Juros futuros fecham em queda com alívio no câmbio e expectativa pelo RTI
Os juros futuros persistiram em queda durante à tarde, mesmo com o dólar ganhando força e zerando as perdas ante o real na segunda etapa dos negócios. Como a leitura da ata do Copom ontem adicionou prêmios à curva, o mercado aproveitou hoje o alívio no câmbio para recompor algumas posições vendidas, animado ainda pela expectativa com o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) nesta quinta-feira, após o Banco Central ter apresentado projeções benignas para os preços na ata. O mercado tampouco se abalou com os números de inflação desfavoráveis divulgados no começo do dia, principalmente a guinada do IGP-M na segunda prévia de dezembro.
Na expectativa pela agenda dos próximos dias, além do RTI amanhã, na sexta-feira será conhecido o IPCA-15 de dezembro. O volume de contratos hoje foi menor do que tem sido a média padrão. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a regular em 4,600% e a estendida, em 4,635%, ante 4,651% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 5,992% para 5,92% (regular) e 5,95% (estendida). A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou em 6,56% (regular) e 6,59% (estendida), de 6,602%, e a do DI para janeiro de 2027 recuou de 6,931% para 6,90% (regular) e 6,92% (estendida).
Após rondarem os ajustes no pós-abertura, os juros se firmaram em baixa ainda pela manhã, acompanhando a virada do dólar para baixo - hoje a moeda chegou a testar a casa dos R$ 4,04 nas mínimas. Mantiveram o sinal de queda durante a sessão, mesmo na ausência de novidades no noticiário e com o enfraquecimento do real.
Segundo profissionais da área de renda fixa, o retrocesso do dólar para mais perto dos R$ 4 nos últimos dias traz alívio para preocupações em relação aos preços administrados, que têm sido o canal mais sensível de repasse da pressão do câmbio, sobretudo nos combustíveis, num momento em que a perspectiva para a Selic já é mais conservadora. Desse modo, é grande a expectativa por mais detalhes deste tema amanhã no RTI, depois do BC informar que sua estimativa para 2020 caiu de 4,0% para 3,6% entre a ata do Copom de outubro e a de dezembro. A previsão para 2021 também caiu, de 3,8% para 3,5%.
Na agenda do dia, o IGP-M de 2,06% na segunda prévia de dezembro, ante -0,01% na mesma leitura em novembro, chamou a atenção, porque a expectativa era de um número na casa de 1,8%. Apesar do salto, o mercado absorveu o índice sem sustos, diante da leitura de que é reflexo do choque das proteínas sobre em Alimentação. A boa notícia é que, segundo os especialistas, os efeitos devem ser restritos a 2019. "Isso ainda não causa desconforto porque tem o calendário. O efeito foi todo antecipado para 2019 quando esperávamos que fosse em 2020", disse o economista Breno Martins, da Mongeral Aegon Investimentos.
Política de reajuste do salário mínimo será definida ano a ano, diz Guedes
Para 2020, Guedes disse que o poder de compra dos trabalhadores será assegurado, como manda a Constituição. Ele não descartou avaliar um aumento real no salário mínimo a ser pago a partir do ano que vem, mas reconheceu que o espaço no Orçamento é pouco - vários benefícios previdenciários são atrelados ao piso nacional "Temos até 31 de dezembro para avaliar o salário mínimo. Não vamos fazer nada inconsequente", disse.
Ele lembrou que espaço no Orçamento é "coisa difícil de se achar hoje em dia".
O secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, estimou que um aumento real de 1% no salário mínimo teria impacto aproximado de R$ 4,5 bilhões nos gastos de 2020.
Com um repique na inflação neste fim de 2019, o ministro já adiantou que o valor garantido pela reposição do aumento de preços é de R$ 1.038 ou R$ 1.039. Essa cifra é maior que os R$ 1 031 aprovados no Orçamento na terça-feira no Congresso Nacional
"Não temos que formular uma política de salário mínimo. Tem gente que gosta de anunciar três, quatro, cinco anos à frente (salário mínimo). Nós temos que informar salário mínimo do ano seguinte. A Constituição assegura reposição do poder de compra", disse Guedes.
O ministro ponderou ainda que um aumento maior do salário mínimo pode ter consequências perversas no mercado de trabalho. "Temos receio de alimentar a máquina de desemprego se a gente fizer qualquer coisa que dificulte a geração de emprego", afirmou. Segundo ele, o trabalhador recebe R$ 1 mil, mas custa R$ 2 mil para a empresa. Por isso, elevar ainda mais o piso tem impacto no mercado e nas contratações.
"Quem tem emprego chama de direitos, mas quem tá fora chama de desemprego em massa. Se conseguirmos desonerar a folha, o custo de contratação cai, mas o salário pode subir. Desonerar a folha é política de salários inteligentes", disse o ministro.
Ao criticar as políticas que preveem regras plurianuais de aumento salarial e classificá-las de "demagogia", Guedes afirmou que isso significa "fingir" que amplia o salário, mas fomentar o desemprego.
"Não seria legal anunciar agora aumento real do salário mínimo de 10% agora?", questionou Guedes. "Podemos até considerar isso (política de salário mínimo), mas no momento olho Constituição", disse. O ministro afirmou ainda ser a favor de livres negociações salariais.
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