Soja: Preços seguem estáveis no BR com competitividade mantida e dólar em forte alta

Publicado em 15/01/2020 18:22

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A primeira fase do acordo comercial entre China e Estados Unidos foi assinada nesta quarta-feira, 15, e parece ter frustrado o mercado internacional da soja. Os futuros da oleaginosa terminaram o dia perdendo mais de 12 pontos nos principais contratos negociados na Bolsa de Chicago, levando o março de volta aos US$ 9,29 e o maio a US$ 9,42 por bushel. 

O acordo apresentado pelo presidente americano Donald Trump e pelo vice-premier Liu He, na Casa Branca, indicou que a compras chinesas de produtos agrícolas norte-americanos, nos próximos dois anos, deverá totalizar US$ 32 bilhões. 

O texto prevê ainda que sejam importados pela China ao menos US$ 12,5 bilhões para 2020 sobre o patamar de 2017. E esse montante sobe para US$ 19,5 bilhões para 2021, também tomando como base 2017, que foi o ano antecessor do ano de início da guerra comercial e as compras chinesas foram de US$ 19,6 bilhões.

Em seu discurso, porém, o presidente Trump afirmou que as compras da China em produtos agrícolas norte-americanos poderia chegar a ateé US$ 50 bilhões, depois de sua equipe ter sugerido algo perto de US$ 20 bilhões. 

Leia mais e entenda os detalhes do documento:

>> China se compromete com a compra de US$ 32 bi em produtos agrícolas dos EUA

O documento dá conta ainda de que as compras da China incluem cereais, oleaginosas, carnes algodão e frutos do mar, porém, sem determinações de volume ou receita para cada grupo de produtos. E assim, a falta de um detalhamento para a soja acabou exercendo alguma pressão sobre as cotações. 

"Se criou um sentimento no mercado de que a China, depois disso, entraria limpando os estoques americanos, e isso não vai acontecer", diz o chefe do setor de grãos da Datagro, Flávio França. 

Mais do que isso, ainda de acordo com os executivos da ARC Mercosul, "há produtos de maior importância e necessidade do que a soja norte-americana para os chineses, principalmente partindo do fato que a oleaginosa para exportação brasileira continua sendo mais barata que as ofertas no Golfo dos EUA". 

Por outro lado, ainda na análise de França, a notícia de uma melhora na relações entre China e Estados Unidos e um compromisso com mais compras por partes do chineses pode ser bom para o mercado, mesmo que no médio e longo prazo. "Eles estão se acertando e isso é mais demanda para o produto americano", diz. Além disso, ele acredita ainda que essa reação mais imediatista do mercado em Chicago logo se acalma e o andamento dos preços volta à normalidade. 

E lembra também que neste ano comercial a China já comprou cerca de 11,2 milhões de toneladas de soja nos EUA, contra pouco mais de 3 milhões no mesmo período da temporada anterior. 

SOJA DO BRASIL

No mercado brasileiro, ao menos a estabilidade pode ser esperada no curto prazo. "Todo o mercado mundial da soja irá sangrar com as quedas em Chicago, entretanto, o mercado brasileiro tende a se estabilizar e se manter correlacionado com as variações do dólar nestas próximas semanas", completa a análise da ARC Mercosul.

A competitividade da oleaginosa nacional, portanto, segue mantida e a maior parte da demanda ainda concentrada na América do Sul. 

Da mesma forma, o dólar subiu, somente nesta quarta-feira, mais de 1% para voltar aos R$ 4,18.

E foi com estabilidade que os preços da soja nos portos brasileiros encerraram o dia. As referências de R$ 88,50 em Paranaguá e de R$ 88,00 por saca em Rio Grande foram mantidas para a oleaginosa disponível, bem como as de R$ 86,50 e R$ 86,00 para o indicativo de março. 

Veja ainda:

>> Brasil segue no páreo em relação às vendas de soja para a China, mesmo após assinatura de acordo entre China e EUA 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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