Dólar fecha acima de R$ 4,21; novo recorde histórico com exterior e dados locais

Publicado em 25/11/2019 17:43

Em um dia de turbulência no mercado financeiro, o dólar norte-americano voltou a subir e fechou no maior valor da história. O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (25) vendido a R$ 4,215, com alta de R$ 0,022 (0,53%). Foi o maior valor nominal da moeda americana, sem considerar a inflação, desde a criação do real, em julho de 1994.

O dólar chegou a abrir em queda, mas reverteu a tendência ainda nos primeiros minutos de negociação e fechou em alta. Na máxima do dia, por volta das 14h, a divisa foi vendida a R$ 4,219. A moeda acumula valorização de 5,14% no mês. O euro comercial fechou em R$ 4,646, com alta de 0,43%. Essa cotação, no entanto, não está no nível recorde de R$ 4,66, registrado no último dia 18.

A moeda começou o dia em torno da estabilidade, mas tomou fôlego rapidamente após o Banco Central divulgar dados mostrando déficit em conta corrente e investimento estrangeiro direto piores do que o esperado para outubro.

Poucas horas depois, o governo informou dados parciais da balança comercial de novembro, que caminha para fechar o mês no vermelho, o que não acontece desde novembro de 2014.

"As contas externas continuam saudáveis, a questão é que os números piores pegam o mercado num momento sensível e de ampla preocupação com o cenário para fluxos", disse Flávio Serrano, economista-chefe do Haitong Brazil.

A menor oferta de moeda no país em meio a contínuas saídas de capital se tornou uma preocupação ainda mais latente depois da frustração do mercado com o leilão do excedente da cessão onerosa, no último dia 6, no qual praticamente apenas a Petrobras fez lances.

No dia 5 de novembro, o dólar havia encerrado em 3,9932 reais na venda. Desde então, a cotação dispara 5,55%, em termos nominais.

Mesmo com o dólar em torno de recordes históricos, o Banco Central tem mantido a estratégia de intervenção no câmbio já em curso. A autoridade monetária vendeu todos os 15.700 contratos de swap cambial tradicional em rolagem do vencimento janeiro 2020. Mais cedo, o BC não havia aceitado propostas em leilão de dólar à vista e de swap cambial reverso.

Também nesta segunda, a autarquia fez a rolagem integral de 1,5 bilhão de dólares em linha de moeda com compromisso de recompra, volume que até então precisaria voltar ao BC no começo de dezembro.

Ao longo da tarde, o dólar se manteve forte amparado pelo exterior, onde a moeda se valorizava contra uma cesta de divisas e também ante vários rivais emergentes.

Bolsa interrompe sequência de altas e encerra com queda

No mercado de ações, o dia também foi marcado pela instabilidade. O índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), fechou o dia em baixa de 0,25%, aos 108.426 pontos. O indicador interrompeu uma sequência de duas altas seguidas. A bolsa chegou a operar em alta no início da sessão, mas passou a cair no fim da manhã, mantendo o desempenho negativo durante a tarde.

Na manhã de hoje, o Banco Central informou que as contas externas fecharam outubro com déficit de US$ 7,8 bilhões, o pior resultado para o mês desde 2014. O dado indica saída líquida de dólares do país por meio da balança comercial, dos serviços e do pagamento de rendas para o exterior. Menos moeda estrangeira no Brasil pressiona o câmbio para cima.

Hoje, autoridades chinesas anunciaram que estão próximas da primeira fase de um acordo comercial com os Estados Unidos. A notícia, no entanto, foi insuficiente para reverter a instabilidade no mercado no Brasil.

Na B3, em que os negócios com derivativos cambiais vão até as 18h15, o contrato mais líquido de dólar futuro tinha alta de 0,37%, a 4,2145 reais.

Câmbio de equilíbrio é mais alto com fiscal forte, diz Guedes

WASHINGTON (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira que, diante da redução da taxa básica de juros no país, o câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto".

"Quando você tem um fiscal mais forte e um juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio também ele é mais alto", afirmou Guedes em entrevista coletiva na embaixada brasileira em Washington.

O ministro frisou que o Brasil tem uma moeda forte e que flutuações no câmbio não são motivo de preocuçação. "Temos um câmbio flutuante, então ele flutua. Às vezes ele está um pouco acima, por exemplo, quando o juro desce, ele sobe um pouco."

O ministro também rechaçou preocupações com o aumento do déficit em transações correntes do país, destacando que os resultados têm refletindo uma recuperação da economia e ainda são plenamente financiáveis pelos investimentos diretos no país.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters/Agência Brasil

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário