Café: Preços voltam a cair em NY e cenário começa a preocupar setor; mercado interno segue sem grandes movimentações

Publicado em 03/02/2020 16:42 e atualizado em 03/02/2020 17:21

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O mercado futuro do café arábica encerrou a primeira sessão da semana com quedas expressivas na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Acompanhando as volumosas chuvas que atingiram Minas Gerais e Espírito Santo na semana passada, operadores em Nova York acreditam em um possível aumento na produção do café brasileiro. Preços de negociação em Nova York refletem no mercado interno e começa a preocupar o setor. 

Março/20 teve desvalorização de 475 pontos, cotado a 97,90 cents/lbp, maio/20 registrou baixa de 470 pontos, valendo 100,20 cents/lbp, julho/20 registrou queda de 465 pontos, negociado por 102,50 cents/lbp e setembro/20 encerrou as cotações por 104,60 cents/lbp, com desvalorização de 465 pontos. 

O analista de mercado Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, afirma que em termos de fundamentos o mercado não tem justificativa para quedas tão expressivas. Segundo o analista, as chuvas das últimas semanas estão repercutindo fora do Brasil, porque operadores acreditam que possa ter um aumento de grãos para a safra em desenvolvimento. "As chuvas foram boas, mas não significam um aumento tão expressivos de grãos", destaca. 

Na semana passada, volumes expressivos foram registrados nas duas principais regiões produtoras de café, Minas Gerais e Espírito Santo. As chuvas, que são consideradas benéficas para o desenvolvimento, também acabaram resultando em perdas pontuais na produção de café, sobretudo na Zona da Mata Mineira e Espírito Santo. Os prejuízos ainda estão sendo contabilizados nas duas regiões.

Além dos volumes expressivos de chuva, todo o setor financeiro mundial ainda sentem os impactos do Coronavírus. "As preocupações com a demanda também estão pesando nos preços do café devido à disseminação do coronavírus chinês. A Starbucks disse que fechou mais da metade de suas lojas na China continental, cerca de 2.000 lojas, e o McDonald's fechou várias centenas de lojas na China devido ao vírus, o que é negativo para a demanda de café", afirmou o site internacional Barchart. 

No Brasil, o mercado interno acompanhou o exterior e o dia também foi marcado por quedas nas principais regiões produtoras do país. Eduardo afirma que diante do cenário com preços abaixo do que é esperado, o mercado interno segue travado, com baixa nos negócios fechados. 

"Chega em um momento em que a situação começa a ficar preocupante e os negócios ficam bem abaixo da média do que é esperado para o período. Os produtores que deixaram para vender o que resta de sua produção no início de 2020, no novo ano fiscal, não se mostram dispostos a vender nos preços oferecidos", afirma o analista. Segundo Eduardo, os valores estabelecidos nesta segunda-feira (3) além de ficar abaixo do que é esperado, de uma maneira geral, não suprem as necessidades dos produtores. 

O tipo 6 duro registrou desvalorização de 4,17% em Guaxupé/MG, cotado por R$ 460,00. Poços de Caldas/MG teve baixa de 2,17%, valendo R$ 450,00. Patrocínio/MG registrou baixa de 1,09%, cotado a R$ 455,00.  Espírito Santo do Pinhal/SP teve desvalorização de 2,13%, cotado a R$ 460,00. Franca/SP teve baixa de 2,17, negociado por R$ 450,00. Varginha/MG manteve a estabilidade por R$ 490,00, assim como Araguarí/SP que manteve o valor de R$ 480,00. 

"Sabem que é pouco o café da safra atual ainda em mãos de cafeicultores. Faltam cinco meses de embarques neste ano-safra e assim, cientes dos baixos estoques existentes, recusam as ofertas atuais. Querem aguardar preços no patamar que foi praticado em novembro e dezembro de 2019", afirma o analista em sua análise semanal publicada na última sexta-feira (31). 

O tipo cereja descascado também teve a maior desvalorização registrada em Guaxupé/MG, com queda de 3,85% cotado a R$ 500,00. Poços de Caldas/MG teve baixa de 1,90%, cotado a R$ 516,00. Patrocínio/MG registrou queda de 2%, cotado a R$ 510,00. Varginha/MG manteve a estabilidade por R$ 510,00. 

O tipo 4/5 registrou baixa de 2,13% em Poços de Caldas/MG, cotado a R$ 460,00. Franca/SP registrou a mesma variação, também cotado a R$ 460,00. Varginha/MG manteve a estabilidade por R$ 495,00.

>>> Veja mais cotações aqui 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Everton Ropson Fritz SANTO AUGUSTO - RS

    Eu não sabia que a chuva fazia aumentar a quantidade de café nas plantas. Só no Brasil que chuva faz aumentar a quantidade de café nas plantas. Pelo pouco que eu sei no máximo pode manter os chumbinhos na planta e manter a produção. Ainda pelo que sei a estiagem e as altas temperaturas em setembro e outubro não proporcionou um pegamento de chumbinhos como se esperava. Mas pelo que os analistas estão falando possivelmente os próximos relatórios de safra do Brasil vai vir com uma estimativa de 75 milhões de sacas, já que as chuvas vão aumentar a produtividade do café.

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