Wall Street cai com preocupações com vírus e crescimento global, após caso de coronavírus da China nos EUA
NOVA YORK (Reuters) - Os índices acionários de Wall Street perderam terreno nesta terça-feira, afastando-se das máximas recordes, à medida que o surto de coronavírus originário na China chegou aos Estados Unidos e o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu sua projeção para o crescimento econômico global.
Os três principais índices de ações dos EUA caíram após vários dias de novas máximas e do melhor avanço semanal em meses.
Os índices ampliaram suas perdas depois que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) confirmou o primeiro caso nos EUA de coronavírus, que já matou seis pessoas na China.
"Estamos vendo um risco importante introduzido no mercado e, sempre que há novas incertezas, vemos mais volatilidade e fuga para qualidade, e investidores fugindo de ativos de risco", disse Charlie Ripley, estrategista sênior de mercado da Allianz Investment Management em Minneapolis.
Com o surto ocorrendo logo antes do ano novo lunar chinês, as notícias atingiram mais fortemente os ativos relacionados ao setor de viagens.
O índice de companhias aéreas da Bolsa de Valores de Nova York recuou 2,8%.
A United Airlines caiu 4,4%, enquanto a Carnival Corp sofreu queda de 2,3%.
As operadoras de hotéis e cassinos Las Vegas Sands Corp e Wynn Resorts Ltd, ambas com operações consideráveis na China, encerraram a sessão com queda de 5,4% e 6,1%, respectivamente.
As ações de aço, que têm uma exposição considerável à China, também caíram. A Steel Corp dos EUA recuou 5,2%.
Entre outras notícias, o FMI cortou suas previsões de crescimento econômico global para 2020 e 2021, com a diretora-gerente, Kristalina Georgiev, citando efeitos duradouros da contundente guerra comercial entre os EUA e a China, além das desacelerações mais acentuadas do que o esperado na Índia e em outros mercados emergentes.
O Dow Jones caiu 0,52%, para 29.196,04 pontos, o S&P 500 recuou 0,26%, para 3.320,8 pontos, e o Nasdaq Composite teve queda de 0,19%, para 9.370,81 pontos.
Autoridades norte-americanas confirmam primeiro caso de novo coronavírus da China nos EUA
(Reuters) - Um residente dos Estados Unidos, que viajou recentemente para a China, foi diagnosticado com o recém-identificado coronavírus que infectou mais de 300 pessoas e matou pelo menos seis na China, informou nesta terça-feira o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.
Autoridades do CDC disseram que estão se preparando para mais casos do coronavírus nos EUA, que se originou na cidade chinesa de Wuhan, e aumentaram o alerta de viagem para Wuhan ao nível 2, exigindo precaução aprimorada. Sob esse nível de alerta, o CDC recomenda que os viajantes de Wuhan evitem contato com pessoas doentes, animais, ou mercados de animais.
"Esperamos mais casos nos EUA e ao redor do mundo", afirmou Nancy Messonnier, especialista em doenças respiratórias, durante uma teleconferência com repórteres.
Funcionários do Centro disseram terem começado a rastrear indivíduos que entraram em contato com o paciente para verificar se há sintomas.
Na semana passada, o centro começou a rastrear viajantes da China nos aeroportos de Nova York, Los Angeles e São Francisco. Nesta terça-feira, a agência afirmou que irá expandir o rastreamento do vírus para os aeroportos internacionais Hartsfield-Jackson, em Atlanta, e O'Hare, em Chicago.
Além dos EUA, casos fora da China foram relatados na Coréia do Sul, Tailândia e Japão.
Durante a conferência, os funcionários da CDC afirmaram terem rastreado mais de 1,2 mil passageiros desde que a força-tarefa começou, em 17 de janeiro. Nenhum desses indivíduos foi submetido a testes adicionais.
O viajante dos EUA, do Estado de Washington, tinha retornado em 15 de janeiro, aterrissando no aeroporto internacional Seattle-Tacoma, o qual não está na lista norte-americana para triagem aprimorada.
O paciente procurou atendimento em um posto médico em Everett, Washington, e foi tratado da doença. De acordo com seu histórico de viagem e sintomas, profissionais da saúde suspeitaram do novo coronavírus.
Amostras foram retiradas do paciente e encaminhadas ao CDC para teste. O centro afirmou ter desenvolvido um novo teste que permitiu identificar a presença do vírus no viajante.
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