Enfermeira que atendeu caso suspeito apresenta sintomas do coronavírus em Paulínia (SP)

Publicado em 01/02/2020 15:47

Sorocaba - Uma profissional de saúde que atendeu o empresário suspeito de ter contraído o coronavírus apresentou sintomas da doença e está em isolamento particular, em Paulínia, interior de São Paulo. A Secretaria Municipal de Saúde considera o novo caso como suspeito de transmissão direta do vírus. 

Conforme boletim divulgado pela pasta na noite desta sexta-feira, 31, a paciente atendeu o homem de 45 anos que apresentou sintomas após retornar da China - esse caso é considerado caso suspeito pelo Ministério da Saúde. Ela começou a apresentar os sintomas quatro dias depois.

A nota informa que a profissional de saúde e sua família foram colocadas em isolamento domiciliar. Ela trabalha no hospital particular de Campinas onde o paciente foi atendido, mas reside em Paulínia. Segundo a pasta, ambos têm o estado de saúde estável.

A mulher e a filha do empresário não viajaram com ele para a China e não apresentam sintomas, mas também estão em isolamento. De acordo com a prefeitura de Paulínia, a situação é acompanhada pela Vigilância Epidemiológica estadual.

O comitê de gestão criado pela prefeitura para acompanhar os casos determinou que uma equipe de profissionais da Vigilância em Saúde e Vigilância Epidemiológica visitem as unidades da rede municipal para reforçar com os servidores as medidas de vigilância para identificação de possíveis casos suspeitos. Já houve reforço na Vigilância Epidemiológica do Hospital Municipal. Núcleos de apoio e regulação do hospital de Paulínia estão atuando durante o final de semana.

Brasil registra 16 casos suspeitos de coronavirus

O Ministério da Saúde atualizou em 16 o número de casos considerados suspeitos de coronavírus no país. Segundo balanço divulgado às 12h de hoje (1º), já foram descartados outros dez casos.

A unidade federativa que apresenta maior número de casos suspeitos é São Paulo, com 8 ocorrências. Duas suspeitas já foram descartadas no estado. O Rio Grande do Sul registra, neste momento, 4 casos suspeitos; outros três já foram descartados.

Em Santa Catarina, até o momento, já foram levantadas 2 suspeitas; dois outros casos foram descartados.

A lista inclui ainda o Paraná e o Ceará, com um caso suspeito em cada.

Histórico

Os coronavírus são conhecidos desde meados dos anos 1960 e já estiveram associados a outros episódios de alerta internacional nos últimos anos. Em 2002, uma variante gerou um surto de síndrome respiratória aguda grave (Sars) que também teve início na China e atingiu mais de 8 mil pessoas. Em 2012, um novo coronavírus causou uma síndrome respiratória no Oriente Médio que foi chamada de Mers.

A atual transmissão foi identificada em 7 de janeiro. O escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) na China buscava respostas para casos de uma pneumonia de etiologia até então desconhecida que afetava moradores na cidade de Wuhan.

Na última quinta-feira (30), a OMS declarou estado de emergência global em saúde devido ao coronavírus.

Escolas de SP alertam pais sobre coronavírus e reforçam álcool em gel

São Paulo - Com medo de o coronavírus chegar ao Brasil, colégios particulares de São Paulo já alertam pais e professores e reforçam o estoque de álcool em gel na volta às aulas. Docentes planejam até incluir o tema nas classes.

No Colégio Santa Maria, na zona sul, professores de Ciência do ensino fundamental 2 (6.º ao 9.º anos) vão abordar o surto a partir da próxima semana. Um comunicado foi enviado a coordenadores pedagógicos com orientações, como lavar as mãos frequentemente e ficar atento a sintomas, como febre, tosse e dificuldade para respirar. Não há recomendação para usar máscara.

O Colégio Presbiteriano Mackenzie, em Higienópolis, na região central, reforçou a presença de recipientes com álcool em gel nos corredores, banheiros e áreas de alimentação. Foram ainda fixados cartazes de campanha contra viroses. O mesmo comunicado foi enviado às famílias. O Colégio Dante Alighieri, nos Jardins, enviou informativo com o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), sintomas e prevenção. Orienta também que parentes de alunos que tenham ido à China e voltado nos últimos 14 dias entrem em contato. A escola Stance Dual, na região central, indicou às famílias os sites do Ministério da Saúde e da Associação Médica Brasileira para informações sobre o vírus.

Agente comunitária de saúde, Gisele Ferreira, de 40 anos, espera que o colégio da filha fale sobre riscos. "Acredito que as escolas devem passar todas as recomendações a professores, alunos e pais. A aula da minha filha será retomada semana que vem e é importante a orientação", diz ela, mãe da Larissa, de 15, que está no ensino médio na rede pública. "Em minhas visitas às residências, reforço a importância de lavar as mãos, observar sintomas e verificar histórico de viagens à China."

Procurada, a Secretaria Municipal de Educação não informou se há ações preventivas. Já a Secretaria Estadual disse seguir orientações da pasta da Saúde. Por enquanto, o governo não tem orientação para evitar aglomerações, mas disse acompanhar a situação dia a dia.

A enfermeira Bruna Madruga, de 28 anos, mãe de Mateus, de 6, evita pânico. "Temos de acompanhar, mas acredito que ainda não há motivo para preocupação na cidade."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Fonte:
Estadão Conteúdo/Agencia Brasil

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