Lula Continua Solto. E dai? - Entrevista com Antônio Fernando Pinheiro Pedro - Advogado e Vice-Presidente da Associação Paulista
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Lula Continua Solto. E dai? - Entrevista com Antônio Fernando Pinheiro Pedro - Advogado e Vice-Presidente da Associação Paulista
DownloadApós um final de semana de manifestações populares politicamente polarizadas, o advogado e vice-presidente da Associação Paulista de Imprensa, Antonio Fernando Pinheiro Pedro, comenta o atual panorama político do país, após a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No domingo (17), várias cidades do país registraram protestos com pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federa (STF) Gilmar Mendes, apoio ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e ao presidente Jair Bolsonaro. Por outro lado, em Recife, também no domingo, manifestantes comemoraram a libertação de Lula.
Segundo o advogado, é um desserviço ao jornalismo que a Folha de São Paulo fique comparando numericamente uma movimentação popular que se espalhou por dezenas de cidades pelo Brasil com uma concentração em uma única cidade que foi convocada e preparada com antecipação. "Não tem comparação, é muito fácil você deslocar centenas de ônibus de militantes pagando diária, pagando lanche, para que eles fiquem aglomerados e fazendo número, esperando a chegada de um Galdino. Isso é o que se faz desde sempre em qualquer movimentação totalitária no mundo. Outra coisa é colocar o carro de som em uma avenida e esperar voluntariamente milhares de pessoas chegarem do nada, porque querem ir, por meios próprios", disse.
Para Pinheiro Pedro, a saída do ex-presidente Lula da cadeia veio em bom momento para que os apoiadores do governo Bolsonaro se unissem ainda mais. De acordo com ele, Lula é um grande cabo eleitoral, um elemento aglutinador para o novo partido que está sendo criado pelo presidente Jair Bolsonaro. "O presidente foi paraquedista do exército, e todo paraquedista é ousado, então ele pulou, e pelo visto o para quedas está funcionando, e acredito que ele vá conseguir uma base segura para pousar. Foi uma manobra arriscadíssima sair para um partido que ainda está sendo construído, abandonando o que já está consolidado, e isso num período complexo de implementação dos primeiros meses de governo federal". Ele afirma ainda que Bolsonaro não foi eleito com os partidos, mas sim contra eles. "O presidente é um movimento contra o establishment, essa camada instalada no poder, desde a iniciativa privada, passando pela mídia, até os partidos políticos, esse sistema que vigorou desde a década de 80 até agora comendo o país, e agora foi posto abaixo com a eleição do Bolsonaro".
CRÍTICAS AO STF
De acordo com o vice-presidente da Associação Paulista de Imprensa, desde 2016, quando a ex-presidenta Dilma Roussef estava caindo, acreditava-se que o próximo alvo das manifestações seria o Palácio da Justiça em Brasília. "O que estamos observando é que com um certo equacionamento da crise política junto ao executivo, e com o parlamento desmoralizado, era obvio que a massa popular iria se concentrar naquilo que a incomodava, o judiciário. Nós temos a pior judicatura da história do judiciário brasileiro. É óbvio que essa composição uma hora ou outra, iria atingir um nível de desgaste suficiente para atrair um pedido de remoção popular" afirma.
Para Pinheiro Pedro, é preciso que uma emenda constitucional alterando a composição do STF seja feita, estabelecendo mandato de 8 a 10 anos para cada ministro, mas a melhor medida seria uma nova constituinte origiária. "Se isso fosse feito, seria muito difícil o supremo resistir após uma mobilização piupular e a apresentação de um plebiscito para que o cidadão pudesse opinar se ele quer uma nova constituição ou não. Aí sim faríamos eleições independentes para uma assembleia nacional constituinte, na qual o cogresso nacional não pode ter este poder, e daí teríamos o prazo de um ano para que uma nova constituição saísse".
APOIO AO GOVERNO
O advogado explica que apesar das expectativas negativas do povo com alinhamento político à esquerda, da mídia mainstream, desse povo mais da esquerda as manifestações positivas de Xi Jin Ping e Vladmir Putin em relação ao governo brasileiro "calaram a boca de todas as especulações que foram feitas antes dessa reunião dos BRICS", realizada na última semana. "Obviamente vamos ter um avanço muito grande do ponto de vista da melhoria das relações comerciais, e acredito que algo importante está sendo tramado, dessa possibilidade de acordo de livre comércio entre China e Brasil, é a possibilidade de nós retomarmos a industrialização em nosso próprio território".
Segundo ele, é preciso dar apoio às ações estruturantes que estão sendo realizadas pelo atual governo e lutar por uma nova constituição da república. "Precisamos ficar atentos a estas crises internas que são sistematicamente plantadas dentro do governo Bolsonaro. Temos sim parte destas crises devido a arranjos necessários que precisam ser feitos no entorno do presidente, mas grande parte, nós temos muita discórdia plantada pelo próprio establishment para tentar desestabilizar o governo. Não conseguiram, e o que nós estamos vendo é um governo avançando".
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