Maia diz que jogo de empurra gera insegurança, diante de ameaça de veto de Bolsonaro a fundo eleitoral

Publicado em 19/12/2019 13:01

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Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira, questionado sobre tendência de veto presidencial ao fundo eleitoral, que “jogo” de empurrar desgaste para o outro Poder gera insegurança para a sociedade.

Segundo ele, a Câmara teria um “arsenal” de medidas que contariam com apoio popular e teriam custo político ao Planalto para vetá-los, caso de uma política de reajuste real para o salário mínimo ou para o preço do óleo diesel. Ambas teriam impacto nas contas públicas e teriam de ser vetadas.

“Aí daqui a pouco o Legislativo vai começar a fazer a mesma coisa? Vai começar a mandar aumento do salário mínimo, redução do preço do óleo diesel para ele vetar? Se a equação é quem faz, em tese, mais aceno popular, a Câmara tem um arsenal”, disse o presidente da Câmara, em café da manhã com jornalistas.

“Só que não foi o que nós fizemos nos últimos anos e não é o que queremos”, ponderou, ao se posicionar a favor de uma atuação responsável do Parlamento.

Sobre o salário mínimo, aliás, defendeu que a discussão ocorra atrelada a uma previsão de fontes de recursos para eventual política de reajuste.

“Se começar esse jogo de um querer vetar para deixar o degaste para o outro, nós vamos ter, vamos começar a gerar uma insegurança para a sociedade muito grande”, avaliou.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro disse que "se houver brecha" vai vetar o fundo eleitoral de 2 bilhões de reais aprovado pelo Congresso. [nL1N28T0F0]

Provocado, Maia responeu que essa é uma prerrogativa do presidente da República, mas lembrou que a proposta do fundo foi aprovada como partiu do Executivo.

“Foi ele quem mandou a proposta, ele veta.”

No decorrer da discussão do Orçamento para 2020, o Congresso tentou elevar o valor do fundo, mas acabou aprovando o valor de R$ 2 bilhões previsto na proposta encaminhada pelo Executivo. Ao ser lembrado que o valor foi definido pelo próprio governo, Bolsonaro diz que é obrigado pela lei a prover o fundo.

O presidente da Câmara aproveitou para garantir que temas como a autonomia do Banco Central, parcerias público-privadas, e recuperação judicial, além da ampliação do Bolsa Família e licenciamento ambiental devem ser prioridades do Parlamento em 2020.

“Está maduro, está pronto para votar a autonomia do Banco Central”, disse a jornalistas.

CMPF E REFORMAS

A criação de uma nova tributação sobre movimentações financeiras, no entanto, não tem chance de avançar no Congresso, de acordo com o deputado.

"Você pode dar o nome que você quiser", disse o presidente, sobre eventual imposto sobre movimentação financeira. “O Parlamento não vai criar CPMF”, afirmou, lembrando que caberia ao Legislativo criar nova tributação e que não há espaço para a discussão entre parlamentares.

Ao comentar que algo nos moldes da CPMF seria “regressivo” e atrapalharia a recuperação econômica, Maia disse já ter transmitido à equipe econômica a falta de clima no Congresso para o tema.

“Já falei com eles que não passa.”

Segundo o presidente da Câmara, as reformas administrativa e tributária também devem avançar no próximo ano, assim como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece gatilhos para a contenção de despesas públicas já em discussão na Câmara.

Outra PEC que deve ganhar prioridade no primeiro semestre de 2020, afirmou Maia, é a que disciplina o uso de fundos infraconstitucionais para o pagamento da dívida pública. O presidente da Câmara, pondera, no entanto, que é necessário avaliar que texto será encaminhado pelo Senado aos deputados.

Sobre a PEC que permite a prisão após condenação em segunda instância, tema que ocupou o centro de uma disputa por protagonismo com o Senado, Maia garantiu que caminhará naturalmente.

Já a chamada PEC paralela, alterantiva encontrada por senadores para alterar a reforma da Previdência sem promover mudanças no texto principal da proposta, o que atrasaria sua tramitação, Maia defendeu que seja reduzida.

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Fonte:
Reuters

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1 comentário

  • Aloísio Brito Unaí - MG

    Quem no Brasil apóia esse sujeito (Rodrigo Maia)?! Ele está lá por mera ignorância de uma pequeníssima porção da sociedade braseira. Eu nunca ouvi alguém dizer que confia nesse sujeito. Infelizmente é isso que possuímos na política brasileira, um líder do Congresso o qual não tem apoio sequer de um único brasileiro. Ou estou enganado? É muito triste isso.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      ...E indiciado pela policia federal por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

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