a epidemia causada pelo novo coronavírus que atingiu a China, particularmente sua província central de Hubei.

"Antibióticos não funcionam contra vírus, atingem apenas bactérias", alerta a OMS em seu site oficial, observando que, como o novo coronavírus é um vírus, os antibióticos não são eficazes na prevenção ou no tratamento.

No entanto, se um paciente for hospitalizado pelo vírus, ele poderá receber antibióticos, já que "a co-infecção bacteriana é possível", acrescenta a organização.

Até o momento, não existe medicamento específico para prevenir ou tratar o vírus, mas algumas curas específicas estão sendo estudadas e serão testadas clinicamente, destaca a OMS, acrescentando que está trabalhando com parceiros para ajudar a acelerar o trabalho de pesquisa e desenvolvimento relacionado.

"Pessoas de todas as idades" podem ser infectadas com o novo coronavírus. Idosos e pessoas com condições médicas preexistentes, tais como asma, diabetes e doenças cardíacas, são mais suscetíveis, alerta a entidade.

Quanto à possibilidade de animais de estimação, como cães ou gatos, serem infectados pelo vírus, segundo a organização, ainda não há evidências.

Mas a OMS aconselha as pessoas a lavarem as mãos com água e sabão após entrarem em contato com animais de estimação, o que pode ajudar a protegê-las contra "várias bactérias comuns, como a E.coli e salmonelas, que podem passar entre animais e humanos".

As autoridades de saúde chinesas anunciaram nesta segunda-feira que foram confirmados 2.829 novos casos de infecção pelo novo coronavírus e 57 mortes neste domingo em 31 regiões de nível provincial e no Corpo de Produção e Construção de Xinjiang.

Impacto do coronavírus sobre a economia chinesa será limitado, diz funcionário

Beijing, 3 fev (Xinhua) -- O vice-chefe da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Lian Weiliang, avaliou nesta segunda-feira que a epidemia do 2019-nCov somente terá um impacto temporário sobre a economia da China. Pare ele, os bons fundamentos econômicos do país para o crescimento de longo prazo permanecem inalterados.

"Temos a confiança total e somos capazes de minimizar o impacto da epidemia sobre a economia", disse o oficial em uma coletiva de imprensa em Beijing.

Enquanto a epidemia afeta as indústrias como transporte e turismo, um crescimento rápido tem sido registrado em setores florescentes como compras online, alimentos e entretenimento, revelou ele.

Lian notou que algumas pessoas compararam a epidemia do novo coronavírus com a de SARS em 2003 e refutou as projeções de perda econômica baseadas nos danos causados naquela ocasião. "A atual força econômica, recursos e habilidades da China para tratar de emergências vêm sendo significativamente fortalecidas desde então e estamos plenamente confiantes e somos capazes de vencer a batalha contra a epidemia."

As autoridades de saúde da China informaram nesta segunda-feira que foram confirmados 2.829 novos casos e 57 mortes neste domingo em 31 regiões de nível provincial e no Corpo de Produção e Construção de Xinjiang.

Até o fim deste domingo, o total de casos confirmados na parte continental da China era de 17.205, segundo a Comissão Nacional de Saúde.

Embora a epidemia tenha causado prejuízo direto nos setores de serviço, manufatura e comércio, a resiliência da economia chinesa não pode ser subestimada, de acordo com um relatório divulgado no sábado pelos Institutos para Estudos Internacionais de Shanghai.

O documento aponta que o impacto potencial da epidemia pode ser diferente de todas as epidemias anteriores e outros incidentes e que é imprudente avaliar o impacto econômico da epidemia pela experiência histórica.

"Inclusive no curto prazo, a epidemia não causou efeito negativo sobre todos os setores, mas tem beneficiado indústrias como comércio eletrônico e jogos online e entretenimento", destaca o relatório.

China toma medidas focadas nas empresas de comércio exterior em meio a luta contra o coronavírus

Beijing, 3 fev (Xinhua) -- As empresas de comércio exterior da China retomarão a capacidade de produção em breve, enquanto as autoridades estão intensificando os esforços para melhorar o ambiente de negócios e reduzir sua carga, disse o Ministério do Comércio nesta segunda-feira.

O vice-ministro do Comércio, Wang Bingnan, disse que a maioria das empresas de comércio exterior da China tende a iniciar suas operações e remessas após 15 de janeiro no calendário lunar, e o ministério está prestando muita atenção à situação em meio ao surto do novo coronavírus.

Departamentos e governos locais em todos os níveis estão tomando políticas precisas para criar um sólido ambiente de negócios e aliviar o fardo das empresas, apontou Wang.

A Organização Mundial da Saúde falou muito bem dos esforços de prevenção e controle de epidemias da China e não recomendou reações exageradas, como restrições de comércio e viagens.

A China está confiante e é capaz de derrotar a epidemia do novo coronavírus, e acredita que os governos e participantes do mercado da cadeia de suprimentos global farão mais para facilitar as exportações e importações da China, acrescentou Wang.

138752941_15807243079761n.jpg

Um carregador automático de contêineres em Qingdao, Província de Shandong, leste da China, em 16 de maio de 2018. (Xinhua/Wang Peike)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Xinhua (estatal chinesa)

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário