Criação de 99,2 mil empregos formais em novembro atinge maior nível desde 2010

Publicado em 19/12/2019 20:39

Beneficiada pelo comércio e pelos serviços, a criação de empregos com carteira assinada atingiu, em novembro, o oitavo mês seguido de crescimento. Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, 99.232 postos formais de trabalho foram criados no último mês. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões.

Este foi o melhor nível de abertura de postos de trabalho para novembro desde 2010, quando as admissões superaram as dispensas em 138.247. A criação de empregos totaliza 948.344 de janeiro a novembro, 10,5% a mais que no mesmo período do ano passado.

A geração de empregos atingiu o maior nível para os 11 primeiros meses do ano desde 2013, quando tinham sido abertas 1.546.999 vagas no acumulado de 11 meses.

Setores

Apesar da alta, a criação de empregos em novembro concentrou-se em poucos setores. Na divisão por ramos de atividade, apenas três dos oito setores pesquisados criaram empregos formais no último mês. O campeão foi o comércio, com a abertura de 106.834 postos, seguido pelos serviços (44.287 postos). Em terceiro lugar vêm os serviços industriais de utilidade pública, categoria que engloba energia e saneamento (419 postos).

O nível de emprego caiu na indústria de transformação (-24.815 postos), na agropecuária (-19.161 postos) e na construção civil (-7.390 postos). A administração pública fechou 652 postos, e a indústria extrativa mineral encerrou 290 postos formais.

A geração de emprego em novembro costuma ser marcada pelo reforço no comércio para as contratações de fim de ano. No entanto, a indústria, que reforçou a produção em agosto e em setembro por causa do Natal, desacelera. A agropecuária também dispensa empregados por causa da entressafra de diversos produtos, como a cana-de-açúcar.

Destaques

No comércio, a criação de empregos foi puxada pelo segmento varejista, com a abertura de 100.393 postos formais. O comércio atacadista gerou a abertura de 6.441 vagas. Nos serviços, os destaques foram venda e administração de imóveis (30.695 postos), serviços de alojamento, alimentação, reparação e manutenção (15.839 postos) e serviços médicos, odontológicos e veterinários (4.786 postos).

Na indústria de transformação, puxaram a queda no emprego as indústrias de produtos químicos, farmacêuticos, veterinários e de perfumaria (-7.140 postos); de produtos alimentícios e de bebidas (-7.040 postos); têxtil e vestuário (-5.309 postos) e a indústria de calçados (-2.399 postos).Regiões

Quatro das cinco regiões brasileiras criaram mais empregos com carteira assinada em novembro. O Sudeste liderou a abertura de vagas, com 51.060 postos, seguido pelo Sul (28.995 vagas), pelo Nordeste (19.824 vagas) e pelo Norte (4.491 postos). Apenas o Centro-Oeste demitiu mais do que contratou, fechando 5.138 vagas formais no mês passado.

Na divisão por unidades da Federação, 21 geraram mais empregos no mês passado. As maiores variações positivas no saldo de emprego ocorreram em São Paulo (abertura de 23.140 postos), no Rio de Janeiro (16.922), no Rio Grande do Sul (12.257) e em Santa Catarina (10.026). Os estados que registraram o fechamento de vagas formais foram Goiás (-4.587), Mato Grosso (-2.437), Mato Grosso do Sul (-830), Acre (-613), Rondônia (-354) e Tocantins (-115).

Brasil abre 99.232 vagas formais de trabalho em novembro, acima do esperado (Reuters)

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil registrou criação líquida de 99.232 vagas formais de emprego em novembro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.

É o melhor resultado para o mês desde 2010, quando houve abertura de 138.247 postos.

O resultado do mês, oitavo consecutivo com criação líquida de vagas, veio muito acima das estimativas de analistas consultados em pesquisa Reuters, que projetavam abertura de 47.500 postos.

No acumulado do ano até novembro, foram criadas 948.344 vagas, na série com ajustes, apontou o Caged, desempenho mais forte para o período desde 2013 (+1,547 milhão de postos).

