Dólar cai pela primeira vez em cinco sessões e fecha em R$ 4,21; Ibovespa em alta

Publicado em 28/11/2019 18:37
Após recordes, dólar fecha em queda de 1% com dados da balança e BC

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Depois de uma sequência de recordes, a moeda norte-americana caiu pela primeira vez em cinco sessões. O dólar comercial fechou esta quinta-feira (28) vendido a R$ 4,216, com recuo de R$ 0,043 (-1%). Ontem (27), a divisa tinha fechado em R$ 4,259, o maior valor nominal (sem a inflação) desde a criação do real.

Três fatores contribuíram para a queda do dólar. O primeiro foi o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, que desinflou as pressões internacionais das últimas semanas sobre o dólar. O segundo foi a intervenção do Banco Central, que voltou a vender dólares das reservas internacionais pelo quarto dia seguido.

O terceiro fator que propiciou o recuo da moeda foi a revisão, pelo Ministério da Economia, do saldo da balança comercial – diferença entre exportações e importações – em novembro. Citando um “evento atípico”, a Secretaria de Comércio Exterior revisou as exportações acumuladas neste mês de US$ 9,6 bilhões para US$ 13,498 bilhões.

Com a revisão das exportações, a balança comercial saltou de déficit de US$ 1,099 bilhão para superávit de US$ 2,717 bilhões em novembro. Os dados das importações não foram revisados. A melhora no saldo da balança comercial indica que mais dólares entraram no Brasil neste mês, diminuindo as pressões sobre o câmbio.

Ibovespa fecha em alta com ações de consumo em destaque, em dia de volume fraco por feriado nos EUA

No mercado de ações, o dia foi marcado pela recuperação. O índice Ibovespa, da B3, fechou a sessão aos 108.165, com alta de 0,42%. Essa foi a segunda alta consecutiva do indicador, que subiu apesar da queda de ações de bancos após o anúncio do Banco Central de limitar os juros do cheque especial a 8% ao mês.

Bancos também recuperaram-se durante o pregão, com Banco do Brasil fechando no azul, após sofrerem no começo do dia diante da decisão do governo de limitar o juro do cheque especial, assim como Petrobras, que reverteu as perdas após reação negativa mais cedo ao plano de negócios 2020-2024.

Índice de referência do mercado acionário brasiileiro, o Ibovespa subiu 0,54%, a 108.290,09 pontos. O volume financeiro da sessão somou 12,76 bilhões de reais, contra uma média diária de 20,57 bilhões de reais no mês.

Nos Estados Unidos, os mercados ficaram fechados nesta quinta-feira em razão do feriado do Dia de Ação de Graças, o que deixou a B3 sem o seu principal referencial.

Agentes financeiros têm citado que a bolsa brasileira está sem gatilhos para o curtíssimo prazo, dada a falta de potenciais notícias positivas e a proximidade do encerramento do ano, com a valorização de cerca de 20% no acumulado de 2019 abrindo espaço para algumas realizações de lucros.

Para o gestor de uma importante gestora em São Paulo, a virada do ano tende a ser um catalisador para as ações brasileiras, quando realmente os investidores vão começar a olhar para os números de 2020/2021 das empresas. "Isso vai fazer o mercado reagir novamente", afirmou.

DESTAQUES

- BRADESCO PN recuou 0,78% e ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,29%, longe das mínimas da sessão, registradas na primeira reação à resolução do CMN, que fixa um teto para a cobrança de juros no cheque especial. Analistas estimaram efeito das mudanças de até 5% nos lucros dos grandes bancos em 2020. Alguns gestores afirmaram que aproveitaram a queda para comprar as ações. SANTANDER BRASIL UNIT fechou em queda de 1,76%. Mas BANCO DO BRASIL ON avançou 0,55%, tendo de pano de fundo previsão de executivos de crescimento de 10% do lucro em 2020.

- PETROBRAS PN subiu 0,68% e PETROBRAS ON avançou 0,45%, após reação inicial negativa ao plano de negócios para o período de 2020-24, no qual a empresa reduziu em 10% a sua previsão de investimentos, e estimou produção total de óleo e gás em 3,5 milhões de barris de óleo equivalente ao dia em 2024, ante 2,7 milhões boed projetados para 2020. Para Regis Cardoso, do Credit Suisse, o programa desaponta no curto prazo, mas tem perspectiva positiva no longo prazo.

- AZUL PN e GOL PN subiram 3,45% e 3,92%, respectivamente, conforme o dólar fechou em queda de 1% ante o real, uma vez que a valorização da moeda norte-americana tende a afetar negativamente os custos das companhias aéreas. Na outra ponta, empresas que se beneficiam da alta do dólar fecharam entre as maiores quedas. SUZANO ON cedeu 1,36%, e GERDAU PN recuou 1,44%.

- SABESP ON teve acréscimo de 2,93%, após a Câmara dos Deputados aprovar na véspera um requerimento para urgência de projeto que atualiza o marco legal do saneamento básico. SANEPAR UNIT avançou 2,66% e COPASA ON ganhou 1,54%.

- VIA VAREJO ON fechou a elevação de 3,87%, na véspera da Black Friday, em meio a expectativas para a data promocional. Na véspera, o analista Tobias Stingelin, do Citi, também elevou a recomendação das ações para 'compra', com preço-alvo de 11 reais. LOJAS AMERICANAS PN valorizou-se 3,14%, mas B2W ON caiu 1,32% e MAGAZINE LUIZA fechou estável.

- CIELO ON avançou 3,75%, também tendo de pano de fundo expectativas para a BlackFriday, enquanto do CFO do Banco do Brasil reiterou que a instituição não está discutindo a venda de sua participação na empresa de meios de pagamentos.

- JBS ON encerrou com acréscimo de 3,8%. O Rabobank divulgou estimativas para o setor no Brasil em 2020, projetando crescimento da produção e das exportações de carnes do país. No setor, MINERVA ON ganhou 5,63%, enquanto MARFRIG ON subiu 0,19% e BRF ON caiu 1,15%.

- VALE ON recuou 0,42%, mesmo em dia de alta dos contratos futuros de minério de ferro da China nesta quinta-feira, recuperando-se de duas sessões consecutivas de perdas, depois que Pequim lançou uma série de medidas de estímulo destinadas a sustentar a economia.

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Fonte:
Agência Brasil

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