Mercado financeiro analisa risco de uma desaceleração da economia chinesa com o Coronavírus e ativos com maior risco despencam
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Entrevista com Jason Vieira - Economista Chefe da Infinity Asset sobre o Mercado financeiro em alerta com o Coronavírus
DownloadO Coronavírus está no centro das discussões e dos negócios no mercado financeiro global neste início de semana. Recuam as commodities - agrícolas, energéticas e metálicas - as ações, bolsas de valores e há muita incerteza em torno dos investimentos, explica o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
"A questão do Coronavírus traz, justamente, isso, essa questão da incerteza. Incerteza sobre o crescimento econômico chinês, o quanto isso pode ter consequências sobre o crescimento econômico mundial e isso num período em que a trégua comercial com os EUA trazia um alento no curto prazo", diz.
Ainda segundo Vieira, ainda faltam notícias mais concretas sobre a extensão da epidemia pelo vírus - que já matou mais de 80 pessoas na China e com casos confirmados em cerca de 14 países até este momento - fazendo com que a aversão ao risco no mercado financeiro seja intensa e crescente. Até este momento, o que mais preocupa nesse vírus é sua capacidade de transmissão e restransmissão.
Mais do que isso, segundo o economista, ainda não é possível afirmar até quando a pressão exercida por notícias como esta pode durar e quando se inicia um movimento de recuperação. "Se tem muito pouca previsibilidade e então a reação humana acaba se sobrepondo a qualquer reação técnica", diz Vieira.
O surto do Coronavírus se agrava no período do feriado do Ano Novo Lunar - intervalo de intensa movimentação de pessoas pelo país - e que já foi estendido por mais três dias pelo governo chinês para evitar um agravamento do quadro. Diante disso, se especula sobre a demanda da nação asiática por produtos básico.
"Óbvio que as pessoas não vão deixar de comer na China, mas todos os temores se desenham neste contexto de curto prazo (...) A reação do mercado é o temor de uma atividade econômica chinesa abaixo das expectativas, inclusive de uma perspectiva de recuperação, ainda que lenta", diz o economista.
Vieira afirma ainda que é cedo para saber quais serão as ações da China em relação às commodities, embora se saiba de sua necessidade de importação. Muita incerteza, portanto, ainda pauta os negócios. Dessa forma, a orientação do economista é de que os produtores brasileiros estejam protegidos, com ferramentas como o hedge, por exemplo.
"Quem não fez hedge, não fez seguro. Os famosos hedges que os produtores precisam fazer, em especial relacionados a campo, principalmente no momento de entressafra, pode ser que peguem um dos piores momentos nestas viradas. É muita atenção que precisa ter", diz.
Na Reuters
Temores sobre coronavírus derrubam índices europeus em mais de 2%
Por Thyagaraju Adinarayan e Susan Mathew
(Reuters) - Os possíveis danos aos negócios decorrentes do coronavírus da China derrubaram as ações europeias em mais de 2% nesta segunda-feira, depois que a segunda maior economia do mundo aumentou as proibições de viagens e prolongou o feriado do Ano Novo Lunar.
O índice FTSEurofirst 300 caiu 2,26%, a 1.619 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 2,26%, a 414 pontos.
Mais de 97% das ações do STOXX 600 foram negociadas no vermelho, com muitas sendo derrubadas de máximas recordes, eliminando cerca de 180 bilhões de euros em capitalização de mercado do índice de ações europeu.
O maior choque foi sentido pelos papéis de luxo, companhias aéreas e hotéis, que têm grande demanda dos consumidores chineses. As principais empresas de luxo da Europa perderam mais de 50 bilhões de dólares em valor de mercado desde o início do surto na semana passada.
A maioria dos principais índices de países da Europa caiu mais de 2%, enquanto os setores regionais perderam pelo menos 1% cada.
O DAX da Alemanha caiu quase 3%, enquanto o CAC da França registrou seu pior dia em quase quatro meses depois que LVMH, Christian Dior, Hermès e Kering recuaram mais de 3,6%.
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 2,29%, a 7.412 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 2,74%, a 13.204 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 2,68%, a 5.863 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,31%, a 23.416 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 2,05%, a 9.366 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 2,04%, a 5.178 pontos.
Cidade de Pequim registra primeira morte por coronavírus, diz TV estatal
XANGAI (Reuters) - A capital da China, Pequim, registrou a primeira morte causada pelo novo coronavírus na cidade na segunda-feira, informou a emissora de televisão estatal CCTV.
O homem de 50 anos, que esteve em Wuhan, centro do surto do coronavírus, teve sua infecção com o vírus confirmada em 22 de janeiro, segundo a CCTV.
(Reportagem de Yilei Sun, Cheng Leng e Se Young Lee)
Empresas em Zhejiang não são autorizadas a retomar operações antes de 9 de fevereiro por luta contra vírus
XANGAI (Reuters) - A província chinesa de Zhejiang, no leste da China, disse nesta segunda-feira que as empresas na província não têm permissão para retomar as operações antes de 9 de fevereiro, para ajudar a impedir a propagação de um coronavírus que eclodiu em Wuhan no final de 2019.
A medida é aplicável a empresas governamentais e privadas, mas não a empresas de serviços públicos e algumas outras, como companhias de equipamentos médicos e farmacêuticas, de acordo com um comunicado do governo de Zhejiang na mídia social Weibo.
(Reportagem de Yilei Sun, Cheng Leng e Se Young Lee)
Ações de viagem e tecnologia lideram perdas em Wall St com temores crescentes sobre vírus na China
Por Sruthi Shankar
(Reuters) - As ações dos Estados Unidos caíam mais de 1% nesta segunda-feira, com investidores preocupados com as conseqüências econômicas do surto de coronavírus na China que levou o país a estender o feriado do Ano Novo Lunar e as empresas a fechar algumas operações.
O S&P 500 foi derrubado de máximas recordes na semana passada, quando a China isolou várias cidades e restringiu viagens, o que trouxe à memória dos investidores o mortal vírus SARS que matou quase 800 pessoas em 2002 e 2003 e custou bilhões à economia global.
As ações relacionadas a viagens, incluindo companhias aéreas, cassinos e hotéis, eram as mais atingidas em Wall Street, enquanto os papéis de pesos-pesados da tecnologia --que desfrutaram de um rali forte recentemente-- arrastavam os mercados para baixo.
Apple, Microsoft, Alphabet e Amazon.com cediam entre 1,5% e 2,6%.
Wynn Resorts, Melco Resorts & Entertainment e Las Vegas Sands, que possuem grandes operações na China, caíam entre 4% e 7%. United Airlines Holdings e American Airlines perdiam 4,5% e 6,6%, respectivamente.
Às 13:13 (horário de Brasília), o índice Dow Jones caía 1,5%, a 28.555 pontos, enquanto o S&P 500 perdia 1,557289%, a 3.244 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuava 1,91%, a 9.137 pontos.
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