Cotações no mercado de frango apontam para manutenção nos preços

Publicado em 07/01/2020 15:29
Juliana Ferraz - Pesquisadora Cepea
Após fim de 2019 com preços mais baixos, mercado começa a se recuperar e deve continuar com valores sustentados

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Entrevista com Juliana Ferraz - Pesquisadora Cepea sobre o Mercado do Frango

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As movimentações nas cotações do mercado de frango no início desta semana, dia 6 de janeiro, apontam para a manutenção dos preços da ave, de acordo com a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Usp), Juliana Ferraz. 

Apesar dos números serem positivos como, por exemplo, aumento de 2,51% no frango atacado em São Paulo nesta segunda-feira (6), ela explica que esta recuperação leva à estabilidade dos preços, já que a segunda quinzena de dezembro último foi fraca para o setor. 

De acordo com a especialista, São Paulo, por ser um grande centro consumidor, acaba servindo de termômetro do que está acontecendo em outras regiões do país. "Nas outras regiões, as cotações têm sido mais flutuantes, mas devem se estabilizar também", afirma.

"Como as redes varejistas e atacadistas já haviam feito estoque e, somado a isso, a redução da demanda por conta das férias escolares, as movimentações foram fracas no fim do ano. Agora o mercado deve voltar a se recuperar dentro da normalidade, não há expectativas altas para etse mês", explica.

Quando o assunto é mercado externo, a pesquisadora relembra que o fim de 2019 foiu de bons volumes embarcados, principalmente para a China, por conta da crise da Peste Suína Africana. Justamente pelo fato de o país asiático ter feito compras grandes do produto brasileiro e ter um certo estoque, é possível que os embarque no iníico deste ano sejam um pouco menores.

"Ainda não sabemos como vai ser essa demanda externa, mas se houver volume menor de compra, pode haver uma sobreoferta de frango no Brasil, e somado à demanda reprimida, derrubar os preços", explica.

OVOS

No caso dos ovos, a pesquisadora conta que os preços praticados no início deste mês estão, sim, abaixo do estipulado em dezembro, mas acima dos patamares de janeiro de 2019. De acordo com ela, a razão para isso é a alta oferta de produto, somada à demanda reprimida.

"Muitas redes varejistas fizeram estoque, e por se tratar de um produto perecível, quem ainda tem um volume de ovos parado acaba fazendo descontos para escoar o produto, o que contribui para a queda nos preços", afirma.

Juliana explica que o que vai ditar o ritmo das negociações de ovos é o preço das cernes bovina, suína e de frango. Se os valores se mantiverem altos ou subirem ainda mais, é possível que o consumo da população migre para a proteína mais barata, no caso, o ovo.

 

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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