DETALHAMENTO

Dos oito setores pesquisados pelo Caged, três ficaram no azul em novembro, com destaque para comércio (+106.834 vagas), serviços (+44.287) e serviços industriais de utilidade pública (+419).

Dentre os cinco setores que fecharam no vermelho, indústria de transformação e agropecuária encabeçaram a lista, com 24.815 e 19.161 vagas encerradas, respectivamente, no mês.

De janeiro a novembro, o saldo positivo do setor de serviços encabeçou o ranking compilado pelo Caged, com 495.577 vagas criadas.

Em novembro, foram registradas 17.686 admissões e 6.332 desligamentos na modalidade trabalho intermitente. O saldo ficou positivo em 11.354 empregos.

Criada por meio da reforma trabalhista, a modalidade permite jornada em dias alternados ou por horas determinadas.

Na modalidade de trabalho parcial, foram 6.635 admissões e 4.513 desligamentos. O saldo, portanto, foi positivo em 2.122 vagas.

Pelo Twitter, o secretário Especial da Previdência e do Trabalho, Rogério Marinho, comemorou os números do Caged para o mês de novembro.

"Esperamos uma geração de empregos ainda melhor em 2020, com a retomada da atividade econômica e a continuidade da agenda de reformas. A MP 905, do programa #VerdeAmarelo, é fundamental para a melhoria do ambiente de negócios e para criar melhores condições para empregabilidade", afirmou.

Economia deve crescer 1,1% este ano e 2,3% em 2020, prevê Ipea

O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, deve ter crescimento de 1,1% este ano e de 2,3% em 2020. A previsão é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e foi divulgada hoje (19), no Rio de Janeiro. Segundo a análise, a expectativa de crescimento no quarto trimestre de 2019 é de 0,4%.

A estimativa anterior do Ipea era de aumento de 0,8% no PIB em 2019. Para 2020, o PIB foi revisto de 2,1% para 2,3%.

A projeção do Ipea é muito próxima da divulgada hoje pelo Banco Central (BC), em Brasília. Segundo o BC, a previsão para a expansão do PIB em 2019 passou de 0,9%, previsto em setembro, para 1,2%. Para 2020, a projeção para o crescimento do PIB foi revisada de 1,8% para 2,2%.

Conforme o Ipea, a recuperação da economia ganhou fôlego nos últimos meses, puxada, principalmente, pelo consumo das famílias e por investimentos.

De acordo com o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior, a projeção de um cenário mais positivo para 2020 baseia-se em dois fatores: a redução das taxas de juros como consequência da queda da taxa básica de juros – atualmente a Selic está em 4,5% ao ano – e o encaminhamento da agenda de reformas como a tributária, a administrativa e a do pacto federativo.

“A redução da taxa de juros estimula o crescimento tanto do consumo quanto do investimento. O outro ponto é o aumento da confiança, que a gente está se baseando nessa continuidade do cenário de reformas, que também estimula o investimento em infraestrutura”, destacou.

Inflação

O estudo do Ipea projeta inflação de 3,7% para 2019 - 0,3 ponto percentual acima da previsão anterior. Para o ano que vem, a projeção de inflação é de 3,76%.

“Um dos itens que mais contribuiu para a variação da inflação este ano foi a carne bovina. A peste suína africana, que atingiu fortemente a China, aumentou a demanda externa por carne bovina – as exportações brasileiras do produto cresceram 30% entre setembro e outubro, fazendo com que o preço subisse 8,09% em novembro e puxando a inflação para cima. A alta acumulada de 12 meses até novembro foi de 14,4%. Com a carne bovina mais cara, a procura por aves, suínos e ovos subiu, assim como o preço dessas proteínas”, destaca o Ipea.

Para José Ronaldo Souza Júnior, esse aumento no preço das carnes deve diminuir no início do ano que vem. “O impacto maior de curto prazo no preço tende a se dissipar porque esse aumento muito grande das exportações tende a ir para um ritmo mais normal para o próximo ano. Esse impacto de curto prazo que foi de aumento do preço aqui no Brasil para ficar mais próximo do preço internacional deve se dissipar e o preço internacional não está oscilando tão fortemente como o que a gente viveu aqui”, finalizou.

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Fonte:
Agência Brasil/Reuters

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