Governo age certo: A saída para o desmatamento está na economia e na mudança de atitude em relação ao clima
Por Notícias Agrícolas*
O ministro do Meio Ambiente (MMA), Ricardo Salles, anunciou nesta quarta-feira, 20 de novembro, medidas para promover o desenvolvimento econômico da região amazônica como forma de combater os crimes ambientais e deter o desmatamento. O anuncio do plano foi feito em conjunto com os governadores dos nove estados que integram a Amazônia Legal.
Ao lado dos governadores da Região Amazônica, o Ministro Ricardo Salles informou que o Brasil usará a cúpula mundial do clima, que acontecerá entre os dias 2 e 13 de dezembro, na Espanha, para buscar recursos estrangeiros “que foram prometidos e até agora não recebemos”.
Parte da estratégia do governo, alinhado com os governadores, segundo o ministro, é obter recursos internacionais para desenvolver atividades econômicas legais na região Amazônica, e isso será levado como posição brasileira a Conferência das Partes 25 (COP25), em Madri, no próximo mês.
Antônio Fernando Pinheiro Pedro, especialista em meio ambiente e um dos formuladores do programa da gestão ambiental do Governo Bolsonaro, em entrevista ao Notícias Agrícolas, destacou que o Ministerio do Meio Ambiente está de fato mudando o enfoque com relação à proteção da Amazonia:
--"Vamos sair da posição de defesa, e partir para a cobrança. Por exemplo, queremos receber os bilhões prometidos pelos europeus para apoio e retribuição aos serviços de estabilização do clima prestados pelo Brasil, e que até o momento só ficaram na promessa. Precisamos de fato buscar alternativas econômicas para a população amazônida. Esta é a única solução para deter o desflorestamento".
Sugestão seguida à risca
A posição do comentarista coincide com a do Ministro Ricardo Salles, e não ocorre por mera coincidência. Há conexão entre ambos.
"É necessário que recursos em volume considerável, compatíveis com a preservação da Amazônia, passem a fluir para países em desenvolvimento. Há um alinhamento total dos Estados com governo federal para essa negociação", garantiu o ministro.
Questionado sobre como o Brasil pretende convencer os demais países a investirem em ações no atual governo, já que o desmatamento vem aumentando e ambientalistas afirmam que o país não deve cumprir a meta que se auto-impôs em 2015, Salles disse que o Brasil, pelo contrário, está indo bem.
"Não concordamos que não estamos indo bem. O ano-base é 2005. O Brasil está indo muito bem na redução de emissões, em tudo. O que não está indo bem é o país não receber os recursos que foram prometidos e são essenciais. Precisamos obter os recursos que nos foram prometidos e até agora não recebemos", disse Salles, acrescentando que a partir de 2020 os recursos internacionais prometidos aos países em desenvolvimento para serviços ambientais alcançariam 100 bilhões de dólares.
A linha estratégica adotada pelo ministro Ricardo Salles foi sugerida, meses antes, em notas técnicas solicitadas informalmente ao advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro, e por ele encaminhadas como contribuição ao governo, publicadas no Blog The Eagle View* e outras mídias no mês de junho deste ano de 2019, visando reposicionar a gestão do clima no país.
Salles traçou outras três estratégias para resolver o impasse entre preservação e desenvolvimento econômico, já faladas anteriormente, e que incluem a regularização fundiária, o zoneamento econômico-ecológico - para definir o potencial econômico de cada área, e uma agenda de bioeconomia, para incentivar produtos vindos da floresta.
Segundo o ministro, essas questões precisam deixar de ser ideias para serem "uma atitude concreta, transformando essas ações em um ambientalismo de resultado."
Notas:
PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro Pedro - "Reposicionamento da Gestão do Clima no Governo Bolsonaro - Uma Proposta", in Blog The Eagle View, jun2019, in
Entrevista originalmente publicada no Portal Notícias Agrícolas - 21 de novembro de 2019 in https://www.noticiasagricolas.com.br/videos/politica-economia/247251-governo-propoe-levar-economia-para-a-amazonia-para-deter-desmatamento-ambientalistas-estao-contra.html#.Xdb-u-hKjIV
1 comentário
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Merie Coradi Cuiaba - MT
Gostei dessa atitude do Ministro do Meio Ambiente, sair da passividade e ir buscar os recursos que prometeram. Se querem que preservemos a Amazonia (porque ela é o "pulmão do mundo"... isto é uma falácia pregada pelos ambientalistas) nada mais justo que o Brasil receba recursos pelos serviços prestados. Se o produtor tiver que deixar 20%, 35% ou 80% intactos para preservar o meio ambiente, que receba esta mesma percentagem adicional sobre o que produz, como justa remuneração... Querem que um produtor rural da Amazonia preserve, ótimo, então paguem 80% a mais a tonelada de soja, boi, etc. Gostaria de ver a hora que sobre a tonelada de produto fosse adicionado pelo governo brasileiro 50% de taxa de serviço ambiental. Tenho impressão que se um dia isto ocorrer, no outro dia acabam as imposições ambientais.
Parabéns ao ministro Ricardo Salles pela iniciativa... deixo aqui minha sugestão que é de permitir a exploração racional, controlada, individualizada por árvore localizada por GPS, como há muitos anos ouvimos falar que é feito em países desenvolvidos... Sugestão válida também para o caso da araucária, totalmente preservada e que não está gerando qualquer riqueza ao Brasil... Toda e qualquer árvore, como ser vivo que é, nasce, cresce, envelhece, morre e apodrece...
Temos obrigação de aproveitar econômicamente seu valor, em prol do Brasil!
VAMOS RECEBER OS CREDITOS DE CARBONO..VA PRA CIMA, MINISTRO SALLES!