Ibovespa fecha abaixo de 117 mil pontos com tensão EUA-Irã; Petrobras sobe
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa abaixo dos 117 mil pontos nesta segunda-feira, em pregão novamente afetado pela escalada nas tensões entre os Estados Unidos e o Irã, além de ajustes após ter renovado máximas históricas na semana passada.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,7%, a 116.877,92 pontos. Na sessão anterior, renovou recorde intradia, a 118.791,86 pontos. O volume financeiro do pregão somou 27,5 bilhões de reais.
Washington e Teerã seguiram trocando ameaças desde o ataque ocorrido em Bagdá na sexta-feira, que matou o comandante iraniano Qassem Soleimani e ampliou a sensibilidade dos mercados s questões geopolíticas.
"O risco de conflito no Oriente Médio nunca saiu do radar, mas agora voltou com força", destacaram analistas da corretora Mirae Asset, em nota a clientes.
Para a equipe do BTG Pactual, ainda é difícil avaliar possíveis desdobramentos relacionados ao ataque norte-americano, mas, no curtíssimo prazo, espera-se crescimento da aversão a risco. "A palavra volatilidade segue na moda."
Fernando Bresciani e Pedro Galdi, da Mirae, chamaram a atenção, contudo, para a expectativa que no próximo dia 15 seja assinado o primeiro acordo comercial entre China e EUA, o que, na visão deles, pode melhorar o humor no mercado global.
Wall Street abriu em queda, mas mostrou melhora durante o pregão, com o S&P 500 fechando com variação positiva de 0,35%. O Dow Jones avançou 0,24% e o Nasdaq encerrou com valorização de 0,56%.
Nesta segunda-feira passou a vigorar a nova composição do Ibovespa, com a inclusão de Carrefour Brasil, Hapvida, SulAmérica, Cia Hering e Totvs, totalizando 73 ativos.
DESTAQUES
- BR DISTRIBUIDORA ON caiu 5%, maior declínio do Ibovespa, tendo no radar expectativa de venda de nova fatia da companhia detida pela Petrobras e com analistas do BTG Pactual chamando a atenção para dados sobre vendas de combustíveis em novembro, que, na visão deles, continua mostrando um cenário difícil para a companhia.
- PETROBRAS PN avançou 1,18% e PETROBRAS ON subiu 3,25%, diante da alta dos preços do petróleo no mercado externo, além de sinalização do governo de que não tabelará o preço de combustível. A empresa divulgou na sexta-feira prospecto de operação de venda de até 734,2 milhões de ações ON da companhia pelo BNDES, dia em que o papel caiu forte.
- GOL PN e AZUL PN perderam 4,6% e 3,1%, respectivamente, tendo de pano de fundo o aumento das tensões no Oriente Médio e o efeito de alta nos preços do petróleo, que tem impacto nos custos de companhias aéreas.
- BRADESCO PN recuou 1,79%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN fechou em baixa de 1,49%, em sessão negativa para bancos no Ibovespa.
- VALE ON caiu 0,59%, contaminada também pela maior aversão a riso no exterior, embora os futuros do minério de ferro na China tenham tido a quarta sessão seguida de alta, à medida que uma maior taxa de utilização em siderúrgicas apontou para uma demanda firme pelo material usado na fabricação do aço.
- NATURA & CO ON cedeu 2,12%, após leilão de papéis da fabricante brasileira de cosméticos coordenado pela corretora do Morgan Stanley. A agência Bloomberg noticiou que o Morgan Stanley planeja vender cerca de 52,2 milhões de papéis da Natura em nome da Cerberus Capital. Mais cedo, as ações chegaram a subir 5,68% tendo de pano de fundo elevação das estimativas da companhia quanto à economia de custos decorrente das sinergias com a aquisição da Avon.
- BRASKEM PNA valorizou-se 5,2%, após o juiz federal da 3ª Vara do Estado de Alagoas homologar um acordo de 2,7 bilhões de reais da petroquímica com autoridades federais e estaduais daquele Estado para reparação de prejuízos a milhares de vítimas de fenômeno de afundamento e rachaduras de solo que atinge a capital Maceió há meses.
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